Elisabete

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     Muitas pessoas deviam olhar para minha história e pensar... "Mas que garota infantil e ridícula!... O que tem a ver o tio se aproximar dos sobrinhos? Que tipo de influência negativa ela acha que terá? E a sobrinha do Matt, não pode conviver com eles por quê? O que aconteceu entre os gêmeos e a ex-esposa do Matt, não é da conta dela!"... Eu não me importava em como isso ia parecer. Primeiro por eu ser rancorosa mesmo. Não dou segundas chances. Segundo, porque eu realmente acreditava que as crianças são mais influenciadas pelo exemplo, do que por palavras. De que adiantaria eu tentar ensinar meus filhos a não serem talaricos, se eles soubessem em que condições a prima foi gerada? Uma bastarda, fruto de traição!... Eu queria ensinar valores morais. Respeito as leis. Coisas que aprendi com meus pais. Eu já era um mau exemplo por ter engravidado de um desconhecido, enquanto estava bêbada. Como ia ensina-los a não beber? Se tornar mãe é ter o peso da responsabilidade de outra vida, sobre as costas. E o medo de não conseguir ser uma boa mãe, podia me tornar super-protetora. Eu ainda não tinha maturidade para ter um filho. Mas era tarde para enxergar isso. Eu seria mãe... Em dobro!... E teria que aprender "na marra", como é!

      _ Caramba, a cara que a Suzy fez como se quisesse arrancar teus cabelos. Acho que ela trocaria os bebês se pudesse. _ Carina comentou.

      _ Agora é tarde para ela se arrepender. Mas aqui... Só eu que não achei eles tão iguais assim? Têm diferenças visíveis. _ Eva comentou.

      _ Com os dois lado a lado é fácil notar. A maneira como sorri, como encara as pessoas, como fala, o tom de voz. O perfume, as roupas, o cabelo e o charme. São tantas diferenças. Daryl tem um jeito todo atirado, safado. Matt parece mais contido e romântico. Não é a toa que o Matt se casou e o Daryl continua solteirão, só curtindo. _ Carina disse.

     _ Eita, o trabalho te ajudou a traçar o perfil rapidinho. _ brinquei.

      _ Sabe que nosso trabalho é sigiloso e não podem contar para ninguém, não é? _ Carina perguntou.

      _ Pode deixar. Se alguém perguntar, digo que você é promotora de eventos. Se a virem de uniforme na rua, pode dizer que é uma fantasia. _ eu disse.

      As duas deram risada.

      Meu estômago estava mais calmo. Eu li muito sobre gravidez e agora sabia que era normal enjoar mais, quando era uma menina ou múltiplos. Só precisava confirmar com o ginecologista se o remédio para enjoo era seguro mesmo. Se ele liberasse, ia ser um alívio. Eu estava perdendo peso. De tanto vomitar o que eu comia. E tinha medo dos bebês não serem nutridos direito.

      _ Então Elisa! Ficou com ciúme ao conhecer a ex dele? _ Eva perguntou.

      _ Eu não sinto nada por ele. Não tem porque ter ciúme. E meus hormônios me deixaram com nojo de relacionamento. _ respondi.

      _ Ouvi dizer que em algumas o fogo aumenta e em outras o fogo apaga! Que louco esses hormônios da gravidez! Mas você nunca teve fogo mesmo. Não casaria virgem se tivesse. _ Eva disse.

      _ Casaria sim. Quem manda é a mente e não o corpo. E a gente não faz tudo que tem vontade. Se dependesse só da vontade, eu tinha dado um tapa na cara da Suzy, quando veio se intrometer na conversa. Ter vontade não é desculpa! Se não é certo, não deve ser feito e ponto! Eu não sou escrava das minhas vontades!

      _ Por isso eu te admiro, amiga! _ disse Eva.

      _ Também tem meu respeito. _ eu disse.

      _ "Quem não é respeitado e admirado, jamais será amado!"... Não é o que diz a psicologia? _ Carina perguntou.

      Chegar em casa foi um alívio. Fiquei vendo o carro se afastar, até virar a esquina! Carina ia deixar Eva em casa.

Is It Love? Carter Corp - Amor e PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora