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LAURA

Por qual motivo eu demorei tanto pra ficar com o Vagner? Não me recordo. Deve ser porque eu sou burra, só isso explica, mas esquece, já passou e eu não quero mais nada. Mais ninguém.

Nossa noite foi incrível, perdi as contas de quantas vezes ele me levou ao limite. Dizem que transar com quem a gente ama é bom e eu confirmo, digo mais, é maravilhoso.

Nosso domingo foi incrível, passamos juntos em família, passeamos, tomamos sorvete, era mais uma parte do meu sonho se realizando.

Voltamos pra casa cedo, ele trabalhava no dia seguinte eu precisava pegar estrada.

Vagner: Não vou demorar pra ir. — estávamos abraçados — Eu já não consigo ficar muito tempo sem você.

Laura: Não demora mesmo não. — dei beijos em seu pescoço — Eu te amo, tá? Não esquece.

Vagner: Eu te amo também, minha preta. Assim que chegar me avisa. — nos beijamos e eu entrei no carro.

Nossa volta foi tranquila, Joice dormiu o caminho todo. Cheguei e fui direto na dona Lurdes almoçar, fiquei mais um tempinho e fui pra casa, estava com saudades o meu lar.

Estacionei o carro na garagem, tirei a Joice e depois voltaria pra tirar o resto das coisas. Estava brincando com ela, no caminho até a porta da cozinha e senti algo estranho, parecia cheiro de maconha, não sei...

Entrei, deixei a chave no balcão e estava indo pra sala, quando vi tudo revirado. SIM, a sala da minha casa estava de cabeça pra baixo, minha televisão estava quebrada, meus vasos, minhas plantas decorativas, os porta-retratos, TUDO. As únicas coisas intactas eram a mesinha de centro e o sofá, onde o Boca estava sentado.

Pensei em recuar, mas já era tarde. Ele já havia me visto, seus olhos eram brasas, seu nariz estava um pouco branco, no chão, perto de suas pernas haviam algumas garrafas de cerveja e em seus dedos, um cigarro de maconha.

Boca: Demorou pra caralho. — disse em tom alto.

Joice: Papai. Papai. — fez festa, mas não a soltei.

Boca: Me dá minha filha aqui. Vai me impedir de ficar com ela agora? — levantou e eu fechei os olhos, abraçando-a.

Eu não temia por mim, afinal, eu não tenho nada a perder. Eu temia por ela. Dei dois passos pra trás, eu tremia muito e parecia que ele andava a 100 km, enquanto eu andava a 2.

Chegou perto de mim em fração de segundos, segurou forte no meu cabelo, que estava preso em um coque alto e aproximou a boca do meu pescoço.

Laura: Por favor, não faz nada com ela. Me solta, você não é assim. Não é agressivo. — eu pedia com a voz trêmula e ainda de olhos fechados.

Boca: Tá maluca? — gargalhou. — Você me obriga a ser assim.

A essa hora, as lágrimas escorregavam livremente pelo meu rosto. Eu só conseguia pedir a Deus pra proteger a Joice, e que não me desse uma morte dolorosa.

Ainda de olhos fechados, com as pernas falhando, sentia seu nariz passar pelo meu pescoço, enquanto ele meio que puxava o meu cabelo.

Boca: Volta pra mim, Laura. Olha pra gente, olha pra nossa família. — eu não conseguia respondê-lo.

Seu comportamento oscilava. Hora ele gritava comigo, hora ele dizia me amar e que queria nossa família de volta. Ele estava completamente drogado. Fiquei por uns 10 minutos tentando convencê-lo de ir embora, mas por alguma força do além, meu irmão e o João Henrique apareceram lá em casa.

Roger: QUE PORRA É ESSA, BOCA? — meu corpo até relaxou, quando ele entrou pela porta e veio pra cima do Wellerson.

João já vinha na agressividade, mas meu olhe o fez frear e ele só ajudou que o meu irmão o tirasse de perto de mim.

Boca: Me solta, porra. Eu quero minha família de volta, po. — ele media força com os meninos. — João, não adianta que tu não vai pegar a Laura.

Laura: Boca, a Joice tá aqui. Ela está vendo e ouvindo tudo. — eu dizia na esperança de que ele parasse, já que a Joice é uma das pessoas mais importantes da vida dele. E ele não ia querer que ela tivesse medo dele.

Depois de um certo tempo, os meninos conseguiram tirá-lo de lá. Logo o João voltou, e eu ainda estava na mesma posição, olhando pro estrago que ele havia feito, com a Joice no colo.

JH: Me dá ela aqui. — me deu um copo d'água e pegou a Joice, que chorava.

Eu tremia mais que vara verde, enquanto o João distraia a Joice na varanda de trás, olhando as coisas.

ANDANÇAS - PARTE IOnde histórias criam vida. Descubra agora