William.
Meu coração pesa em culpa e me pergunto se isso não está indo longe demais. Principalmente depois do aceito, com minha inocente esposa e os convidados presentes na igreja esperando uma atitude da minha parte.
O clima estranho é sentido e notado pelos convidados e busco distraí-los, pegando ela no colo e passando pelo mesmo tapete de veludo branco em direção as mesmas portas que entramos. Sendo assim, passamos pelo corredor de arcos de rosas brancas e chegamos ao estacionamento. Um motorista uniformizado saí de outra limousine parada atravessada em nossa frente e dá a volta para abrir a porta lateral para entrarmos.
_ Você tem certeza que quer esse casamento? –Pergunta com ressentimento na voz.
Fico instantaneamente tenso com seu tom e pergunta, mas procuro agir naturalmente.
_ Claro que quero. –Tento brincar. _ Que pergunta.
_ Bom. –Pausa respirando fundo. _ Não pode me culpar por ter dúvidas, não é? Que tipo de marido nega um beijo a esposa após o ''sim? ''
Entendia sua frustração, mas como ser sincero quando não podia contar a verdade? Resolvi brincar e fugir dos seus questionamentos.
_ Bom. –Sorri torto. _ Agora sabe como é levar um ''não. ''
Ela acaba escondendo um sorriso e o clima tenso é esquecido.
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Uma hora e meia depois, chegamos ao Instituto Eficiente e espero a limousine parar atravessada em frente ao tapete de veludo branco. Quando isso acontece, eu a pego no colo e enquanto a tenho nos braços, ela encaixa o rosto em meu pescoço e em seguida, sinto beijos na pele da minha clavícula.
_ Julie, o que está fazendo? – Pergunto arfando.
_ Carinho no meu marido. –Responde com a voz abafada.
Desço do carro com ela nos braços, pisando em um tapete de veludo branco em frente à entrada, encontrando a cadeira de rodas dela. Meu plano é sentá-la nela, mas seus beijos em meu pescoço se tornam mais longos e molhados, dificultando minha mobilidade e raciocínio.
Para sorte da minha sanidade, Letty interrompe o momento, pois, estava quase virando o rosto e a beijando.
_ Oh, desculpe se atrapalhei algo. –Fala Letty envergonhada.
_ Não atrapalhou nada. –Falo rouco e sento Julie em sua cadeira de rodas, podendo ver sua expressão novamente decepcionada.
O clima fica pesado.
_ Então. –Continua sua amiga sem graça. _ Trouxe o sapato que você disse que queria usar na recepção, amiga. –Completa tensa.
_ Obrigada irmãzinha. –Responde em suspiro.
Sem que nenhuma das duas diga mais nada, pego a caixa da mão de Letty e me ajoelho diante de Julie, colocando a caixa ao meu lado, a abrindo e pegando o primeiro par. Observando os detalhes do sapato, entendo o motivo da escolha e não posso deixar de sorrir com isso, pois, sei que o motivo sou eu e não é presunção. O sapato é fechado, branco e com um pequeno salto. Até aí parece um sapato de noiva normal, mas o detalhe que me fez saber que é por mim, são os pares de asas de anjos nos calcanhares.
_ Homenageando alguém com esses sapatos? –Pergunto balançando o segundo par em sua frente, pois, o outro já está no lugar de suas sapatilhas, agora dentro da caixa, em um de seus pés.
_ Não sei. –Responde sorrindo maliciosa. _ Talvez.
_ Ah, Julie. O que eu faço com você?- Pergunto mais para mim do que para ela.
_ Posso te dar algumas idéias. –Responde me fazendo rir.
_ Claro que pode. –Falo enquanto coloco o último sapato.
Faço isso bem a tempo, pois, o DJ anuncia nossa entrada. Me levanto e me coloco atrás da guia de sua cadeira de rodas e ao som da música Sin Ti. –Sebastian Yatra. Entramos. Assim, entre palmas e assobios, vejo minha esposa olhar toda a decoração com uma expressão de fascinação e não é para menos, está tudo muito bonito.
Assim que passamos pelas portas de vidro automáticas, que dão acesso ao primeiro andar do instituto e que nesta noite, estão travadas e cobertas de ramos de rosas brancas. Assim como também toda a parte de vidro do lado de fora, somos recebidos por milhares de filetes de cristais caídos do teto sobre nossas cabeças.
No lado direito do agora, salão de recepção, mesas de seis lugares com tampo de vidro, sem as tradicionais toalhas, apenas com cetros com mais rosas brancas, taças de cristal e velas brancas. Além de mais pétalas brancas soltas entre os pratos de porcelana branca, talheres de prata e guardanapos de pano em branco. As cadeiras são poltronas de veludos brancas.
No centro há uma pista de dança branca e quadrada com nossas iniciais em dourado, enquanto do lado esquerdo. Há também, alguns lounges com sofás e poltronas de veludo branco, com pequenas mesas de centro de vidro com mais algumas velas acesas. Entre esses lounges, há uma mesa de vidro com nosso bolo e alguns doces.
_ Ficou tudo lindo. –Fala emocionada.
Nesse momento os garçons, saídos da cozinha da lanchonete, que fica a direita, estão passando por detrás do balcão da antes lanchonete, que foi transformado em um bar branco adornado com estátuas de anjo de gelo, começam a servir o jantar.
Para dar espaço para eles, guio a cadeira de rodas de Julie para nossa mesa, que é a mesa de destaque. Assim, o nosso jantar é servido também e em seguida, as sobremesas. Depois do jantar, o DJ anuncia.
_ Agora, o casal terá sua primeira dança.
_ Eu avisei que não queria primeira dança. –Sussurra tensa.
_ Provavelmente foi ideia do seu irmão. – Comento sorrindo. _Vamos lá. –Ri. _Não vai ser tão ruim.
Eu me levanto e tomo meu lugar na guia e a levo até próximo a pista de dança, parando ela e parando na sua lateral, a pegando no colo e subindo na pista com ela nos braços. Assim, quando começam os primeiros acordes de Dime que No.- Jesse & Joy. – passo a rodopiar suavemente com ela no colo, enquanto a mesma me lança mais um de seus sorrisos apaixonados e de repente, sobre as luzes das velas e dos filetes de cristal só há nos dois no ambiente. Mas ninguém.
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Saga William & Julie. -Contratado Para Amar. I. Concluído.
Romance''Quando fui coagido para assinar um contrato de casamento com alguém que não amava, meu plano era claro: cumprir os quatro anos dele sem me deixar envolver por minha intensa, apaixonada e igualmente enganada esposa, levando isso como um trabalho. A...