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Laura: Eu hein, quero falar com ninguém não. — guardei o celular no bolso de novo, terminei de fazer a caipirinha e voltei pra mesa.

Fiquei pensando na ligação mesmo, pensei até em mandar mensagem, mas não, vou segurar a minha onda, o papel de palhaça tem passado dos limites.

Bem alteradinha, comecei a dançar com as meninas, jogando com vontade, até descalça eu fiquei. Dei um tempinho e fui ao banheiro, fiz meu xixizinho, lavei o rosto, dei uma ajeitada no cabelo e voltei linda.

Boca: Da pra trocar uma ideia contigo? — me parou na porta do banheiro.

Laura: Agora não. — desviei pra sair.

Boca: Depois?! — levantei as mãos em forma de não sei e voltei pra onde estava.

Quase 2h e pouca, Maria Fernanda deu um PTzão e eu desci pra cuidar dela. Meu irmão tava desesperado, serve nem pra cuidar da namorada, emocionado. Botei pra vomitar, dei banho e botei pra dormir.

Laura: Tem que ficar de olho aí, porque se ela for vomitar, pode engasgar. — ele assentiu e eu saí. Aproveitei pra tomar um banho também, né? Coisa rápida.

Voltei e as meninas estavam na sala, com uns amigos do meu irmão, geral tinha metido o pé, mas somos inimigos do fim, então...

Liara: Amiga! — se jogou ao meu lado no sofá. — Posso te pedir uma coisa?

Laura: Desde que não seja impossível.

Liara: Dá uma chance pro Boca.

Laura: Falei que não era pra pedir o impossível, cara. — revirei os olhos.

Liara: Amiga... Conversa, só.

Laura: Ai cara, tá. Vai beijar na boca, vai! — dei um empurrãozinho nela.

Ficamos até tarde lá, jogamos 31, e eu nunca. Eu já não respondia mais por mim, tava alucinada mesmo, há muito tempo não ficava assim.

Já estava amanhecendo quando todo mundo foi embora, eu subi, chamei o dedo na goela, tomei mais um banho e deitei só de calcinha. O mundo inteiro a minha volta rodava e eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Fui na cozinha, peguei uma Coca de 600ml e voltei pro quarto.

📱Boca 📱

B: To aqui fora
B: dx eu subir
B: Vamo conversar

Laura Patrícia ✨: Chatão...
Laura Patrícia ✨: Tô bebada. Vou conversar o quê?

B: Eu falo e tu escuta
B: colfoi

Laura Patrícia ✨: Tá.

📱 fim da conversa  📱

Não deu 1 minuto, o Boca já tava no meu quarto, um cheiro de maconha que me enjoou na hora e eu saí correndo pro banheiro.

Boca: Colfoi... — ficou me encarando quando voltei pro quarto. — Foi mal.

Laura: Tá. — peguei uma blusa masculina no armário e vesti. — Agora fala, o que você quer? — sentei na cama.

Boca: Tu tá disposta a me ouvir? Vai ficar de julgamento?

Laura: Fala logo, cara. Já deixei você vir aqui, não deixei? Então...

Boca: Já é, precisa dessa ignorância não. — respirou fundo. — Quero te pedir desculpa por causa do bagulho lá com a mina, fui cabaço. Eu gosto pra caralho de você, Laura, papo é reto. Quero te levar pra conhecer minha mãe, quero a vida contigo, andar na linha, parar de doideira, tu me deixa maluco, po.

Laura: Tá desculpado. — veio pra me dar um beijo e eu saí. — Desculpei, mas não sei se quero ficar junto. Preciso saber até onde você tá disposto a ir por mim, no caso, pela gente... Não é assim, tão simples.

Boca: De boa, pelo menos to desculpado. — sorriu. — Vou te mostrar que tu não vai se arrepender.

Laura: Ta bem! Vou dormir agora. — me arrumei na cama, ele me deu um beijo na testa.

Boca: Posso ficar aqui contigo?

Laura: Pode. — virei de lado, me encolhendo, enquanto ele fazia carinho na minha cabeça.

ANDANÇAS - PARTE IOnde histórias criam vida. Descubra agora