Julie.
Faz alguns dias que não vejo William. Tenho que confessar que no momento em que ele passou pela porta, fui tomada pelo arrependimento diante da negativa a sua sugestão de casamento. Em seguida, conforme os dias se passam e não tenho notícias dele, sou tomada pelo desespero de que ele tivesse desaparecido da minha vida novamente. O resultado disso, é passar os dias seguintes totalmente aérea e desanimada, só despertando para a notícia que minha mãe me dá de que tenho uma consulta de rotina.
O tédio me toma, enquanto estou no carro a caminho do consultório de Aline, minha médica reabilitacional e isso acontece mesmo não estando sozinha no veículo, já que estão minha nana Marie, seu marido Eder, que é meu motorista e minha mãe Lucrécia, a qual para variar está no celular trabalhando de modo remoto e esse cenário só me lembra o quanto costumo me sentir sozinha, mesmo estando cercada de pessoas.
Em momentos como esses, é quando a saudade de William e do seu carinho comigo aumentam. E neles, eu abro suas fotos, ainda guardadas em minha galeria e falo com ela como se ele estivesse ao meu lado ou posto algo em minhas redes, na esperança de que ele veja e interaja como antes, como estou fazendo agora.
''Indo para mais uma das minhas recorrentes consultas médicas. ''
Assim que termino de postar, uma notificação de mensagem se faz presente em meu celular e como sempre acontece, ao ver o apelido ''anjo '', meu coração dispara.
'Por que está indo ao médico? Aconteceu algo? Está se sentindo mal? ''
Ele parece preocupado e mesmo não querendo, isso aquece meu coração.
''Não. É apenas uma consulta de rotina. ''
Mas como é de se esperar, ele não manda resposta e eu suspiro. Por que ele é tão contraditório às vezes? Por que às vezes se importa e outras, parece totalmente indiferente? Eu definitivamente, não consigo entender seu comportamento instável comigo.
Saio dos meus pensamentos, com a parada no estacionamento a céu aberto de frente ao consultório, uma construção branca com janelas em vidro espelhado. Meu padrasto desce do carro e dá a chave ao manobrista. Em seguida, dá a volta e tira minha cadeira de rodas do porta malas. Parando ela próxima a minha porta, enquanto eu giro e coloco as pernas para fora, ele pega minhas mãos e pulo do banco, girando o corpo para sentar na cadeira.
Em seguida, tomo a guia da minha cadeira e subo a rampa de acesso a porta, que empurro e entramos, com minha mãe atrás de mim, com meu andador dobrado em uma das mãos.
O lugar continua o mesmo que eu me lembro. O piso laminado branco cobre toda a recepção, três paredes brancas e uma parede de fundo de gesso laranja. Além de um sofá em L em couro marrom e alguns criados mudos com revistas. Em frente a um balcão em gesso laranja também em combinação com mármore.
Enquanto eu estou próxima ao sofá, onde Mark se senta, minha mãe vai saudar as secretarias de Aline e elas entram em uma longa e animada conversa. Isso é claro, até a Aline aparecer no batente da porta de uma das salas de um longo corredor, a esquerda de suas funcionárias.
_ Vamos? -Pergunta da porta sorrindo.
Eu assento sorrindo e minha mãe toma a guia da minha cadeira de rodas. Entramos na sala, após Aline nos dar espaço para a passagem e fechar a porta em seguida.
_ E aí Julie? Como estão as coisas?-Pergunta, enquanto se senta em sua mesa e eu me posiciono diante dela do lado contrário.
Fico tentada a dizer que fui pedida em casamento. Mas não posso fazer isso na frente da minha mãe.
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Saga William & Julie. -Contratado Para Amar. I. Concluído.
Romance''Quando fui coagido para assinar um contrato de casamento com alguém que não amava, meu plano era claro: cumprir os quatro anos dele sem me deixar envolver por minha intensa, apaixonada e igualmente enganada esposa, levando isso como um trabalho. A...