Capítulo 63

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"Your skin
Oh, yeah, your skin and bones
Turn into something beautiful
Do you know
You know I love you so?
You know I love you so?"


Dulce maria


Henry continuava praticamente o mesmo de sempre: alto, cabelo ruivo e um pouco magricela. No entanto, agora ele não parecia tão magricela assim; parecia que tinha andado treinando por um tempo. Ele estava ao lado de Josh, e meu tio sorria feliz para nós, segurando um bolo embalado que, particularmente, parecia uma delícia.

— Ei, vocês chegaram mais cedo! — disse ele, parecendo explodir de alegria. Meu tio adorava visitas da família.

Tia Valentina pegou Gabe do colo de Mateus e sorriu para o marido.

— Querido, esta é Suzana, e seu filho Mateus, e Guilherme, amigo do garoto.

— É um prazer conhecer todos vocês. Venham, eu comprei um bolo de morango pra tomar café.

Ele saiu em direção à cozinha, e logo todos os adultos o seguiram. Mas nós ficamos. Olhei para Lorena, e ela estava parada no mesmo lugar, como uma estátua, encarando Henry, que fazia o mesmo. Era estranho o quanto os dois irmãos se pareciam e, ao mesmo tempo, poderiam ser tão diferentes.

— Oi. — Surpreendentemente, Henry foi o primeiro a falar. Ele parecia desconfortável.

Quando levantou a mão para coçar a nuca, vi pequenos hematomas, de tom roxo, espalhados pelos seus dedos. Parecia que alguém andava brigando por aí.

— Oi. — Lorena respondeu, depois do que pareceu uma eternidade.

O clima estava tenso e pesado. Guilherme, que pareceu perceber que havia algo errado, se aproximou de Lorena. Com a mão apoiada na parte inferior das costas da garota, ele sussurrou algo em seu ouvido, e ela apenas concordou com a cabeça, dando um sorrisinho aliviado.

Os olhos de Henry brilharam. Ele encarou Guilherme como se o outro fosse um animal selvagem que acabara de invadir sua casa.

— Henry, tem outras pessoas na sala, sabia? — comentei.

Os olhos dele se voltaram para mim pela primeira vez, e ele parecia cansado de tudo aquilo. Ele revirou os olhos avelã.

— Sim, eu sei.

— Pelo menos se apresente. — falei irritada, e completei, mais baixo: — babaca.

Henry olhou para os dois garotos com descaso. Mateus estendeu a mão para Henry. O ruivo o olhou de cima a baixo e, então, apertou a mão do garoto.

— Oi, gostei da sua jaqueta. — Mateus, o anjo de sempre, falou.

Henry deu de ombros, parecendo desconcertado.

— Comprei na liquidação.

Por algum motivo, eles pareceram ter se dado bem de uma forma ridícula. Mateus riu e se afastou. Henry deu um sorrisinho e, mais confiante, se aproximou de Gui, que estava ao meu lado. Ele estendeu a mão, e eu pude ver melhor os vários hematomas que se espalhavam por sua pele. Gui segurou a mão dele e fez uma careta. Pude ver Henry apertando o máximo que conseguia. Henry se aproximou de Guilherme e sussurrou, baixo, no ouvido do garoto, algo que eu mal consegui ouvir:

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