lembranças

trinta e um

Anna se aproximou de Leighanne que levantou rapidamente assim que a outra bateu os dedos na mesa.
A tensão estava no ar,agradeci pelo restaurante estar quase vazio.
Sabe-se lá como isso terminaria, como elas conversariam, sem testemunhas seria mais fácil para ambas, mesmo o restaurante estando quase vazio, as poucas pessoas aqui poderiam fazer um grande estrago com fofocas.

Eu bem sabia o poder que as fofocas dessa cidade tinham na vida das pessoas.
Era normal que um dia acontecesse um confronto entre elas, nada fica escondido por muito tempo. Anna também sabia que um dia a esposa de Brian a procuraria, que ela iria querer uma resposta, ainda mais depois do jeito que as coisas aconteceram ontem, não achei que seria tão rápido.

Mesmo sabendo que ambas não sairiam daqui sem um confronto grande, fiquei ao lado da minha amiga.

-o que quer aqui?-Anna suspirou pesado, estava impaciente.

Lieghanne encarou Anna. Com os olhos focados, se mantinha em silêncio enquanto a outra levantou o dedo, passando a outra mão nos cabelos,

-então você é a amante do meu marido?- ela deu um sorriso de canto- você?Uma dona de bar? uma garotinha sem sal?Foi o que Anna, seu marido não comparecia em casa?Olha eu esperava qualquer uma, mas você?- Leighanne deu uma risada escandalosa, chamando atenção dos poucos clientes que ali estavam. -não me admira que andem juntas, são especialistas em roubar homem dos outros- ela me olhou com desdém- é uma quadrilha?A QUADRILHA DAS DESESPERADAS E LADRAS DE MARIDO?

Anna ainda se mantinha em silêncio, deixando Leighanne soltar seu veneno.Ela falava descontrolada, esperando uma reação , o fato de Anna não revidar a deixava mais irritada,e Anna sabia.

-você achou que ele iria me deixar por você? Mesmo ? Achou que era só foder com ele que ele jogaria tudo pelos ares?Nós temos um filho, uma vida.

-se fosse tão boa o seu marido não vinha bater na minha porta- Anna falou calma- porque foi ele quem veio chorar na minha porta. Então antes de falar um monte de besteira a essa hora da manhã fale com seu amado marido traidor, não venha ofender o meu marido, nem minha amiga ou qualquer pessoa que eu conheça com essa cara plastificada e essa boca cheia de botox .Por que se alguém aqui não é o suficiente para ele, essa pessoa é você,ou ele não estaria procurando mulher na rua.

-chega Anna- falei ficando entre as duas.

-chega o caralho.Quem ela pensa que é?- Anna bufou- acha que pode entrar aqui assim? Falar o que quiser rainha do milho?Já sei, está assim porque ele trocou você por alguém mais jovem...quem sabe ele cansou do cheiro de plástico que vem de você.

-eu sou a mulher dele, a esposa que ele volta todo dia para casa- ela falou com um sorriso nos lábios- sou a mulher dele. Quem é você? Uma amantezinha que ele vem se aliviar.

Anna comprimiu os lábios, mantendo contato visual com Lieghanne.Eu queria saber o que se passava na cabeça dela nesse momento.

-amantezinha que fez você vir se rebaixar- Anna falou com raiva -não quero confusão no meio do meu restaurante- ela falou calma- se quiser falar sobre o seu marido faça isso em casa com ele.Agora se puder sair daqui eu agradeço.

-você não vai roubar o meu marido, esta ouvindo?- levantou o dedo apontando para Anna- não vai ficar com o que é meu.

-eu não quero o seu marido- Anna deu um tapa na mão de Leighanne que apontava o dedo- agradeça de eu não querer o seu lindo marido.

Com rapidez Leighanne avançou em Anna puxando seus cabelos, fazendo Anna jogar o pescoço para trás.Anna segurou na mão da outra a empurrando para longe, batendo com a mão aberta no rosto , que revidou levando mais um tapa,mais outro e assim por diante.