Capítulo 35. -Minha Frágil Menina.

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William.

Eu e dona Lucrécia continuávamos a nos encarar em pura tensão, quando de repente escuto as portas do elevador e imediatamente desconecto nossos olhares, ao mesmo tempo em que Juan entende e pega as malas das minhas mãos e eu corro até elas. Assim, finalmente a vejo, deitada na maca.

Seu rosto parece exausto. Ela tem uma intravenosa meio arroxeada na mão esquerda, que carregava apoio do soro. Um gesso na perna direita na altura da cintura até o pé, com um lençol por cima.

Toco sua testa e ela abre os olhos, me lançando um sorriso fraco. Vê-la nesse estado, acaba comigo.

_Oi amor. -Fala carinhosa.

O uso do adjetivo aquece meu coração e sorrio.

_Oi princesa. Como se sente? –Pergunto preocupado.

_ Bem anjo. -Força um sorriso.

Imediatamente sei que é mentira. Julie é especialista em dizer que está bem quando, na verdade, não está e essa ocasião é uma delas. Ela não está bem. Parece esgotada.

Os enfermeiros chamam nossa atenção para necessidade de levá-la ao quarto. Assim, apenas dou espaço suficiente para que manobrem a maca, mas não saio do lado dela, ficando na lateral e capturando sua mão, pois, me recuso a me separar dela. Mesmo com a aproximação de sua mãe e sua tentativa dela de me empurrar. Assim, só me afasto para que os homens de branco a transfiram para a cama.

_ Mãe. –Julie diz em uma careta, já sentada na cama. _ Não me sinto bem. Preciso vomitar.

Lucrécia então do lado contrário ao meu, ao lado da cama, pega a bacia deixada ao final do colchão e coloca diante dela, enquanto eu me apresso a tirar seu cabelo do caminho, pois, a aquela altura, ela já está sem a touca. Assim, a assisto colocar seu mal estar para fora e ao contrário do que imagino não sinto nojo e sim uma necessidade absurda de cuidar dela.

_ Que vergonha anjo. Você não precisa ver isso.

_Eu prometi, não é? -Pergunto acariciando seus cabelos. _Na saúde e na doença. Está se sentindo melhor?

_Sim anjo.

Alguns minutos se passam e Julie está com a cabeça jogada no travesseiros, de olhos fechados.

_Amor. -Chama e eu não posso evitar sorrir. _Eu estou com fome. –Completa.

E com essa frase, o gargalhar de todos no quarto, foi inevitável.

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Algumas horas depois, eu estou rindo, enquanto dando o jantar na boca da minha esposa e ela está reclamando que torradas com manteiga e gelatina não podem ser considerados um jantar. Terminando por rir ainda mais quando ela tomou um gole do seu café com leite e vê que está sem açúcar, fazendo uma careta.

_ Isso não engraçado. -Retruca, fingindo estar brava. _ Isso está horrível.

_ Desculpa. -Pede ainda rindo. _ Prometo que teremos um jantar decente quando sair daqui está bem?

Ela sorri e acaricio sua bochecha, enquanto a mesma fecha os olhos e deita o rosto na palma de minha mão. Diante daquela cena encantadora, me lembro de algo.

_ Acho que tenho algo a te devolver. - Ela abre os olhos e se endireita, parecendo confusa.

Vasculho os bolsos do jeans e finalmente encontro o par das nossas alianças. Ela enfim entende o quis dizer e estende a mão direita para mim, assim, coloco o arco dourado em seu dedo novamente, a beijando em seguida e ela faz o mesmo comigo.

Saga William &  Julie. -Contratado Para Amar. I.  Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora