JOÃO HENRIQUE
Kelly: Vamo acabar com isso logo, João. — ela chorava.
JH: Qual foi, Kelly?! Tu não me ama mais?
Kelly: João, claro que eu te amo, quem não me ama é você, cara. Olha tudo que tu me faz passar, olha tua conduta com teus filhos.
JH: Fora de lógica, então.
Kelly: Fora de lógica não, po. — ela tentava tirar as roupas do armário e eu fazendo de tudo pra impedir. — TIRA A MÃO!
JH: Qual foi, precisa disso não. A casa é de vocês, quem sai sou eu. — segurei os braços dela pra baixo. — Mas né pra botar ninguém aqui dentro não.
Kelly: Então, vou meter o pé com as crianças. — se debatia. — Egoísmo seu querer me prender, não me amar e não permitir que ninguém me ame. ME SOLTA!
JH: Não quero outro homem com meus filhos, po.
Kelly: Tá com medo deles receberem o amor que você não dá? — fiquei sem reação e soltei, deixando ela bater com as costas no guarda-roupa. — Isso aí, tu não gosta de ouvir verdade, você é um covarde. — não teve jeito, dei um tapão na cara dela, que veio pra cima de mim, me arranhou todo e eu dei um sacode nela, jogando em cima da cama.
JH: Não vou perder cabeça. To indo! — saí de lá cego, subi na moto e sumi.
Eu não gosto de sair de lógica, mas não tem jeito. Ela chama a minha negativa de um jeito surreal, toda vez é isso, mesma história.
Sempre mete e o pé e depois vem pedir pra voltar, diz que não quer que as crianças crescem sem mim, que ela me ama e que não quer me ver vivendo com outra pessoa.
Falar que eu não gosto da Kelly é forçar a barra, pô. Eu gosto dela, mas não a ponto de viver um relacionamento de verdade. Tá ligado? Eu sou filho da puta com ela e com meus filhos, admito.
Subi na boca mais alta daqui, cumprimentei os moleques e peguei um pra fumar. Preciso dar uma relaxada e deixar que a Kelly vá viver a vida dela, tá ligado?
E eu, mermo sendo todo errado, vou atrás do meu. Antes de morrer, eu ainda vou ter a Laura comigo.