META
20 ⭐️ | 10 💬Ele sempre foi muito "protetor" comigo, como se eu fosse dele, e só pudesse me envolver com ele. Inúmeras vezes, brigou com os caras que eu ficava, fazia escândalos comigo na rua, em baile, em festa. Ele não podia me ver, porque sempre inventava um jeito de me vetar, de deixar as pessoas distantes de mim, com medo de de aproximar, de tentar alguma coisa.
E esse é um dos motivos que me fazem gostar de ficar quietinha em casa, no meu canto. Evitando problemas.
Não tem muito tempo, ele assumiu uma menina aqui do morro. Uma história louca, porque eles já tinham um filho, mas pouca gente sabia.
Ela não pode me ver que quer gritar, quer juntar bonde pra me bater, e eu fico bem na minha, pra não apanhar, já que eu sou muito mole pra tudo.
Desde então, não fico mais com ele, mesmo que ele venha atrás de mim. Ele mora com ela, pelo que eu sei e recentemente, ela teve mais um filho. Mas ainda assim, ele não sossega.
No salão que eu trabalho, fico sabendo de tudo. Que mesmo eles morando juntos, ele tem outras mulheres, tem uma em cada canto desse morro.
JH: Já aguentei muito, po. A noite toda tu com aquele comédia. Chega, Laura! Você não tinha nem que estar aqui. — ele me sacudiu.
Laura: Se você não me soltar, eu vou gritar. — ameacei e tentei medir força com ele, o que foi inútil.
JH: Não vai adiantar nada. — segurou ainda mais forte e tentou me puxar.
Pra minha sorte, o Dentinho e mais um lá, apareceram. Dentinho chamou a atenção dele, que me soltou e eu voltei pra onde estava, segurando o choro.
Esse homem é um estorvo, uma pedra imensa no meu caminho. Não dá, eu não aguento mais.
Voltei pra mesa das meninas, e a Milene logo percebeu, contei pra ela o que tinha acontecido, tudo isso segurando o choro.
Ela falou umas coisas lá pra mim e eu acabei me distraindo e bebendo mais, pra esquecer esse insuportável.
Vi de longe a hora que ele foi embora, e agradeci muito a Deus por isso. Quem sabe assim eu não ia poder curtir um pouco, né?
Marcos chegou pra perto, trocamos mais uns beijos, dançamos juntos e tudo mais, até um amigo dele dar PT. Trocamos números, nos despedimos e eu continuei lá com as meninas.
Senti que já estava passando do meu limite, e as meninas não paravam. Eu não tenho pique pra acompanhar, então, me despedi delas, chamei a Milene pra me despedir e ela chamou o Dentinho.
Milene: Amor, vê alguém pra levar a Lau pra mim?
Laura: Não precisa, gente. Eu peço um mototáxi. — peguei o celular na bolsa.
Dentinho: Que mototáxi tu vai achar agora, maluca? Calma aí. — fez sinal pra um dos meninos que se aproximou, ele falou um negócio no ouvido dele, que assentiu. — Pronto, ele vai te levar lá.
Laura: Ah gente, obrigada. — Dentinho saiu de perto e eu dei mais um abraço na Milene, que me agradeceu horrores por ter ido lá.
Fui atrás do menino, contando meus passos, porque a situação estava precária. Enquanto ele foi buscar a moto, eu fiquei parada no portão, até que um carro parou na minha frente, abrindo o vidro.
JH: Entra, vou te levar pra casa.
Laura: Eu vou com o seu amigo ali. — apontei. — Obrigada, mas não preciso da sua carona.
JH: Laura, não me faz perder a razão contigo não, parceiro. Entra nessa porra, se eu sair do carro, vai ficar ruim pra tu. — dei de ombros e fui na direção do menino que acabara de parar a moto, atrás do carro dele.
Ele saiu do carro como uma flecha, tentei desviar dele, mas não deu, minha vista ficou escura e eu só senti quando ele me segurou.
Acordei atordoada, com a cabeça pesando, e um gosto amargo na boca. Passei as mãos pelo meu corpo e eu ainda vestia meu body da noite passada. Olhei pro lado e o João Henrique estava dormindo, balancei a cabeça negativamente.Sentei na beirada da cama e tentei reconhecer o lugar que estávamos.
JH: Vai aonde?
Laura: Quero ir ao banheiro.
JH: Aquela porta ali. — apontou e eu fui.
Voltei e sentei novamente na cama, de costas pra ele, que se aproximou, envolveu o braço na minha cintura e me deu um beijo nas costas.
JH: Tá de boa?
Laura: Aham. Fizemos alguma coisa?
JH: Claro que não, porra. Tá maluca? Eu só te trouxe pra cá, porque você deu teto. Tá achando que eu sou algum sem noção? Fazer as paradas contigo desacordada?
Laura: João, eu não disse isso. — ele não disse mais nada, só sentou atrás de mim, e começou a beijar minhas costas.