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📞 João Henrique 📞

"Laura?"
"Oi?"
"Onde você tá?"
"Na minha tia. Aconteceu alguma coisa?"
"Aconteceu que eu quero você. Tá geral falando que tu foi embora, salão fechado e tu não tava em casa."
"Ah João, pelo amor de Deus. Usou o quê?"
"Usei nada, po. Tô purão, papo reto."
"Tá, mas tá me ligando pra?"
"Pra saber se tu meteu o pé mermo, onde você tiver, vou te buscar."
"Ah, pela hora..."
"Colfoi, vou te buscar mermo."
"João, to nem te entendendo. Não tá com a moninha aí? Respeita ela po."
"Eu posso ficar com todas as mulheres do mundo, cara. Mas nada comparado a tu. Você é a mulher da minha vida."
"Show, João. É nós!"

📞 fim da ligação 📞

Voltei pra perto do pessoal e o bofe que troquei olhares mais cedo, estava na mesa, no meu lugar, inclusive. Encostei na Carol, peguei meu copo, joguei o restinho fora e me estiquei pra pegar outra cerveja e completar meu copo.

O bonitão nem se mexeu, continuou no meu lugar e eu em pé.

Carol: Qual é a sua, Ricardinho? — deu dois tapas no braço dele. — Levanta daí pra Laura sentar.

Ricardinho: Que isso, morena, desculpa. — levantou e puxou a cadeira pra eu sentar.

Laura: Obrigada! — sorri.

Ficamos trocando olhares a maior parte do tempo, meu Deus! Vez ou outra, eu dava uma olhada no telefone e sempre tinha uma mensagem do João Henrique, to tentando entender qual é a dele, homem bobo.

Carol: Vamos subir? — terminou de beber.

Lorena: Vamos, porque se eu demorar, vocês ficam reclamando.

Levantamos, deixamos nossa parte na mesa e fomos pra casa da minha tia.

Meu pai me deu mil recomendações, parece até que eu sou um neném, mas entendi, dei um beijo nele e metemos o pé. Chegamos num blocão, paguei a entrada e já fui logo pro bar com as meninas.

Laura: Não tô acostumada com esse tipo de evento. — disse rindo. — Todo mundo de botina, chapéu, e eu aqui...

Lorena: Vai chamar mais atenção ainda, linda. — pegou um balde e eu o outro.

Carol: Fica tranquila, ninguém vai reparar sua roupa não, prima.

Fomos pra perto do pessoal, e tinha muita bebida, cada um deve ter pegado 2 a 3 baldes, fora os combos de whisky.

A noite tava gostosinha e apesar de não ser muito fã de forró e sertanejo, eu até que curti. Meu primo Victor me tirou pra dançar, e não é que me saí bem?! Rodamos o salão todo, ele chegava a estar suado.

Victor: Ô Carol. — chamou quando voltamos pra perto. — Dançar bem é genético mesmo.

Carol: Eu vi, depois quer falar que não sabe.

Laura: Mas gente, não sei mesmo não. — peguei minha carteira na bolsa que estava com ela. — Vou ali pegar uma água, quer? — fez que não com a cabeça.

Fui até o caixa, peguei a ficha e fui pro bar. Enquanto esperava, percebi uns caras falando de mim, encostados no balcão.

@: Não é daqui, né? — segurou no meu braço e eu balancei a cabeça negativamente. — Muito marrentinha. — balancei o braço e soltei.

Ainda assim, ele ficou falando umas bobeiras lá, me importunando.

Ricardinho: Tá acontecendo algo, meu amigo? — disse apertando a mão do cara.

@: Fala, Ricardinho. Bonita demais, mas muito marrenta, tem que sentir a pegada pra abaixar a bola.

Ricardinho: Não e assim não, parceiro. Tá comigo!

Laura: Pegada não sei de quê, um homem bobo desse, não deve ficar com ninguém. Palhaço! — revirei os olhos, peguei minha água e ele ficou falando merda pra lá.

ANDANÇAS - PARTE IOnde histórias criam vida. Descubra agora