Bônus

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Bônus, um capítulo da conversa entre Lorena e Henry.

Era três da manhã quando meu celular apitou com uma notificação:

Precisamos conversar.

De Henry.

Não, eu queria responder, mas tudo o que eu disse foi "tudo bem".

E agora ele estava batendo na minha porta, e eu estava me levantando, então abrindo a porta, encarando o rosto dele sem saber o que fazer.

Henry estava com um pijama surrado, com as mangas da blusa comidas por Billy. O cabelo vermelho estava desgrenhado, e ele parecia ter acordado de um sonho conturbado. De perto, consegui ver as olheiras abaixo dos seus olhos avelã.

— Posso entrar? — Ele perguntou, baixinho.

Confirmei com a cabeça, saindo do meu devaneio, e dei espaço para ele entrar. Henry entrou e se sentou na minha cama, fechei a porta. Na luz do abajur, ele parecia ainda mais perdido e confuso. Quando ele levantou os olhos para me encarar, tudo o que eu vi foi arrependimento.

— Me desculpe. — As palavras saíram com dificuldade. — Eu não deveria ter dito nada do que disse, nem ter te machucado.

— É. — Foi tudo o que eu consegui dizer. — Não deveria.

— Ficar brigado com você não é bom. — Ele assumiu. — Você é minha irmã.

— Também não gosto de ficar brigada com você.

— Eu me arrependo.

Suspirei e me sentei ao lado dele na cama. Henry abaixou os olhos para os próprios pés, cobertos pela meia.

— Eu também não deveria ter falado aquelas coisas para você. — Assumi, realmente arrependida. — Não deveria ter falado daquela maneira sobre a Melissa.

— Ela foi embora. — Henry contou, parecia doer fisicamente nele. — Não responde mais às mensagens nem às ligações, sumiu do mapa.

Segurei a mão dele. Henry tremeu, e eu senti tanta, mas tanta tristeza por ele. Melissa era a melhor amiga dele, eu não gostava dela, mas Henry sim, ele a amava, e ela ir embora do nada não devia estar sendo fácil.

— Eu sinto muito.

Ele piscou, a mão apertou a minha de volta, seus dedos escorregando entre os meus. Henry soltou um suspiro, parecendo estar exausto, e balançou a cabeça em confirmação.

— No final, você tinha razão. — Ele disse. — Ela era só uma drogada estúpida.

— Não diga isso.

— Não. Eu digo, porque ela tinha que desaparecer? Por que não poderia ter mandado uma mensagem? Por que não atender uma única ligação?

— Henry...

— Não, Lorena! — Ele se virou para mim, os olhos brilhando. — Você tinha razão. Você estava certa, eu estava errado, fiquei minha vida toda tentando fazer tudo pra agradar ela, para ela simplesmente sumir sem explicações. Briguei com você por culpa dela! Te machuquei, e pra que?

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