Ayla 🥀
Cheguei em casa vendo tudo silencioso e quieto, fui pro meu quarto e me sentei na cadeira e liguei o computador, procurando ideias pra tatuagem. Admito que fiquei afinzona de fazer, na verdade eu já queria, alguém colocou ideia na minha cabeça e pronto, o ápice.
Natália: Tá fazendo o que? - Falou entrando no quarto sem nem bater na porta e eu apenas olhei pra ela.
Ayla: Procurando algumas coisas, o que foi? - Ela veio olhando a tela do computador e riu debochada.
Natália: Nem pense nisso, Ayla. Eu já deixei claro que não quero você com tatuagem.- Respirei fundo.
Ayla: Cara, o tempo que você poderia me impedir era até os dezoitos. Já sou independente, tenho meu dinheiro e só não saio daqui porque você mesmo diz que não quer ficar sozinha.- Cruzei as mãos.
Natália: Espero que não leve isso à frente, Ayla.- Me encarou.- Vim avisar que prenderam Arthur Simões, conhecido pelo vulgo Art.
Ayla: Quando? - Me levantei pegando meu celular.
Natália: Agora mesmo, estou indo pra delegacia.- Falou se retirando do quarto.
Tentei ligar o celular mas vi que estava descarregado, coloquei para carregar e fui tomar um banho, enquanto ligava o celular peguei um café e me sentei, abrindo meu whats e vi que tinha mensagem do Francisco me chamando pro batalhão, hoje era meu dia de folga.
Eu falei que logo chegava, coloquei uma calça e uma blusa e sai igual maluca descendo pro carro, cheguei no batalhão e fui direto pra sala dele, aonde o Rodrigo também estava, me apresentei e respirei fundo.
Francisco: Ayla, você poderia me explicar o por quê de você estar do lado de um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro e não denunciar ou da voz de prisão? - Encarei ele.
Ayla: O combinado foi conquistar confiança deles, certo? Eles sabem que eu sou do Bope e não fizeram nada comigo, assim me ajuda a me aproximar.
Rodrigo: Sim, eles nunca iriam pensar que você tá querendo informações, não é? - Encarei ele.
Francisco: Você deveria denunciar, sabe muito bem disso. O combinado era você se aproximar do Pt, não de outros.- Passei a mão no rosto.
Ayla: Não vai acontecer novamente.- Rodrigo riu e eu encarei sem entender.
Francisco: O certo nós achamos que é você se afastar por um tempo do batalhão.- Perdi tudo na hora, fiquei sem reação e não soube nem o que falar.- Vai ser melhor tanto pra gente não se prejudicar, nem pra você.
Ayla: Isso não é justo, se do nada a polícia chegasse ali, eles iam saber que eu que denunciei, não tem lógica. Eu não ia colocar minha vida em risco naquele momento.- Falei nervosa.
Rodrigo: Após a denúncia você poderia muito bem se retirar e aliás, não é a primeira vez que você é vista com eles.- Falou em tom de superioridade.- O melhor é seu afastamento agora, Ayla.
Ayla: Por quanto tempo? - Falei fraquinha de mente.
Francisco: Falaremos com você, na hora certa...- Eu passei a mão no rosto e me levantei.
Sai dali na força do ódio, sério! Filho da puta do Rodrigo, pela forma que ele levava tudo ali, ele já tinha planejado cada coisa. Sai indo pro meu armário e peguei todas as minhas coisas, fui pro carro e voltei pra casa, acabei indo pro mar tentando me acalmar e não deixar minha vida fixar de cabeça pra baixo.
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Coração vagabundo
JugendliteraturDois mundos diferentes, duas vidas, ou melhor, dois opostos. A vida é meio louca e a gente nunca sabe o que tá escrito, mas em meio de tanta opção, tem aquele ditado que diz que sempre escolhemos a mais difícil e complicada de lidar.