Estava deitada, depois de tomar banho e fazer a janta. Peguei o celular e fui responder meus primos, que estavam ansiosos pra conhecer o meu lugar, mandei mensagem pra Maria pra saber como eles estavam também. É muito ruim se acostumar com a presença das pessoas, né? Agora fico aqui nessa casa enorme, sozinha.
Estava quase cochilando, quando ouvi a porta abrir.
Boca: Fala, dona do meu coração. — deixou as coisas na mesa e me deu um selinho. — Que cheiro é esse? Vai me dizer que tu fez aquele feijão chei de coisa?
Laura: Oi, amor. Fiz sim! — ele deitou por cima de mim e me deu vários beijos, me fazendo cócegas.
Boca: Vem, bora comer. — me deu a mão e eu levantei do sofá. — Eu tô laricado, filha.
Ele sentou à mesa e parecia uma criança de 5 anos, arrumei a comida dele, a minha e sentei ao seu lado, deixando minhas pernas em cima da dele. Falamos sobre o dia, sobre nossos trabalhos e ele cismou que queria me dar uma moto nova.
Boca: Essa ai já tá antiga, preta. — encheu a boca de comida.
Laura: Para de inventar, cara! Eu amo essa moto, roubei do meu irmão.
Boca: Tu é teimosa pra caralho. — dei de ombros. — Não deixa eu te der presente nenhum, nunca.
Laura: Claro que deixo. Você compra tudo sem eu saber, só vejo quando as coisas chegam aqui.
Boca: Para de caô, hein. Tem nada disso. — riu e me deu um selinho.
Ouvi meu telefone tocar lá na sala, na verdade, era quase um show, negócio escandaloso. Estranhei, então levantei rápido e fui correndo pegá-lo, quando olhei no visor, era a Laís.