Carina

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     Esperei um tempo antes de tentar me aproximar de Daryl. Em respeito ao seu luto. Foi uma situação triste e revoltante. Suzy conseguiu o que queria. Pior foi ver os gêmeos tentando consolá-la, como se ela estivesse sofrendo e a garota tentando usar isso para conseguir o carinho dos dois de volta.

       Liguei para o celular dele, me preparando para insistir até ele atender. Alguns instantes depois eu ouvi sua voz arrastada dizer...

       _ Eu não estou!

       _ Daryl, eu sei que o momento é ruim. Mas se isolar não ajuda.

       _ E agora a perigosa está preocupada comigo? Me poupe. Eu sei que você me odeia.

       _ Eu não gosto das suas atitudes, mas acredito que todo mundo pode mudar se tiver vontade. Pessoas amadurecem.

       _ Eu nasci podre!

       _ Se não quer conversar esquece. Só não diga que eu não tentei ser legal com você.

       _ Quer ser legal comigo? Vem dormir na minha cama.

       Desliguei o telefone. Não ia tolerar desrespeito por ele estar sofrendo. Se não fosse pela missão, eu não entraria em contato com ele. Como podia ser tão diferente do Matt?

     Ele me ligou e contrariada eu atendi.

       _ Ei, perigosa. Que mal educada. Desligando na minha cara.

      _ Você que é um idiota que desrespeita todo mundo. Por isso, no fim das contas, as garotas escolhem o seu irmão!

       Silêncio do outro lado. Quando ele voltou a falar sua voz era fria. Acabaram as gracinhas.

       _ Claro. O certinho é melhor que o cafajeste. Mas não esqueça que apesar de preferirem ele, elas sempre vêm para a minha cama.
   
       _ É por isso que você tenta disputar as garotas com seu irmão? Desiste. Elas podem aceitar te usar. Mas no fim do dia é para os braços do Matt que elas voltam. Você se comporta como um garoto de programa. Elas só te vêem como objeto de prazer e mais nada. Não tente disputar com o Matt, você não chega nem aos pés dele e ter a aparência semelhante não faz diferença. Garotas precisam de coração e você não tem.

       _ Eu vou fazer você engolir cada palavra que disse. Afinal, não ligou para me consolar?

       _ Sim, eu liguei. E você me tratou feito uma das suas putas. Então... Vá para o inferno, Daryl!

       Desliguei de novo e bloqueei o número dele. Eu estava provocando ele para ver se reagia e baixava a guarda. Joguei sujo mesmo. Mas com ele as táticas normais não funcionavam. Se eu queria criar um laço de confiança para ele me contar sobre a gangue, teria que agir como se não estivesse interessada em sua vida. Ou ele perceberia minhas intenções.

         Vi as fotos que Eva mandou, falando que foi visitar Elisa. Eu estava preocupada com a reação de Suzy, ao saber que eram quatro crianças do Matt, no ventre dela. Agora que Estela não resistiu e ela não tinha mais útero.

       Ouvi o barulho do motor de um carro potente estacionando na frente da minha casa. Olhei pela janela o automóvel vermelho chamativo e o moreno que saía do carro com uma pose arrogante de vitória. Ele conseguiu meu endereço. Isso indicava que eu estava perto de ter êxito na missão.

       Deixei ele tocar a campainha até perder a paciência, antes de atendê-lo.

       _ O que faz aqui?

       _ Você desligou na minha cara duas vezes e ainda bloqueou o meu número. Vim ver sua coragem cara a cara comigo.

      _ E porque te importa o que eu faço? Era só me ignorar.

Is It Love? Carter Corp - Amor e PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora