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João Victor 💸

Bagulho era que eu conseguia fingir as paradas na moral mermo, ih moleque, tava animadão com essa parada de ter um moleque, um garotão pô. Nunca planejei com ninguém, nem ficava pensando nisso toda hora, mas era uma parada que eu achava legal demais e aí aconteceu, só errei na mãe do bebê.

Tava rodando com a Emily pelo morro tentando ensinar ela a andar de moto, a gente passou metade da noite nessa, depois fui pra casa dela, comi algum bagulho por lá e depois fui pra casa, meu celular começou a tocar assim que eu cheguei e um número desconhecido, atendi enquanto abria a porta.

Ayla: João, sou eu...- Falou com voz de choro.- É a Ayla, tem como você vim me buscar?

Jv: Qual foi? - Engoli no seco a preocupação e falei no tom mais nem aí que eu conseguia.

Ayla: Contei pra minha mãe, ela surtou. Me bateu e fez eu arrumar minhas coisas e sair de casa.

Jv: Beleza, espera uns cinco minutos aí pô.- Desliguei.

Olhei pro lado e cocei a cabeça, um bagulho dizia pra eu ir buscar ela e outro negava, engoli toda e qualquer vontade e liguei pro Pt, pedi pra ele ir lá namoral e trazer ela pra cá.

Fui tomar um banho pra esfriar a cabeça, no dia que a Ayla chegasse pra pedir desculpa, eu voltava a tratar ela normal, papo reto. Mas por enquanto, bagulho vai ser tá nem ai, porque não vale a pena.

Quando ela chegou eu tava sentado no sofá, ela tava com cara de choro e entrou com umas duas malas, Pt perguntou se eu queria alguma coisa e eu neguei, ela agradeceu ele e ele meteu o pé, respirei fundo antes de abrir meu bico pra ela.

Jv: Ela te bateu? - Ayla passou a mão no rosto.

Ayla: Ela surtou por você ser essas coisas toda, bateu no meu rosto...- Falou baixo, balançando a mão.- Não tenho cabeça pra ir procurar algum lugar pra mim agora, por isso te liguei. Tava sem condições de dirigir também, meu amigo já tava dormindo e eu não quis atrapalhar.

Jv: Suave, fica lá no quarto. Qualquer coisa é só procurar aí, tô por aqui mas tu abre os bagulhos aí e olha.- Ela me olhou com a cara de criança e eu desviei.

Ayla: Tô com muita fome, eu estava na hora sagrada da comida da noite e não comi nada, ainda vomitei depois do show todo.- Encarei ela.

Jv: Tu quer comer o que? - Ela sorriu.

Ayla: Batata frita, pizza, hambúrguer, cachorro quente, pode ser uma mistura de tudo.- Neguei.

Jv: Vou pedir um bagulho de folha.- Ela riu e eu peguei o celular.

Acabei pedindo duas pizzas com ela escolhendo o sabor e fiquei assistindo televisão com ela do lado passando a mão na barriga o tempo todo.

Ayla: Eu tenho nutricionista amanhã de tarde.- Falou pensativa e eu apenas balancei a cabeça.

A pizza chegou e eu vi ela comer quase tudo, deixou uns 4 pedaços de duas pizzas e eu nem comi nada, fiquei só olhando pra ela.

Jv: Tem certeza que isso faz bem pro bebê? - Ela riu, pegando mais um pedaço.

Ayla: Preciso comer, a médica disse que ele tá fraquinho ainda, mas preciso comer coisas saudáveis.- Olhei pra pizza e depois pra ela.- Mas como amanhã vou ter uma lista de coisa que eu não vou poder mais comer, preciso aproveitar o hoje.

Jv: Vomitar no banho, eu arrasto teu cabelo pra limpar.- Ela sorriu de lado.

Fiquei ali assistindo televisão e ela ficou do lado, colocou os pés e se achou a dona do sofá, vi que ela tava dormindo e mandei ela ir pra cama, mas ela abriu os olhos, pagou de maluca e disse que não tava com sono.

Coração vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora