A primeira coisa que fez ao perceber que Jimin dormia pesadamente foi conferir seus bolsos. Ele carregava nada além de um celular, e assim como a porta da entrada, que precisava da digital de Jimin para ser aberta, também o celular pedia o mesmo código para que seu sistema fosse acessado. Jungkook silenciosamente tentou fazer a ligação para um número de emergência, onde talvez conseguissem localizá-lo, mas ali onde estavam não havia sinal. Além de ser distante da cidade e de torres de transmissão, ainda estavam no subterrâneo, e provavelmente a área havia sido construída para manter prisioneiros isolados, então propositalmente ele estava sem acesso ao resto do mundo.
Falou um palavrão sem emitir sons e tentou pensar no que fazer. Tudo era extremamente arriscado, mas Jungkook não tinha nada a perder. Verificando constantemente se o sono do outro estava pesado, carregou o corpo dele com máximo de cuidado para não acordá-lo, até que estivessem perto da porta. Teve que lutar contra o sono que ele próprio sentia ao manusear o corpo do mais velho. Aproximou aquela mão pequena da maçaneta e fez com que as digitais dele fossem lidas. A porta estava destrancada, como indicava o clique que ouvira.
Devolveu Jimin ao chão com cuidado e enfiou o celular em seu próprio bolso. Abriu com cautela a porta, verificou que o corredor largo, quase como um pátio era também longo, mas estava vazio e as portas do que pareciam ser outras celas como a sua estavam fechadas. Jungkook descobriu-se um prisioneiro da última cela, então correu na direção oposta, onde provavelmente encontraria a saída.
Antes de encontrá-la, foi surpreendido pelo estrondo de uma porta se abrindo, e atrás dele, alguém o perseguia e gritava por outros nomes.
-Namjoon, Yoongi, Hoseok!
Jungkook não parou de correr, nem mesmo quando viu uma porta à sua frente se abrindo. Ouviu que outras duas portas atrás dele, uma à sua direita e outra à sua esquerda se abriam. Estava cercado por todos os cantos. De dentro das portas saíam homens que punham-se em posição de luta.
Jogou-se em direção ao homem à sua frente, provavelmente protegendo a saída da qual Jungkook havia chegado tão perto. Sabia que tinha pouca chance ou nenhuma, e talvez por tentar fugir tivesse o mesmo destino que sua prisão acabaria resultando daqui a um tempo: a morte. Justamente por isso, lutava para passar por aquele homem, mas ele era alto e tinha uma força muito maior que a dele ou mesmo a de Jimin. Logo, os outros também o alcançaram e Jungkook fora imobilizado. Seus joelhos estavam no chão e sentia que alguém pisava sobre suas panturrilhas para mantê-lo daquela maneira. Eles não pareciam fazer força para segurar seus braços elevados. Todos aqueles três homens tinham cabelos acinzentados e as peles pálidas, como se não vissem a luz do sol a muito tempo. O homem que chamara os outros se abaixara para olhar o rosto de Jungkook. Não havia muita preocupação ou intenção clara de ameaçar a Jungkook naquele rosto de proporções perfeitas, mas ele sustentava uma postura intimidante com seus ombros largos.
-É o menino do Jimin.
-Porque ele está aqui sozinho? – O outro homem, franzino, de estatura baixa perguntou, mais impaciente que o anterior. – Como ele conseguiu escapar?
De repente, uma voz séria, mais grave e contida fez uma só pergunta.
-Onde Jimin está?
O homem era alto, tinha pernas arqueadas e embora estivesse com o semblante tranquilo, não parecia tão despreocupado quanto o primeiro ou tão pequeno quanto o outro homem. Ele era o que mais preocupava Jungkook, e pelo jeito que a fala dele havia feito todos os outros mudarem de postura, parecia ser o líder deles. O questionamento dele se converteu silenciosamente em uma ordem de ação.
Jungkook sentiu as mãos em seu pulso se afrouxarem para depois um outro par de mãos segurá-los. O homem de ombros largos é que o segurava agora, e ele pisava com ainda mais força sobre suas panturrilhas. O homem que se afastara era o único que ainda não havia falado nada. Indo na direção de onde Jungkook havia acabado de voltar, em pouco tempo voltara puxando Jimin pelo pulso. Jimin parecia um pouco contrariado em estar ali e também um pouco surpreso ao ver Jungkook.
-Namjoon-hyung, eu não sei como isso aconteceu... eu só...
-Foi um grande descuido. – O mais alto, que parecia o líder respondeu, confirmando sua posição de autoridade naquele grupo, já que ele parecia julgar e sentenciar o mais novo - Outro grande descuido, melhor dizendo. Além de trazer esse menino pra cá.
Jimin parecia irritado, mas não reagia ao que seu hyung dizia.
O homem franzino de tom irritado interrompeu:
-Faça ele dormir logo, Jimin. Vamos devolvê-lo à cela e não cometer mais um erro deixando que ouça toda essa conversa.
-Yoongi tem razão – Namjoon respaldou a ordem do outro – E vamos conversar com você lá em cima, na minha ala, depois que terminarmos de nos alimentar.
-Sorte a sua que vamos terminar de comer, Jiminie! – O homem de ombros largos e rosto perfeito brincou enquanto Jimin se abaixava para ficar na mesma altura de Jungkook – Você sabe que eu fico com péssimo humor quando preciso resolver coisas sérias e estou com fome.
-Se você não se comportasse como um ajhussi fofoqueiro e não tivesse mandado Taehyung vir falar comigo, ele não teria ouvido nossa conversa. – Jimin tocou o ombro de Jungkook mas continuava falando com o mais velho. Jungkook sentia como Jimin estava emburrado, mas ele também tinha um pouco de medo, provavelmente da tal conversa séria que teriam a seguir – Eu não queira mantê-lo aqui. Jungkook poderia ter simplesmente ido embora depois de dormir aqui. Você e sua boca grande, Jin-hyung!
Jimin finalmente olhou para os olhos de Jungkook e deu um sorriso fraco como quem diz "sinto muito", depois se concentrou por alguns instantes, bocejou ele mesmo, e em pouco tempo Jungkook estava com muito, muito sono.
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Noites vivas - Jikook
VampireJungkook é despertado com um beijo por Park Jimin sem se lembrar como o conheceu e porque ele diz que o salvou. Sozinho e sem meios de voltar pra casa, resolve tentar seduzir Park Jimin, para conseguir sair dali aquela noite. Ele nem imagina com que...