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Milene: Você não sabe o quanto estou feliz que tu veio, Laura. — disse ela me abraçando. — Amor, amor!! A Laura veio. — ela me mostrava pro Dentinho, que estava com uns amigos, incluindo o João Henrique, que por sua vez, ficou assustado quando me viu.

Fiquei um pouco acanhada de início, mas não deu em nada não. Milene me deixou com umas primas dela que brincavam conosco, quando éramos menores e quando dei por mim, minha raba já tinha vida própria e minha mão não parava vazia.

Milene: Amiga, tem um boy ali querendo te conhecer. — me puxou pelo braço.

Laura: Cadê? — fui com ela.

Milene: Marcos, Laura. Laura, Marcos. — nos cumprimentamos com dois beijinhos e começamos a trocar ideia.

O Marcos é cria daqui, amigo de uns primos dela, mas eu nunca tinha o visto. Aliás, nunca vejo ninguém, parece que eu nem moro aqui, apesar de saber quase tudo de todo mundo, nunca sei quem é quem.

Ele trabalha de pedreiro com o pai, moram só os dois, um cara super de boa, aparentemente. Trocamos uma ideia maneira demais e acabamos ficando, nosso beijo foi gostoso, não sei se pelo fato de estar enferrujada, ou porque a coisa fluiu mesmo.

Laura: Estou ali na mesa com as meninas. — apontei. — Qualquer coisa, vai lá.

Marcos: Pode deixar, vou mesmo. Não vou te deixar escapar. —me deu um selinho e eu saí.

Tenho uma certa tolerância pra álcool, mas confesso que perdi a linha. Sabe o limite? Então, hoje ele passou longe.

Toda hora passava pelo Marcos e dava um beijinho nele, aquelas coisas, marcando território. Fui tranquila no banheiro de dentro, mas quando saí, dei de cara com o João Henrique.

JH: Vamo pra casa, Laura. — segurou meu braço com certa força.

Laura: Oi? —tentei me soltar.

JH: Bora, po. Tu já tá bêbada, já deu. — segurava mais forte.

Laura: João, me solta, você não é nada meu, cara! — sacodi o braço e ele segurou o outro, me deixando mais próxima dele.

JH: Não interessa, pô. Tu sempre vai ser minha. — puxou meu corpo pra perto do dele e mesmo sendo inútil medir forças, eu tentava sair.

O João Henrique é o filho mais velho da Kátia. Quando vim morar aqui, ele não morava com ela, eu o via poucas vezes, então, ele não era um estorvo pra mim (só em algumas ocasiões). Uma vez, na rua de casa, não me lembro bem o porquê, (eu com 14 e ele com 20, 21) acabamos ficando e eu perdi o bv com ele. A Kezia viu e contou pra Kátia, que me bateu como se eu fosse um ladrão, contou pro meu pai e eu apanhei mais.

Roger e ele ainda tentaram me ajudar, apanharam e brigaram entre si. Foi um verdadeiro auê, uma coisa horrível. Na época, o João morava com a gente e depois disso, voltou a morar com o pai. Ficamos um tempo sem contato e eu, de castigo, o que já era de se esperar. Até hoje, apesar de servirem à mesma firma, eles não se falam muito bem, mas já tivemos dias piores.

Depois de um tempo, com essa coisa de celular, WhatsApp e tudo mais, João e eu nos aproximamos, e eu criei um sentimento por ele. Não é pecado, ou é? Ele não é nada meu, não fomos criados como irmãos. Todas as vezes que ficamos, foi em algum lugar na pista, longe dos olhos e ouvidos desse morro, mas depois de um tempo, ele não conseguia se controlar quando me via aqui em cima.

ANDANÇAS - PARTE IOnde histórias criam vida. Descubra agora