Liara: Menina, achei que fosse dar merda. — rimos e saímos andando. Estava contando pra elas o que a Kelly tinha falado, quando o Boca parou com a moto do meu lado.
Boca: Sobe aí.
Laura: Subo nada.
Boca: Vou te esperar no teu portão, então.
Laura: Como quiser. — dei de ombros e continuei conversando com as meninas.
Cheguei em casa e ele estava lá, encostado na moto, bem em frente ao meu portão.
Laura: Você não queria ir pra casa? — passei por ele, entrei no quintal e ele me seguiu.
Boca: Queria, mas queria contigo.
Laura: Ah, valeu! — entrei em casa e fui direto pra cozinha ver algo pra comer.
Boca: Qual foi dessa tua birra aí?
Laura: Quero saber quem eram aquelas duas emocionadas lá no pagode e saber o motivo do pedido de desculpas de manhã. — enquanto falava, preparava um miojo.
Boca: Só pedi desculpa por não ter ficado aqui contigo, po.
Laura: Vai querer sustentar mentira? — encostei no balcão, cruzei os braços e fiquei olhando pra ele.
Boca: Qual foi, Laura. Nada a ver isso aí, po.
Laura: Fala logo, porque eu conheço cheiro de mentira. — ele veio até mim e eu saí. — Não adianta, cara.
O miojo ficou pronto e eu não fiz nada pra ele, arrumei no meu potinho, peguei um copão de Coca e subi pro meu quarto.
Laura: Tu vai ficar me seguindo mesmo? — sentei na cama, pronta pra devorar meu banquete, caçar um banho e dormir.
Boca: Laura, tu vai acreditar em mim?
Laura: Você já mentiu, né? Agora quer credibilidade. Foda! — bufei. — Fala logo.
Boca: Fiquei com aquela magrinha ontem, mas não foi nada demais não, po.
Laura: Show! — fingi que ele não estava mais ali.
Na real, eu não sei se estou certa ou errada em cobrar algo dele. Porém, no final de tudo, sei que eu tô fodida. Parabéns pra mim, a mais azarada do rolê.
Terminei de comer, fui pro banho, voltei e ele ainda estava lá. Arrumei meu lado da cama, botei num capítulo de Sabrina e deitei.
Boca: Vou meter o pé. — não dei ideia. — Não dá pra ficar aqui contigo fingindo que eu não existo. — levantou, ficou me olhando e como eu não tive reação alguma, ele saiu.
Acordei com meu irmão esmurrando a porta do quarto, dei dois gritos com ele e logo botou a cara.
Roger: Bora se arrumar pra resolver o bagulho do teu pai logo. Tenho outros compromissos.
Laura: Chega devagar. Tá maluco? — emburrei e levantei, indo em direção ao banheiro fazer minhas higienes.
Depois de tudo feito botei um vestido longo, um chinelo, peguei as coisas e desci. Meu irmão não gostava de dirigir fora, então, peguei o carro e fomos. Antes disso, passamos na padaria e tomamos aquele café regado, tomei 4 copos de suco de laranja, minha verdadeira paixão.