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VAGNER

Não posso mentir dizendo que a Laura não mexe comigo, porque mexe e não é pouco. Porém, essa coisa de não saber o que o outro quer é perturbador, pelo menos pra mim.

Tivemos oportunidade, e não fizemos nada porque não quisemos, certo? É isso.

Apesar de não conseguir me desprender dessa situação no início, depois de um tempo, consegui tirar de ideia e me entregar ao novo.

Conheci a Mayla em uma dessas entregas que faço pelo morro, bati o olho e já deu aquele match, trocamos número, e aí começamos a ficar. De início, fiquei escaldado, confesso que sou emocionado e não tenho muito critério quando o assunto é relacionamento.

Minha mãe e minha irmã não aceitaram muito, aliás, não aceitam até hoje. Dizem que foi tudo muito rápido e que isso não pode ser normal. Sem contar na Manu, que vive me deixando de saia justa falando da Laura.

Fico impressionado em como a Laura conquista as pessoas ao seu redor, ela é cativante, não tem jeito. Pra uma pessoa não gostar dela, só por inveja mesmo.

Como dizem minha mãe e Vanessa, foi tudo mesmo muito rápido, a gente não tá nem a 1 ano junto e já noivamos, mas fiz o que senti que deveria fazer, tá ligado?!

Tô ajeitando o segundo andar lá de casa, as coisas andam meio apertadas, mas vou conseguir. Quero deixar tudo pronto pra quando a gente casar, que deve ser no começo do ano que vem...

Hoje no aniversário da Manu, não pude deixar de reparar o quão bonita a Laura está. Perdi um tempo olhando pra ela, sem neurose, eu largaria tudo... Não, eu não largaria. É injusto da minha parte!

Soube que ela está com o Boca, e espero que esse parceiro a deixe muito feliz, ela merece alguém que feche de verdade.

Mayla fica muito incomodada com ela, até porque o assunto mais dito lá em casa é esse.

Mayla: Amor, rapidinho, vou ao banheiro. — disse um pouco depois da Laura passar pro mesmo lado.

Vagner: Já é, amor. Te espero aqui. — ela saiu e logo depois, eu fui também. Parei na porta e fiquei esperando pra ver qual é, eu sabia que tinha alguma coisa.

Mayla: Olha só... — ouvi ao longe e passei a prestar mais atenção — Acho bom que você não tente acabar com meu casamento, com a minha família.

Laura: Ah ou, tu é quem? Terceira pessoa depois de ninguém, tomar no cu. Me dá licença! — saiu do banheiro como uma bala, nem olhou pra mim.

Encostei na parede e esperei.

Mayla: O-oi amor. — pude ver a surpresa em seus olhos — Vamos?

Vagner: Qual foi, Mayla? Tu veio aqui no banheiro pra arrumar problema com a Laura?

Mayla: Claro que não.

Vagner: Tá bom! Depois tu quer falar que mudou... — respirei fundo e saí andando na frente.

Mayla: Você vai ficar defendendo piranha, Vagner? — falou um pouco alto e minha mãe ouviu.

Lurdes: Quem é a piranha? De quem vocês estão falando? — balancei a cabeça negativamente.

Saí do salão e já subi na moto, Laura esperava minha mãe no carro com as meninas. Seu semblante estava fechado, eu queria ir até ela, mas não. Laura e eu não tivemos nada, eu não devo satisfações de nada pra ela, po.

ANDANÇAS - PARTE IOnde histórias criam vida. Descubra agora