Ayla
Eu sinceramente não aguentava mais escutar todo aquele papo que a corporação deveria ser mais inteligente e conseguir pegar aquele tal homem, era o mesmo papo todo dia que chegava a hora dele e eu narrava todo em minha mente, uma puta maldição.
Eu nos auges dos meus 28 anos já estava nessa vidinha de fazer parte do batalhão de operações policiais especiais, resumindo, o famoso BOPE. Era uma coisa que eu sempre via e achava incrível, desde pequena fui na influência pela minha mãe, que era a delegada fodona. Eu fui aprendendo a gostar e amar cada coisa policial, tanto que no fim sou o que sou hoje e não me arrependo.
Acho que crescer sem o meu pai foi só mais uma motivação para eu ser essa mulher foda também, me inspirou a muita coisa. Mas todos insistem e falar que por causa disso, dá ausência daquele infeliz, eu me tornei uma pessoa totalmente fechada pra qualquer relacionamento, minha mãe fala que eu tenho medo do abandono.
Eu discordo, só não quero me envolver com ninguém, desde quando isso é algum problema? Na verdade se todo mundo seguisse os meus passos, o mundo seria uma coisa muito mais calma e tranquila na paz de todos os santos posssíveis.
Mas voltando a falar sobre meu trabalho, desde o começo desse ano que o chefe insiste em ir atrás de um fantasma, diria assim. O cara que ele quer pegar não tem foto, identidade, nem porra nenhuma, a única coisa que sabemos é que é conhecido por Ramalho, pronto.
Aí os caras insistem em culpar a gente como se a gente da equipe fosse incapaz de pegar um cara, sendo que a gente nem tem certeza se o vulgo dele é Ramalho, é foda né!?
Peguei meu carro indo pra casa, eu morava de frente à praia, junto com minha mãe. Apesar da cabeça dura das duas, a gente tinha uma ótima relação, pena que as vezes ela era dura demais comigo, por achar que eu sou ela.
Deixei o meu carro no lugar dele e peguei minhas coisas, falei com o porteiro e peguei o elevador, morava quase na cobertura, era tudo pra mim. Abrir a porta de casa vendo minha mãe sentada na mesa da sala de estar com vários papéis e computador em cima da mesa.
Natália: Boa tarde, filha.- Eu balancei a cabeça, indo pro meu quarto.
Ayla: Boa tarde, dona Natália.- Coloquei minhas coisas em seu devido lugar e voltei pra sala, beijando a cabeça dela.- Qual o caso?
Natália: Roubo de cargas.- Dei os ombros.- Vai comer alguma coisa?
Ayla: Não, vou dar uma voltinha na praia. Cadê a Alê? - Perguntei sobre a secretária do lar.
Natália: Saiu mais cedo hoje, ela disse que a filha tava passando mal.- Olhei preocupada pra ela.- Mas eu falei que qualquer coisa ela podia ligar que ia ajudar.
Ayla: Jaja ligo pra ela pra saber de algo.- Voltei pro meu quarto.
Tomei um banho e coloquei um short e uma blusinha, peguei meu celular, fone e dinheiro e desci novamente, atravessei a rua e olhei pro mar, tinha vindo até sem sandália porque é muito melhor. Desci pra areia e fui caminhando na beira do mar, enquanto escutava música. Me sentei na areia e fiquei vendo uma galera jogando bola, a maioria era de homem e tinha algumas mulheres sentadas ali perto, fiquei olhando e me distraindo com eles, até um deles vim na minha direção e eu já perder a paciência toda.
▪▪▪
@/klvitoria_
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coração vagabundo
Teen FictionDois mundos diferentes, duas vidas, ou melhor, dois opostos. A vida é meio louca e a gente nunca sabe o que tá escrito, mas em meio de tanta opção, tem aquele ditado que diz que sempre escolhemos a mais difícil e complicada de lidar.