William.
A saída da sala do ambulatório foi tensa e silenciosa. Enquanto guio a maca de Julie até o estacionamento eu posso ver que minha menina está pensativa e meu coração se aperta com isso. Entretanto não tenho tempo de consolá-la, pois, Mark a pega pelas pernas e sei que é a hora de pegá-la pela cintura. Assim, a suspendemos. Sua mãe tira a maca debaixo do seu corpo, a levando para dentro, enquanto entro de costas e de joelhos no banco de trás, a puxando até a outra porta, ainda esticada e com seu padrasto ainda a sustentando pelos pés. Assim, ela termina sentada no banco de trás com as pernas estendidas, comigo sentado na ponta do banco e ela encostada no meu peito.
Com a chegada de uma nova semana, as sessões de fisioterapia da minha guerreira voltam e digo minha guerreira, pois, ela tem suportado as dolorosas sessões de alongamento com bravura, como hoje.
Valentina, sua fisioterapeuta está sentada aos seus pés em nossa cama, começando a abrir as faixas de velcro de sua tala, que se inicia em suas coxas e termina aos seus pés. Com a tala totalmente aberta, vejo Julie ficar tensa e estática, pois, está com medo de dobrar o joelho bruscamente e sentir dor. Então a ruiva começa a levantar a perna dela e tirar a tala debaixo dela, dobrando seu joelho devagar e delicadamente, mas isso é o suficiente para os olhos da minha menina lacrimejarem.
Tudo se torna ainda pior, quando um travesseiro dobrado ao meio é colocado na dobra do seu joelho e assim, graças ao uso dele, Valentina o força a dobrar mais e ela sufoca um grito. Não suporto mais aquilo e me aproximo, ajoelho a beira da cama, pegando sua mão.
_Calma princesa. - Peço acariciando seu rosto. _ Vai passar.
Entretanto apesar de dizer isso, nem eu sei se acredito em minhas próprias palavras, pois, esse é um alongamento que ela tem feito todos os dias desde de que retirou o gesso e ela ainda não está conseguindo dobrar totalmente o joelho. Sendo assim, após a sessão, faço a única coisa que sei que a relaxa e alivia suas dores.
Eu abro o frasco do seu hidratante de baunilha e faço uma linha reta com ele pela pele de sua perna direita, esticada sobre a tala aberta. Mas como sempre acontece quando faço isso, a vejo dobrar um pouco o joelho, de forma inconsciente, pelo liquido gelado em sua pele quente.
_ Não dobra. -Advirto e estico novamente sua perna, vendo sua expressão de aliviada instantaneamente.
Decido travar seu joelho, o mantendo esticado com o meu, enquanto massageio sua pele com suavidade e carinho.
_ O que eu faria sem você? -Pergunta retoricamente.
_ Isso não é algo que precise se perguntar. –Respondo sorrindo. _ Estou aqui. Não vou a lugar nenhum.
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Demora um pouco, mas nas semanas seguintes, Julie passa a conseguir dobrar totalmente o joelho e apesar de estar aliviado com isso, também estou nervoso, pois, hoje Valentina vai colocá-la de pé em seu andador pela primeira vez em meses depois da cirurgia.
E falando na ruiva, ela passa pela porta do nosso quarto e novamente reparo no quanto ela é bonita, com todo o respeito é claro. Uma mulher alta, de corpo escultural e ruiva de olhos esverdeados.
_Oi querida, oi William. – Nos cumprimenta assim que entra.
Apenas aceno com a cabeça, enquanto minha esposa a cumprimenta com carinho, mas tensa.
_Oi Val.
_ Preparada?- Pergunta mostrando o andador, ainda dobrado em sua mão.
_Na verdade não. -Responde receosa.
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Saga William & Julie. -Contratado Para Amar. I. Concluído.
Romance''Quando fui coagido para assinar um contrato de casamento com alguém que não amava, meu plano era claro: cumprir os quatro anos dele sem me deixar envolver por minha intensa, apaixonada e igualmente enganada esposa, levando isso como um trabalho. A...