Capítulo 2. -Era uma vez, em agosto.

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Julie.

Ao entrar pela porta acessível do prédio em preto e prata com janelas espelhadas. Sou surpreendida pela transformação feita na recepção do primeiro andar da empresa do meu irmão. Já que ela passa de uma recepção empresarial para um salão de festas, começando pelas mesas forradas com toalhas de linho brancas e sobreposição rosa choque, louças brancas, talheres de prata e centros de mesas com vasos de cristais com rosas fúcsias, velas e taças também de cristal.

As paredes estão forradas com papel de parede com fotos minhas em preto e branco, no teto lustres de cristal estão colocados e uma pista de dança posicionada entre as mesas em branco com meu nome em rosa. Por último, onde ficavam as antigas catracas, está à mesa do bolo e a dos doces. Além da mesa do buffet de jantar do lado contrário, ao lado da mesa do DJ.

_ Estou vendo que alguém gostou da festa de aniversário que preparei. - Eu saio da minha observação com a visão de meu irmão em minha frente.

Sem graça, noto que ainda estou próxima a entrada.

_ Eu amei. -Respondo emocionada. _ Só acho que é um pouco demais. –Completo desconfortável e um pouco intimidada pelas pessoas presentes.

_ Nada disso. - Seu sorriso mostrava o quanto está animado. _ Nada é demais quando minha irmã está fazendo seus dezenove anos. Venha vamos cumprimentar seus convidados.

Ele se posiciona atrás de mim, tomando a guia de minha cadeira de rodas. Sim. Eu sou deficiente física de nascimento, pois, nasci prematura de seis e meio. Isso me ocasionou um problema chamado Paralisia Cerebral que me faz precisar do uso de andador e cadeira de rodas, que por ironia é cor de rosa.

Assim, logo sou absorvida pelo mar de convidados me saudando, acompanhada de meu amado irmão e cunhada.

_ Seu convidado de honra chegou. - Sussurra Fernando no alto de minha cabeça.

Então, quase que instantaneamente, giro o pescoço e o vejo. Ali está ele, atravessando a entrada e como um imã, nossas miradas se encontram e como a primeira vez, é como se o tempo pare.

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William.

Eu estou na casa que divido com aquelas que chamo de mulheres da minha vida: minha mãe Helen, minha tia Helena e minha avó Eleonor. E de frente ao espelho de porta do meu guarda roupa, vivo um dilema: ir ou não ir na festa de aniversário da garota que sei que quebrei o coração. Nem sei se ela realmente me quer lá, pois, pelo que deu a entender foi ideia do seu irmão. O que me leva a pensar que o executivo conhecia nossa história e que talvez, não quisesse me ajudar por partir o coração de sua irmã.

Mas a verdade é que eu preciso desse empréstimo. Ou posso perder minha casa. Ou, é isso que eu procuro dizer a mim mesmo. Não sei dizer ao certo. Mas estou a caminho do endereço do irônico evento. Meu nervoso pode ser sentido de longe. Mesmo que estivesse sozinho no carro. Por isso, quando entro no estacionamento próximo a empresa, que foi indicado pela aniversariante, meu alívio não veio. Na verdade, eu estou mais tenso do que nunca estive e fico cada vez mais.

O arranha céu chama atenção pela placa em sua fachada preta com um dragão chinês em prata com o nome da empresa entre suas curvas. O dragão parecia ser o símbolo da empresa, pelo óbvio nome de Dragon Tec. Eu ri da conclusão boba e mais uma vez soube que eu e Julie somos de mundos totalmente diferentes.

Entro pelas portas giratórias, ao lado da rampa de acesso e porta acessível,que imagino serem feitas para o acesso da dona da festa e sou invadido por um ambiente rosa escuro, uma overdose de imagens de minha ex amiga e milhares de pessoas que não conhecia. É intimidante.

Saga William &  Julie. -Contratado Para Amar. I.  Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora