2. Onde vive Park Jimin

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Jungkook havia se assustado no início daquela viagem em rápida velocidade, mas com o tempo, entendeu que havia algo que não conseguia captar com precisão no comportamento de Jimin que pudesse justificar tanta pressa. Talvez ele precisasse tomar algum remédio com hora marcada? Talvez vivesse em algum lugar com toque de recolher e regras rígidas? Era um pouco estranho pensar assim, já que alguém com o poder aquisitivo para possuir um carro potente e luxuoso como aquele provavelmente não era limitado por outras pessoas. Talvez Jimin só estivesse cansado, afinal ele também estava sujo e coberto de sangue, o que indicava que a noite havia sido uma aventura para ele também. Jungkook precisava saber o que havia acontecido com mais detalhes e perguntaria assim que tivesse uma chance. A curiosidade e o perigo daquele trajeto poderia tê-lo deixado ansioso, mas estranhamente, também sentia uma enorme calma ao sentir o toque da mão dele em sua coxa.

Jimin rumava para uma zona tão afastada da cidade quanto o lugar da festa onde haviam se conhecido, por isso a viagem, embora não muito longa, havia sido feita toda em silêncio. Ele olhava constantemente pelo retrovisor, nervoso, e à medida que o dia clareava ele acelerava mais. Jungkook sentia-se preocupado, é verdade. Mas era tarde demais para mudar de ideia. Afinal, ele é quem aceitara entrar no carro. Sinceramente, tendo visto que o local em que estavam antes já havia se esvaziado, Jungkook precisava da carona, de algum lugar para ir, até porque sem celular, não podia pedir um carro para busca-lo ou perguntar se os amigos ainda estavam por perto do lugar em que a festa havia acontecido. Apesar de desconfiado, ele sabia que era mais forte e maior que o outro, em caso de alguma coisa acontecer. De qualquer modo, durante aquele beijo, ambos pareciam querer a mesma coisa. Não haveria perigo algum, ou assim ele torcia.

Jimin finalmente quebrou o silêncio, não com uma palavra mas com um som de alívio ao ver-se diante de um muro construído com pedras, madeira e coberto por telhas. Poderia ser como um muro tradicional das casas antigas, mas era muito mais alto, o que era incomum para aquele estilo na arquitetura coreana. O portão era de madeira, como esperado nas casas tradicionais, mas um dispositivo eletrônico o fazia se com um som mecânico característico. O outro som foi feito por Jungkook, fascinado pelo que via, à medida que o portão terminava e se abrir. Estavam diante de um grande palácio em arquitetura tradicional coreana com um grande jardim florido e bem cuidado à frente da construção principal. Jungkook não entendia muito de história para identificar o século ao qual aquele tipo de arquitetura pertencia, nem sabia se aquele era um lugar histórico, construído a centenas de anos ou se a aparência era apenas inspirada em épocas anteriores, mas sabia que era um lugar luxuoso. Junto às paredes coloridas e aos telhados ornamentados, no entanto, as janelas e portas estavam pintadas de preto, algo que até alguém que desligado da história arquitetônica do país poderia achar incomum. Não se sentia à vontade para discutir essas peculiaridades, mas não conseguia negar que estava espantado com o luxo.

-Você mora aqui?

-Durante esta temporada, sim.

-É muito bonito!

Jimin apenas sorriu, embora ainda parecesse um pouco nervoso, enquanto parava o carro diante de um dos primeiros blocos da grande construção central, que parecia ser dividida em alas e desceu do carro, apressando-se para abrir a porta e passar por ela. Jungkook se movia para acompanha-lo, não sem antes observar atônito a magnífica construção. O dia começava a clarear e a ornamentação em dourado, vermelho e branco começava a se destacar, mas ele não veria os detalhes se dependesse de Jimin, que mantendo-se dentro da casa, apenas puxou Jungkook pelo braço.

Jungkook tirou os tênis enlameados e os deixou ao lado dos sapatos de Jimin, que embora estivessem tão sujos quanto os seus, eram visivelmente caros. Depois observou a entrada da casa. Ao contrário do que esperava, a julgar pelo exterior tradicional, a casa era bastante moderna. A sala era luxuosamente decorada, equipada com aparelhos caros e havia uma predominância de tons escuros nos móveis e paredes. Os móveis eram antigos e haviam muitas pinturas e inscrições em caracteres chineses, japoneses e coreanos pelas paredes. Talvez Jimin fosse um daqueles caras ricos, excêntricos e fascinados pelo passado. Jungkook foi tomado por uma timidez repentina. O que iria conversar com um cara tão interessante? Ele era só um cara que vivera a maior parte da sua vida jogando videogame e treinando para cantar, sem conhecer muitas coisas da vida, sem muita experiência ou vivência dessas coisas que caras como Jimin pareciam gostar. Então olhou para a bunda dele dentro daquelas calças que embora sujas, contornavam perfeitamente cada músculo. Talvez não precisassem conversar muito e já seria bom o suficiente. Quando tivessem terminado o que quer que rolasse a seguir, pediria emprestado o celular de Jimin para sair dali e talvez nunca conversassem de novo mesmo.

Continuou-o seguindo casa adentro, e notou que todas as janelas estavam fechadas e pintadas de preto, também por dentro. Haviam algumas portas direcionadas para outros cômodos, mas não parecia que havia mais ninguém morando lá. Era uma casa bonita e até espaçosa, mas Jungkook se sentia uma pouco sufocado ali, sem entender bem o porquê.

-A sua casa é muito muito bonita, hyung. - Jungkook disse, tentando espantar o constrangimento.

Jimin deu um sorriso torto mas logo deu as costas novamente para o outro e continuou andando enquanto tirava o paletó cheio de terra, folhas e sangue. Desconsiderou o elogio e concentrou-se em algo mais prático.

-Precisamos de um bom banho. – Jimin afirmou, entrando em um cômodo e em seguida voltando o corpo um pouco para trás, encarando Jungkook, ainda atento à decoração – Eu e você.

Jungkook entendeu a insinuação muito bem e entrou no banheiro, surpreendendo-se com Jimin já desabotoando a camisa. Logo a camisa estava no chão. Jungkook olhou para ela, evitando olhar diretamente aquele corpo definido e especialmente pálido em contraste com as paredes escuras do banheiro. Olhou para as próprias roupas, muito mais sujas que as dele. Havia muito sangue na camisa que ainda usava. Ao retirá-la, tateou o próprio corpo mais uma vez e não havia nenhum sinal de cortes ou ferimentos. Ele nem mesmo se sentia dolorido. Talvez tivesse sido um corte na cabeça, que costuma sangrar muito, mesmo que pequeno. Virou-se para procurar por um espelho no cômodo mas não havia nem sinal do objeto.

Sentiu as mãos de Jimin tocando seu peito nu. Imediatamente, sentiu-se excitado. Em seguida, sentiu o peito dele contra suas costas. Quanto maior o contato entre a pele de Jimin e seu próprio corpo, maior se tornava o desejo de Jungkook. O rosto do outro estava contra seu pescoço, provocando um arrepio que percorreu todo seu corpo. As mãos de Jimin desciam por seu tronco, abrindo habilidosamente os botões da calça de Jungkook. Sentiu todo o corpo dele se aproximando do seu, assim que o outro deixou sua calça e cueca pelo chão. Ele pôde reparar que Jimin já estava completamente nu e havia um volume rígido contra suas nádegas. Embora Jungkook não tivesse muita experiência, sabia exatamente como queria que aquilo acontecesse. Sem desfazer-se daquele abraço, Jungkook levou as mãos para trás e puxou Jimin pelo quadril, para que pudesse sentir aquele volume contra si. Jimin movimentava lentamente os quadris mas era rápido com as mãos. Uma delas agarrava o pênis de Jungkook, também ereto e ambos soltavam sons de satisfação à medida que seus dedos curtos tocavam toda a extensão suavemente. Com a outra mão, segurava a cintura de Jungkook. Seus dedos deixavam marcas na pele do mais novo. Jungkook abaixou o tronco e apoiou-se na pia, levando o quadril mais para trás para que pudesse sentir tanto os movimentos do quadril e da mão de Jimin excitando-o ainda mais.

Jimin tirou a mão que segurava o quadril do outro para apertar as nádegas oferecidas a ele. Afastando o próprio tronco, observou a cena excitante. Haviam marcas de sangue já coagulado pelas costas definidas de Jungkook. Ele havia resistido ao cheiro pungente de sangue todo este tempo, mas a visão o deixava além de faminto, mais excitado. Abaixou-se e lambeu desde a cintura até o pescoço do homem a sua frente. Junto à reação lasciva, ouviu também uma risada.

-Isso faz cócegas, hyung.

Jimin virou Jungkook de frente para si. Ele ainda ria e os olhos grandes se transformaram em duas meias luas e Jimin lembrou-se porque havia se atraído por ele naquela festa. Era impressionante como aquele rapaz o deixava encantado de maneiras diferentes. Ele não era só excitante. Era também adorável. Antes que o desejo deles ficasse incontrolável, puxou-o para dentro do box de vidro ao lado da banheira, que se enchia lentamente. Ligando o chuveiro sobre os dois, declarou:

-Eu quero devorar você, Jungkook.

Jungkook segurou as mãos de Jimin sujas de sangue e começou a esfregá-las. Ambos assistiam em silêncio a água manchada de vermelho indo embora pelo ralo. Sem olhar nos olhos do outro, respondeu.

-Você pode me devorar, hyung.

-Ótimo. – Jimin beijou o pescoço do outro – Gosto quando minha comida se oferece consensualmente.

Jungkook riu da brincadeira, se ajoelhando diante do outro. Jimin não estava brincando. Mas deixou que Jungkook continuasse pensando que estava apenas interpretando um papel servil.

Noites vivas - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora