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Ayla 🥀

E lá estava eu, eu sabia que ele ia aparecer e não sei porque ainda sim, desci. Era o mesmo de dar ao universo uma chance de me fazer de otaria, mas eu queria mostrar que eu estava bem, queria fazer ele sofrer por qualquer olhar de indiferença, pois eu notei que mexeu com ele da primeira vez e tudo que eu pudesse fazer pra ver ele sofrer, eu iria fazer.

Eu estava sentada na areia mais afastada, olhando pro mar e bebendo meu bom drink, quando eu sentir uma presença atrás de mim, continuei quieta e me assustei, com o Pt sentando ao meu lado.

Pt: E aí, senhora.- Olhei pra ele, soltando o ar.- Se preparou pra pessoa errada, ein.

Ayla: Preparei o que? - Fiz cara de deboche e ele riu.- Mete o pé, posso te prender ainda e não vou perder essa chance.

Pt: Daí tu poderia começar se prender também, porque tu tá esperando traficante ue.- Encarei ele feio.- Vocês são mó otários.

Ayla: Tá me dizendo que eu tenho culpa? - Olhei pro mar, rindo.

Pt: Papo reto?! Em nada.- Fiquei sem entender.- Ao contrário, Jv faria o mesmo.

Ayla: Ótimo, agora mete o pé que eu não tô afim, já disse.- Ele coçou a cabeça.

Pt: Pra tu saber, não adianta ficar aqui esperando ele aparecer do nada. O menor tá cheirando cocaína agora, por enquanto deve nem saber onde tá direito, mas vai que ele lembra onde é tua casa, é mais fácil do que tu do ar aqui esperando.

Ayla: Espero que ele morra, junto com todas as drogas que ele está usando.- Sorri, vendo ele se levantar.

Pt: Comigo esse papo não funciona, Ayla. O mesmo papo eu te dou, não adianta tu prender, porque na hora de soltar, vai machucar. Fingir que tu não gosta do moleque, só faz tu gostar mais.

Ayla: Eu quero que o João Victor se foda, quero que você se foda, quero todos, todo mundo responsável, com o mínimo de culpa nesse teatro todo que ele armou, vá se foder! - Me levantei gritando com ele.- Eu não merecia nada disso, eu não deveria ter passado por essa merda toda que vocês criaram, esse joguinho ridículo, vocês já foderam com tudo, me deixa em paz.

Pt me olhou dando os ombros e balançando a cabeça e eu saí dali andando rápido, fui passando pelo meio da galera e sentir que bati em alguém, era ele, que inferno. Derrubei o espelhinho que tava na mão dele e olhei rápido, vendo que era o bonde da cocaína ali.

Ele me olhou, virei o rosto e fui saindo, mas sentir a mão dele puxando meu braço e ele susurrando meu nome. Gritei mandando ele me soltar, empurrei ele e sai esbarrando em todo mundo sem querer, entrei no condomínio e subir pra casa chorando, voltei a estaca zero.

Coração vagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora