sessenta e seis

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(SEBASTIAN)

A ultima semana foi enlouquecedora para mim.

Dias que ela está lá sem nenhum contato, a única pessoa que falou com Holly foi meu irmão por ser advogado. Foram dias sem dormir ou comer, não sabia nada sobre Holly , nem como estava se sentindo depois de tudo.
Só precisava acabar logo com isso, tirar ela de lá o mais rápido possível.

Sem ela aqui não tinha paz nenhuma.

Holly tomou a decisão mais difícil de todas, a de não se despedir da mãe, ela preferiu deixar que Elizabeth descansasse, com o delegado em cima sem dar brechas e dificultando todas as alegações do meu irmão era impossível.

Ela sofreu, sabia porque Chris me falou o quanto ela chorou, o quanto doeu tomar essa decisão de deixar o irmão sozinho, de não dizer adeus para a mãe.

O delegado colocou empecilhos em todos os recursos de defesa. Temia que as coisas fossem demorar, que  não sairia de lá, precisava fazer alguma coisa, sem pensar recorri ao meu plano inicial.
Quanto mais rápido agisse mais rápido tudo acabaria.

E eu a perderia nesse processo, tinha certeza.
Tinha o meio, sabia o que deveria fazer, mesmo que no final ela não me escolhesse. A essa altura faria qualquer coisa por ela, o que tivesse que fazer. Enquanto Chris fazia o possível para reverter as dificuldades que estavam impondo eu estava correndo atrás de provas e de ajuda de fora.

Um advogado competente da cidade ajudaria a intimidar aquele delegado. Passei por cima de toda a minha arrogância quando liguei para ele, foi uma das coisas mais difíceis que fiz, mas como Tâmara sugeriu ele poderia ajudar e devia isso a ela.
Howard Dorough era o suporte que meu irmão precisava, pagaria qualquer valor para que ele viesse, mesmo que não tenha cobrado nada. Ele apenas me escutou e disse que estaria na cidade em dois dias.

Olhei para o relógio de pulso soltando um grande suspiro, estava extremamente cansado e precisava urgente de uma boa noite de sono. Fechei os olhos sentado no banco da pequena rodoviária da cidade vizinha, quase caindo de sono quando o ônibus chegou os trazendo. Tâmara foi a primeira a descer vindo em minha direção, trocamos uma abraço caloroso e amigável.

- porque não avisou antes?- falou dando um tapinha no meu braço- precisava mesmo fazer isso de ultima hora? Minha amiga aqui precisando de mim..

-foi uma surpresa para mim, ninguém esperava por tudo. Que bom que veio, ela precisa de todos- beijei a bochecha dela- o importante é que está aqui.

- sinto pela mãe dela, por tudo.

- Holly é uma mulher forte- Howard falou firme.

Assim que desfiz o abraço notei o homem baixinho parado ao lado dela, devia ter em torno de um metro e setenta, os cabelos bem penteados e ele estava bem vestido.

- Sebastian esse é o Howard- ela falou um pouco tímida.

-é um prazer, nem sei como agradecer- falei estendendo a mão.

- não faço mais que minha obrigação- respondeu polido.

Sabia que esse homem tinha sido o noivo dela por muito tempo, que viviam praticamente juntos e que se casariam em breve, antes dela voltar para a cidade e encontrar Kevin.
Mesmo assim ela voltou para o tal Howard, se separou quando foi confirmada uma traição.

Soube que algum tempo depois ele se casaria com a amante. Não questionei nada, estava cansado demais para isso, mas como alguém consegue fazer isso com ela?

Principalmente ele que sabia todas as coisas que Holly tinha sofrido.

Durante o caminho de volta para a cidade me limitei a conversas pessoais, contei a ele tudo que aconteceu. Falamos sobre a situação em si.

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