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Ayla 🥀

Tava enjoada legal já, não era nem por ele porque o papo era até bom, mas era por mim mesmo. O garoto era engraçado demais e admito que até perdi o personagem rindo das graças dele, até que eu fui chegando na parte que me interessa.

Ayla: Você é novinho demais, deveria sair dessa enquanto tem tempo.- Ele riu debochado.- Sabe qual o futuro decorado né?

Pt: Como se eu tivesse tido a escolha tanto de entrar antes, como hoje em dia de sair.- Encarei ele.- Meu futuro é a morte ue, normal!

Ayla: Claro que não menino, tu pode muito bem pagar pela lei e depois disso, ficar livre, ir atrás de algo digno.- Ele me encarou por um tempo que eu me incomodei até.

Pt: Acho que pra tu é muito fácil falar, né pô? Tu nunca deve ter visto tua mãe chorar de fome enquanto te dava o resto de um pão ou outro bagulho assim. Tu nunca deve tido que escolher entre continuar vendo tua mãe chorar, ou melhorar a vida dela de alguma forma.

Ayla: Tem tantas outras opções, cara.- Ele negou rindo.

Pt: Tu parece viver em uma bolha onde tudo é fácil né? Vai achando que eu olhei pro tráfico de cara e falei, vou nessa porque é legal.- O tom de chateação na voz dele era claro, fiquei calada por uns minutos e ele se levantou.

Ayla: Não quer comer alguma coisa? - Olhei pra ele.- O melhor cachorro quente do mundo fica ali.

Pt: Tá de caô, deve nem chegar aos pés do que tem na dona Fátima.- Eu sorri de lado e ele me puxou, me levantando.

A gente subiu pra calçada e sentamos no quiosque, percebi que seria fácil conseguir informações do Pt realmente. Em menos de duas horas de conversa, já sabia várias coisas dele e o porquê dele ter entrado no tráfico, ou seja, eu iria entrar fácil na mente dele, só precisava me aprovar mais, tranquila e calma que tudo ia dando certo.

Coração vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora