quarenta e quatro

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- acho que essas atitudes dele farão você  se afastar- Claúdia me olhou com pena- não acredito que ele estava bebendo com o seu ex. Depois de tudo que ele fez para ter você de volta, eu não entendo como ele se deixa manipular por ela.

-nem eu- falei mordendo o lábio.

Não sabia para onde ir depois das surpresas da noite anterior, a única pessoa que pensei foi no meu irmão, mesmo que encontrasse Elizabeth era um risco que sabia que correria.
Estava no meu limite com todas as situações.

-eu não sei o que fazer- suspirei.

-e a historia com  kristin?

-não sei como reagir, foi doloroso ver os dois. Me sinto como uma invasora na vida dele, no fundo queria que ele aprendesse a separar as coisas. Eu sei que é o sonho dele, sei que ele sempre quis um filho e que eu jamais poderei dar a ele um.

-quando ele escolheu ficar com você sabia dessa limitação.

-não é tão simples, toda vez que vejo eles juntos só consigo pensar no meu filho, nas coisas que eu não vivi com ele e o nosso bebe. Pior é saber que ele não está mais aqui, que ele não pode viver esses momentos com o pai. Em como ele me coloca de lado para atender os caprichos dela...

-Holly- falou com pesar segurando minha mão-  não sei o que passou, nem imagino a dor de perder um filho. Mas não pode ficar se martirizando por algo que estava fora do seu controle, não foi uma decisão sua.

-obrigada- dei um sorriso forçado- mas tudo está  vivo dentro de mim. É diferente perdoar ele por me fazer essas coisas, eu tento entender, mas tudo que sobra é dor, ele sabe que me machuca e mesmo assim faz - sacudi a cabeça- esquece isso, como está as coisas com o Ryan?

- nunca fui tão feliz na minha vida. Eu merecia essa chance, me arrependo de não ter notado o quanto eu o amo.

- eu quero sobrinhos!

-estão falando de mim?- Ryan voltou com uma bandeja com café e biscoitos.

-que é a pessoa mais chata que tem aqui- falei revirando os olhos.

-até parece, sei que  me ama- sentou do meu lado- está mais tranquila?

-estou- falei levantando- vou descansar um pouco e falar com ele amanhã,  não consigo mais ficar nessa situação. Acho que sei o que tenho que fazer.

- está certa- Claúdia concordou- se não fizer isso  nada vai mudar. Tem que sacudir esse homem.

-porque não dorme aqui?- meu irmão levantou, me abraçando- tem lugar sobrando nessa casa.

-eu não posso- revirei os olhos- sabe muito bem que...

-a mamãe- ele completou- quando vai parar com isso? Quando vai aceitar que ela se importa com você?

-ela não se importa.

-ela voltou por você- rebateu.

-não Ryan , ela votou pela Alisson e se manteve aqui por você, por essas terras e pelo direito que ela tem sobre esse lugar.

- acha mesmo isso?

-não quero discutir sobre isso com você, contra fatos não há argumentos. Pode falar o que for.

-nunca deu a chance dela explicar as coisas.

-porque não me explica?- falei alterada- como vai explicar ela ter nos abandonado com o monstro que era o meu..pai- as palavras desceram rasgando- como explicar que ela teve outra família? Como explicar que ela teve uma vida, que ela foi feliz e teve natais felizes enquanto sofríamos a ausência dela?

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