Prólogo.

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 Julie.

Era oficial. Eu odiava meu aniversário. E só culpar uma pessoa por isso. Seu nome é William. E por quê? Melhor sentarem, pois, a história é longa.

Era mais um primeiro dia de aula em uma nova escola. Até aí, nenhuma novidade, pois era algo natural, já que nenhum lugar costuma estar pronto para me receber.

Ele estava sentado na escadaria de frente aos portões de ferro do meu, então novo colégio e eu atravessava o pátio cinza. Ele estava de cabeça baixa em um primeiro momento e tudo que eu podia ver, eram seus cabelos: um moicano volumoso em um desalinhado sexy e preto intenso.

Quando ele levantou a cabeça, nossos olhares se encontraram e foi como se o tempo parasse. Eu nunca tinha visto um castanho tão intenso e brilhante. Lembravam chocolate derretido e eu amava chocolate. Nos poucos segundos que nós olhamos, os sorrisos foram instantâneos e fiquei encantada.

Assim, desde aquele dia, passei a observá-lo discretamente, mas não tive coragem de me aproximar e conversar.

Quando soube que William se retirou do colégio para completar seus estudos em outra instituição, imaginei que nunca mais fosse vê-lo e deixei o mágico encontro no passado.

Mas tudo mudou, quando eu resolvi fazer uma conta em uma rede social e encontrei um grupo de ex alunos e seu perfil estava entre os membros. Ele estava diferente. Mais homem. Não era mais magro como na época da escola. Agora estava mais musculoso e com traços marcantes e as únicas coisas que continuam idênticas são a cor de cabelos, seu penteado e seus olhos. De repente, me lembrei de algo que sua mãe dizia: '' Certos homens são como vinhos, só ficam melhores com o passar do tempo. '' Para mim, isso realmente havia acontecido com ele.

Encantada, resolvi lhe enviar a solicitação de amizade, mas fiquei com medo dele não aceitar, pois, não sabia se ele recordava da minha existência, mas para minha alegria, dez minutos depois, chegou a notificação a avisando que ele havia aceitado.

Feliz e agradecida, o chamei para conversar no bate- papo particular e de repente, o que era um simples agradecimento, virou um diálogo agradável e relaxante.

Nas conversas online, me descobri encantada com seu carinho e gentileza, que o deixavam, ainda mais atraente do que já era. Das conversas online, passamos para as mensagens e ligações. Mas conforme o tempo passava, eu desejava que a ''amizade '' passasse para o mundo real. Mas sempre que o convidava para algo, ele sempre dizia não ou, não chegava a aparecer e eu começava a me questionar se ele não tinha vergonha de mim.

Mas acabei esquecendo a ideia da vergonha, quando William me visitou em minha casa a primeira vez. Tudo começou com uma mensagem.

''Bom dia princesa. Como está hoje? ''

''Sozinha e entediada. ''

'Me passa seu endereço. ''

Tentando conter a euforia, passei meu endereço e não tive muitas esperanças de que ele fosse realmente aparecer. Mas então, dez minutos depois, meu celular vibrou anunciando uma nova mensagem.

''Aparece no portão. Estou aqui. ''

Eu não acreditei no que estava lendo, tanto que precisei ler novamente para ter certeza de meus olhos não estavam enganados. Quando tive essa certeza, me lembrei de que não era possível chegar ao portão.

''Não posso. Minha condição faria isso demorar muito. ''

''Então peça para abrirem para mim. ''

Com o coração na boca, gritei para minha nana Marie e ela foi abrir para ele. A ansiedade tomava conta de mim, na medida em que escutava seus passos até o meu quarto e então de repente, ali estava ele, parado no batente da porta, de braços cruzados e com seu inconfundível sorriso torto.

_ Você veio. -Exclamei encantada. Ainda sem acreditar.

Ele entrou e se inclinou para me dar um abraço. Notei que usava roupas sociais e isso sem dúvida, o deixava mais sedutor.

_ Você disse estar sozinha e entediada. Então aproveitei a hora do meu almoço e aqui estou.

Encantada e emocionada com sua atitude, eu só pude sorrir. Iniciamos uma conversa e apesar de durar apenas dez minutos, passei a admirá-lo mais. Aquela visita se encerrou com mais um abraço e comigo ficando inebriada com seu delicioso perfume, não podendo conter o sorriso bobo no meu rosto na despedida.

Por William, também conheci uma grande amiga, que acabou se tornando uma amiga em comum dos dois. Seu nome é Luna e foi com ela que ele fez a segunda vista. Tenho que confessar que ao vê-lo acompanhado da morena, não pude deixar de sentir certo desconforto e nem ao menos, soube dizer o porquê, mas sua nova amiga me sugeriu que eu estava apaixonada por seu melhor amigo.

Me recusando a aceitar isso, procurei esquecer. Pelo menos até abraçá-lo novamente e me dar conta de que Luna tinha razão, tendo ainda mais certeza nas duas visitas seguintes.

Mas estava disposta a guardar esse amor por meu melhor amigo apenas para mim. Ou, ao menos era isso o que pensava. Até ser pressionada por ele e terminar por declarar meu amor.

Mas foi a pior coisa que podia ter feito. Ele começou a se distanciar, se tornou frio e distante, com raros momentos de carinho, que me faziam ter um vislumbre do homem que me apaixonei. Mas que voltava a desaparecer tão rapidamente quanto surgiu.

Então, ele inesperadamente começou a namorar alguém de nome Karina e minhas esperanças de ter meus sentimentos correspondidos diminuíram, mas não foram totalmente anuladas. Isso até ele anunciar seu noivado com ela no dia que eu o convidei para o meu aniversário.

_ Oi anjo, boa tarde. - Saudei animada, sem conter o tom de voz meloso.

_ Oi Julie, boa tarde. -Devolveu sério e frio.

_ Bom. -Houve uma pausa desconfortável. _ Estou te ligando para convidá-lo para o meu aniversário. -Com tristeza, me lembrei da sua namorada. _ Pode trazer Karina, se quiser.

_ Julie, não faz isso. - Tinha dor em sua voz. _ Eu não posso fazer isso com Karina e nem com você.

_ O que quer dizer? -Perguntei em um riso nervoso. _ É só um convite. Já que meu melhor amigo, sua namorada fará parte da minha vida.

_ O problema é que ela não é mais apenas minha namorada. Ela é minha noiva.

O meu mundo pareceu desabar. Meus olhos começaram a arder e as lágrimas desciam por minhas bochechas, sem que pudesse contê-las.

_ O quê? -Perguntei com a voz embargada.

_ Eu vou me casar.

_ Por que está fazendo isso comigo? Por que está me dando essa notícia no dia do meu aniversário? -Perguntei chorando ainda mais.

Mas para minha completa confusão, ele também estava se derramando em lágrimas.

_ Eu sinto muito. -Sua voz estava embargada.

_ Não. Não sente. Se sentisse, não me daria esse '' presente. ''

_ Me perdoa. - Ele chorava cada vez mais.

Eu desliguei o celular e me entreguei ao choro, a dor. A partir daquele dia, odiei seu aniversário.

Saga William &  Julie. -Contratado Para Amar. I.  Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora