-já vai?- Anna me abraçou forte- porque não fica mais um pouco?
- está ficando tarde, sua festa estava ótima- falei apertando ela forte- mas acho que tem que retribuir para o Chris- falei no ouvido dela.
-Holly!- revirou os olhos.
- obrigado por vir – Chris aceitou o meu abraço.
- estava tudo tão lindo. Vou procurar a Tâmara e já vamos- falei beijando a bochecha do Kevin e saindo.
Poucas pessoas estavam no local, a maioria estava bêbada ou dançando as últimas músicas da festa que estava acabando.
Tâmara estava dançando com um dos filhos do casal Hastings, um dos vizinhos da fazenda do meu avô. Devia admitir que ela tinha bom gosto, Carl era um homem, forte alto e moreno, tinha belos olhos verdes e era o homem mais bonito da fazenda vizinha pelo que eu lembrava.Ela disse que ficaria mais um pouco, como não sabia para onde iria, resolvi deixar a chave da casa com ela. No caminho me despedi de algumas pessoas, incluindo Sebastian e meu irmão.
Kristin ainda estava lá, eu sabia porque o pai dela estava, assim que passei por ele fiz um gesto de boa noite, mas ele não se conteve puxando meu braço levemente.- podemos falar?- ele falou com a voz rouca e arrastada.
-claro, podemos- falei puxando meu braço em um gesto brusco- o que quer?
Eu nunca gostei desse homem, principalmente porque ele sabia quem era meu avô, eles eram amigos, sabia o que se passava na fazenda e nunca fez nada além de apoiar o meu avô.
Sabia que Wes era o meu pai, que ele não era mais meu avô e isso nunca mudaria dentro de mim, jamais aceitaria algo assim. Isso tornava pior ele ter me violado e feito o mesmo com a minha..Elizabeth.Eu nunca pensava sobre isso, ainda não tinha estruturas para superar algo assim. Era uma batalha que eu jamais iria ganhar.
Os dentes amarelados do senhor Willits se mostravam em um sorriso aberto, o cheiro de nicotina saia da sua boca misturado com a bebida, um cheiro forte misturado com sua voz pastosa se misturavam, era quase insuportável.
-serei breve- ele disse com a expressão seria.
-que seja.
-quanto quer para sair da cidade sem olhar para trás? Quanto quer para sair do caminho da minha filha?
Quase não acreditei no que ele falou, minha expressão devia demonstrar todo meu nojo pelas palavras de um velho bêbado.
-não quero seu dinheiro, não estou a venda- falei sem acreditar no que ele falou.
- tem dinheiro para se manter? Olha mocinha, estou dando a chance de não precisar se preocupar com o seu futuro. Quem sabe uma mesada mensal?Eu posso ser bem generoso.
-e tudo que tenho que fazer é deixar o Kevin, não é?
-eu sabia que além de bonita era uma moça inteligente. Pelo menos essa inteligência puxou do seu finado pai, que Deus o tenha. Wes era um homem muito bom, um grande amigo.
Ele falou com sarcasmo. Como um trunfo dele,por eu ser filha de quem eu era. Eu conhecia bem o velho e sabia que ele tinha feito para me atingir, por saber da minha vergonha, como se saber quem era meu genitor pudesse me fazer sentir...eu já não sentia nada fazia muito tempo.
-estou dando uma oportunidade para que faç..
-está tudo bem aqui?
Escutar a voz dela sequer me afetou, poderia ser qualquer pessoa,mas simplesmente eu me senti aliviada por alguém aparecer.
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lembranças
FanfictionHolly fez de tudo para sair da pequena cidade em que foi criada e abandonada pela mãe junto com a irmã mais velha aos cuidados do avô,um homem rude e sem escrúpulos. Com dezoito anos ela saiu daquela cidade,vencendo na vida limpando mesas e estudan...