Elisabete

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        Matt parecia empolgado de mais, quando me buscou para irmos ao obstetra. Ele pegou um carro emprestado com o irmão. Já que grávidas não podem andar de moto. Segundo os conselhos de quem já perdeu um bebê assim. Eu que não me arriscaria. Nem andaria de avião, ou entraria na piscina. Também estava evitando a canela. Ainda lembrava do chá que Suzy me ofereceu.

           _ Vamos?

           O sorriso dele era tão bonito, que eu acabei sorrindo junto.

           _ Eu volto logo, mãe. Tem certeza que não quer ir?

          _ Sim. É um momento dos dois.

          Eu tinha a impressão de que ela estava tentando juntar nós dois. O que me deixava em uma situação complicada. Já que meu pai não queria eu perto dele.

            Matt dirigia de forma cuidadosa. Tocava reggaeton e os vidros estavam abaixados. Eu usava uma saia longa, preta. Uma blusa de mangas compridas, verde água. Bem soltinha. Uma sandália sem salto. Ele usava a touca de sempre. Pulseiras grossas de couro, marrom. Uma camiseta preta. Calça jeans azul. Cinto preto, com correntes de pratas. E um coturno. O que me surpreendeu. Já que ele não estava de moto. Mas compunha seu estilo badboy.

             Com os olhos fixos na estrada, ele deu um sorriso de lado e perguntou...

           _ Por que está me secando tanto? Resolveu mudar de ideia?

           _ Não. Só estava imaginando duas miniaturas suas, correndo pela casa. Você é bem gato. Admito. Meus filhos serão lindos.

           _ Minhas filhas serão maravilhosas. Porque você é linda e fofa.

           Ele trocou de marcha e deixou a mão escorregar para a minha barriga. Já estava acostumada com o contato dele. Mesmo que ficasse tensa com suas segundas intenções.

           _ Seu irmão te contou?

           _ Que você deixou ele se aproximar? Sim. Obrigado! Não sabe o quanto é importante para mim. Vai fazer bem para ele, conviver com as crianças.

           _ Não sei se é boa ideia. Mas ele é seu irmão. Gêmeo. Entendo a ligação de vocês.

           _ Daryl não é tão mau quanto pensa. Você vai gostar dele com o tempo.

           O doutor que costumava acompanhar minha gravidez, antes de eu passar aqueles meses fora, me cumprimentou com um sorriso no rosto.

           _ Olha aí você. Fiquei feliz quando soube da sua volta. Seu caso é raro e por isso é um acréscimo muito significativo na minha carreira. Nunca acompanhei quadrigêmeos.

           _ Imagino que seja uma boa fonte de estudo. Médicos nunca param de aprender, é o que dizem.

            _ Sim. E o papai veio junto. Muito importante isso. Pode filmar se quiser.

            As imagens da ultrassonografia morfológica eram mais visíveis e bonitas. Por nos mostrar colorida. Variando em 3D, as imagens paradas. E 4D, as imagens em movimento. No nosso caso, era a primeira opção.

             _ Vê aqui. Mono-amniótico e mono-coriônico. Uma placenta e uma bolsa amniótica. Tanto com os bebês da esquerda, quanto os da direita.

             _ Você odeia gêmeos compartilhando tudo. Mas isso é inevitável nessa situação. _ Matt comentou.

            _ Vou ensiná-los a ter sua individualidade quando nascerem. _ garanti.

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