Carina

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        Daryl esteve misterioso o tempo todo. Dizendo que me levaria a um lugar que eu nunca ia esquecer.

        _ Chegamos! _ ele avisou.

        _ O que é isso?

        Ele desceu do carro e eu fui atrás dele. Atravessamos a porta e percorremos o corredor. Quando eu vi o que era não acreditei.

         _ Nossa! A gente pode mesmo entrar aqui?

         _ Claro. Eu sou funcionário.

        _ Como assim?

        _ Você não queria tanto? Segui sua dica e fiz o teste. Sou oficialmente um piloto de teste da Haas.

         _ Sério? Meus parabéns! _ me joguei em seus braços. _ Isso é um começo. Aos poucos você vai se adaptando. Vão ver o quanto você é bom e um dia se tornará um piloto competitivo da fórmula um.

          _ Sim. Tem que começar de baixo. Mas você ainda me verá na televisão, tomando champanhe no alto do pódio.

         _ Ganhando muito dinheiro. Honestamente. Fazendo o que você gosta.

           _ Só não te levo para dar uma volta, porque você não aguenta velocidade.

           Fiz careta e ele riu. Daryl parecia bem mais relaxado e feliz. Agora que tinha nome limpo e estava livre da gangue.

         _ Aquele dia... Por que você chorou tanto?

          Só havia um dia onde eu não me segurei na frente dele.

          _ Um fugitivo foi atrás da testemunha. Os fez de reféns em casa. Eu o tinha na mira. O comandante queria que ele fosse levado vivo, de volta para a prisão. Ordens superiores. E eu não podia desobedecê-lo. Não tive permissão para atirar. O fugitivo atirou na criança. Depois nos pais. Por fim, se suicidou. Eu vi tudo e não pude fazer nada. A sensação de impotência acabou comigo. Eu senti raiva. Me senti inútil. Questionei meu trabalho. Eu só... Não consegui lidar com a culpa.

             Daryl me abraçou. Eu respirei fundo, sentindo o perfume dele.

             _ Você é muito boa no seu trabalho e não tem culpa pelo que aconteceu. Tenho certeza que salvou muito mais vidas.

           _ Sim. Inclusive pessoas que seriam escravizadas por membros daquela gangue.

           _ Que finalmente foi desfeita. É tão bom ser livre e poder fazer o que eu quiser. Estive pensando... A gente tinha combinado de morar juntos. Meu irmão acabou fazendo isso primeiro.

          _ Quer que eu vá para a sua casa?

         _ Eu quero ir para a sua. Ser vizinho do meu irmão. Poder conviver com meus sobrinhos. Você não precisa ficar longe da sua amiga. O que me diz?

          _ Deixaria o luxo da sua mansão, para viver na minha casa simples?

          _ A única riqueza de verdade é a família. Eu e Matt nunca tivemos uma completa.

           _ Por mim, tudo bem. Pode vir morar comigo. Se eu gostar de você, eu caso. Vai depender se consegue ser fiel, ou não.

          _ E se eu não for?

          _ Aí vamos ter um relacionamento aberto. Porque se você pode, eu também posso. E eu não vou casar com você. Porque quando cansar te mando embora.

           _ Nada de relacionamento aberto. Você é minha! Eu serei fiel. Matt consegue. Por que eu não conseguiria?

           _ Vai competir no número de filhos também?

Is It Love? Carter Corp - Amor e PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora