Capítulo 7. O que todos enxergam.

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William.

No caminho de volta do almoço, eu estou pensando no que devo fazer. E apesar da repulsa ainda sinto por Vivanco, posso entender melhor suas atitudes e vê-lo tão frágil, me faz ficar tentado a adiantar os planos de casamento. Mas estou muito confuso e de repente, tudo que quero é o colo da minha mãe e seus conselhos.

Chego em casa e ainda pensativo, entro com meu carro na garagem e enquanto o portão se fecha automaticamente, eu saio do veículo, o fechando em seguida. E assim quando entro, encontro quem mais preciso: minha mãe.

_ Boa tarde mãe. -Falo em um sorriso carinhoso e com um beijo em sua testa.

_ Boa tarde, querido. -Devolve sorrindo. _ Tudo bem?

_ Tudo. Só pensativo. –Respondo em um suspiro. _ Mãe, o acha da Julie? -Pergunto de repente

_ Ah, meu filho. -Começa me olhando estranho. _ Julie é uma menina linda por dentro e por fora. Mas por que isso agora?

_ Nada. Apenas me peguei pensando nela. -Minto.

_ Bom, se quer mesmo minha opinião. -Continua ela. _ Penso que vocês têm uma história, no mínimo inacabada. Acho que ela sempre se perguntou se você nunca a deu uma oportunidade pela sua deficiência e no fundo acho que você também se pergunta isso.

Às vezes, eu odeio que minha mãe me conheça tão bem.

_ E na verdade, penso que sua decisão de noivar com Karina foi precipitada e por isso, você deve se perguntar se a ama tanto para que ela seja sua mulher.

Ao invés de clarear minhas ideias, minha mãe está me deixando mais confuso. Tanto que me sento ao lado dela e pergunto.

_ Por que diz isso, mãe?

_ Meu filho, você já parou para pensar como era sua interação com Julie nas redes sociais? Você era mais carinhoso com ela do que é com sua própria noiva. Comentava e curtia todas as fotos dela, além de a chamar todos os dias no privado, quando não pelo celular. Vocês até se telefonavam de madrugada. Já com Karina, você só compartilha foto com ela quando ela insiste muito e quase nunca a responde.

Será que a nossa relação é assim mesmo? Talvez, eu não fosse tão romântico quanto imagino.

_ Mas mãe, você sabe que não gosto de aparecer.

_ Então por que com Julie, você nunca ligou para isso?

_ Eu não sei. -Respondo angustiado, enquanto deito a cabeça no colo dela.

_ Meu filho, entenda que eu não estou tentando te fazer mudar de ideia. -Começa a acariciar meus cabelos. _ Mas a verdade é que você era uma pessoa diferente com Julie. Uma pessoa que nunca chegou a ser com Karina.

_ O que está tentando dizer, mãe? –Pergunto tenso.

_ Que eu acho que você só não deu uma chance ao amor de Julie, pois, estava com medo do desconhecido e se continuar com esse medo, vocês sempre vão se perguntar como teria sido e a história de vocês sempre terá um ponto de interrogação. Não se pode colocar um ponto final em uma história se não a viveu intensamente para saber o que aconteceria.

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Estou há dias pensativo desde o almoço com Fernando e a conversa com minha mãe. E estou quase chegando a uma decisão que já imaginaria chegar a tomar. Não só porque já seria obrigado pelas circunstâncias. Mas pelo carinho que sempre tive por Julie e porque decidi tirar a dúvida sobre tudo que todos sempre disseram. Assim, só falta mandar uma mensagem para Fernando e comunicar minha decisão. Mas estou buscando coragem.

Saga William &  Julie. -Contratado Para Amar. I.  Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora