Saio da empresa de Fernando perturbado com as palavras dele e sei que elas não sairão da minha mente tão cedo, principalmente porque convidei Julie para jantar essa noite. Por que fiz isso? Não sei. Assim, como não sei o porquê de muitas atitudes com ela ultimamente. Por isso, vinha tentando dizer a mim mesmo que minhas ações são movidas por culpa e carinho que tenho por ela, mas essa desculpa está tão desgastada que nem eu venho acreditando mais nela.
Passo o dia com minhas dúvidas e continuo com elas até a chegada da noite, mas tento tirá-las da mente, enquanto me arrumo para o jantar com Julie e assim, em seguida, sigo para a casa de seu irmão.
O portão automático sobe assim que chego e como sempre faço, entro com o carro, o estaciono e vou até a porta. Com uma batida na porta, sou recebido por Cristal, que após me saudar avisa.
_ Boa noite William. –Fala gentil. _ Julie está te esperando no quarto.
_ Boa noite. Obrigado.
Com um último aceno de cabeça, subo as escadas e sou guiado até o quarto certo, não só porque sei o caminho, mas pelo som de música latina vindo dele. Com uma risada, encontro sua porta entreaberta e quando a empurro, vejo minha esposa sentada na cama, já devidamente pronta, cantarolando e olhando algo no celular. Aproveito que ainda não notou minha presença e paro no batente da porta de braços cruzados e fico lhe observando.
Ela está tão bonita. A mescla perfeita de menina e mulher em vestido vermelho de renda, que deixa seus ombros a mostra e um par de sapatilhas pretas. Enquanto isso, seus cabelos igualmente negros estão presos em um rabo de cavalo alto e com isso, apenas sua imagem me faz sorrir. Sorriso esse, que é pego por ela, quando vira o pescoço e olha para a porta e como sempre, assim que me vê, sua mirada se torna apaixonada e o sorriso é instantâneo.
_ Oi. Vamos? –Pergunto sorrindo.
_ Sim.
Entro no quarto e ao mesmo tempo em que a pego no colo, sou invadido pelos flashs da nossa última noite aqui. Mas, sou despertado com o encaixe do rosto dela em meu pescoço e enquanto desço as escadas com ela nos braços, sinto sua respiração em minha pele e gosto da sensação de aconchego que isso me passa. Ao mesmo tempo, estou ciente de que meu cunhado está atrás de mim, guiando sua cadeira e nos observando, mas não dou a mínima. A sento no banco do passageiro e enquanto me inclino para colocar seu cinto, escuto Fernando colocar a cadeira de rodas no porta malas e o fechar ao mesmo tempo em que, eu fecho sua porta.
Dou à volta no carro diante do olhar zombeteiro de Vivanco e sem dizer nada, tomo meu lugar no banco do motorista e coloco meu cinto, enquanto o portão sobe e dou partida assim que possível.
_ Então? –Pergunta sorrindo intrigada. _Qual o motivo desse jantar?
_ Preciso de motivo para levar minha esposa para jantar? –Devolvo sorrindo.
_ Claro que não amor. –Responde sorrindo. _ Mas você me trouxe ao um restaurante da minha culinária favorita, então imagino ser por algo especial.
Droga. Ela me conhece muito bem. Além de ser muito inteligente. Mas sabia que trazê-la ao um restaurante de comida japonesa seria um risco.
_ Tem razão. –Falo sorrindo. _ Realmente tenho algo a te dizer.
_ Ah, eu sabia!
Dou risada e ela espera ansiosa que eu continue.
_ Estive conversando com seu irmão e pensamos em te dar um presente. –Continuo e ela me olha intrigada.
_ Presente? Como assim?
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Saga William & Julie. -Contratado Para Amar. I. Concluído.
Romance''Quando fui coagido para assinar um contrato de casamento com alguém que não amava, meu plano era claro: cumprir os quatro anos dele sem me deixar envolver por minha intensa, apaixonada e igualmente enganada esposa, levando isso como um trabalho. A...