Cap.18 - Cantinhos

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Pão, faca, manteiga... corre, corre, corre....

Pão, café, outro pedaço de pão... rápido, rápido... mastiga, mastiga...

Derick levanta-se da mesa, acabara de fazer seu café da manhã às pressas.

Mochila... mochila...

Ele corre até o quarto e esbarra no sofá.

Com a mochila nas costas o garoto sobe a avenida em direção à parada de ônibus. O tênis all star estava sujo, não deu tempo de limpar.

Chegando à parada ele para abruptamente — Autorização — e velozmente retorna à sua casa. Esquecera o papel em cima da escrivaninha e sem ele não poderia viajar para o acampamento de férias. As amigas falavam disto desde o início do ano.

— Por que todo mundo resolveu sair de casa tão cedo? — o garoto se espreme pelo corredor do ônibus lotado, tentando alcançar a porta de saída. O colégio estava próximo.

Ele atravessa os portões, alguns automóveis chegavam timidamente ao estacionamento, pelo pátio poucos estudantes. Ele fora um dos primeiros a chegar. Derick respira, sobe a escada, cruza os corredores e enfim avista a porta da sala.

O coração pulsa forte, seu ego vai lá em cima, ele começa a sorrir.

Conseguiu ser o primeiro a chegar. Seu lugar por direito estava bem ali, atrás da primeira cadeira, na fileira da parede, vazio. Aguardava-o como em todas as manhãs.

Os colegas de classe começam a entrar. O sol surge timidamente espantando a manhã fria, e o barulho no corredor aumentara.

— E aí Derick? — Kaio passa rente a uma das fileiras de carteiras, está trajando sua blusa de frio do time de futebol.

— E aí! — Derick observa seu ex-príncipe encantado seguir para o fundão, colocar os materiais na mesa e retornar sorridente. Ele puxa a cadeira da fila ao lado e senta-se bem próximo ao garoto.

— Você pensou em como me ajudar com aquele "probleminha"? — Kaio sussurra enquanto observa o garoto pintando algo no caderno. O dia de Derick já começara complicado.

— Exatamente sobre qual "probleminha" estamos falando? — Derick vira-se para o garoto se fazendo de desentendido.

— Sobre a Tatiane, ora — Kaio sussurra encabulado e ambos observam algumas garotas entrarem dando gargalhadas.

— Hum — Derick resmunga sem emoção e volta ao caderno. É possível ouvir o barulho do lápis colorindo a folha.

— E então, no que pensou? — Kaio torna a olhar para Derick — Porque tipo, ser direto não vai dar certo — ele já tinha ouvido falar da personalidade forte da garota.

"Santo Deus. Onde fui amarrar minha vaca?". Derick respira fundo interrompendo o trabalho que fazia no papel. Sem desviar os olhos da pintura, prossegue:

— Sei lá. A Tati é uma garota romântica. — ele reinicia os riscos com o lápis de cor — Tipo, ela tem aquela personalidade forte, mas no fundo é bastante sensível — Derick vira-se e seus olhos encontram a imensidão azul dos olhos de Kaio.

— E então? O que me aconselha? — Kaio aproxima-se mais.

— Como assim? — porra, dá pra chegar mais pra lá? Derick ajeita o cabelo e encosta-se à parede — Não sei. Tente algo diferente, cartinhas talvez.

— Cartinhas? — Kaio prende o sorriso zombeteiro — Isso é tão, sei lá, gay — murmura observando Derick perder a paciência.

— Você tem alguma ideia melhor? — Ele fala irritado. Não bastasse seus problemas pessoais, agora tinha que servir de cupido para o ainda não superado "quase par romântico". Aquilo era horrível e torturante. Entretanto se não ajudasse, Kaio não sairia do seu pé.

Confusões no ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora