William.
Um som estridente alcança meus ouvidos e meio zonzo, desperto. Passo a me situar onde estou e assim, vou tateando o criado mudo e pego meu celular, encerrando o barulho irritante, mas ao ver a hora que o relógio eletrônico marca, vejo três e meia da manhã, a realidade me atinge. Hoje é a cirurgia Julie e me dar conta disso, faz meu peito se apertar.
Assim, me viro de frente para ela, que está adormecida e serena. Fico com pena de acordá-la, mas sei que é necessário.
_Acorda Senhora Gold. –Sussurro em seu ouvido.
_Hum, não quero. Estou sonhando.
Dou um sorriso triste, pois, também não gostaria de estar lhe acordando para algo assim, mas não havia o que fazer.
_ Vamos lá minha guerreira. –Falo em seu ouvido. _ Sabe que precisamos fazer isso.
Ela abre os olhos e solta um suspiro triste. Sua expressão é tão desoladora que não me contenho e a beijo. Assim, sem pensar no que vai acontecer nas próximas horas, movo meus lábios nos dela e o sabor deles parece anestesiar nossos músculos tensos. Mordo seu lábio inferior, a fazendo gemer, totalmente entregue e se agarrar ao meu moicano, o puxando e arranhando minha nuca e assim, é minha vez de gemer entre seus lábios e ela aproveita minha boca entreaberta para entrar em contato com minha língua, enroscando a dela na minha.No enrosco furioso de nossas línguas, eu aproveito para descontar meus sentimentos reprimidos, não por ela exatamente, entre eles, o ressentimento e a mágoa.
Mas nossa guerra apaixonada teve que chegar ao fim, pois, nossos pulmões clamaram por ar e isso fez com que fossemos se separando aos poucos, acalmando nossas respirações arfantes. Assim, já separados, mas ainda ofegantes, nos olhávamos intensamente e diante de sua mirada cheia de amor, busco dizer algo para lhe consolar, mas antes que possa encontrar as palavras, ela coloca o indicador entre meus lábios.
_ Não precisa dizer nada. Esse beijo já foi meu melhor consolo.
Não contenho o sorriso, saindo de cima dela e rolando pela cama até sentar na beira, me levantar e contornar ela. Então, a pego no colo e a sento em sua cadeira de rodas. Assim, a vejo se guiar para o banheiro e como ele é adaptado lhe dou um tempo de privacidade para que faça sua higiene pessoal.
Enquanto ela está no banheiro, coloco sua mala aberta na cama para que quando saía possa escolher o que vestir e aproveito para me trocar também. Escuto o ranger das rodas de sua cadeira e me viro, a vendo contornar a cama e se aproximar da mala, separando sua roupa.
Quando vejo que já terminou de separá-la, me aproximo, contorno sua cadeira e me ajoelho diante dela. Pego seu sutiã preto de renda, passo por seus braços e o fecho na frente, seguindo com a calcinha de mesmo modelo, a coloco por suas pernas e a levo até seus joelhos, ela então se apoia e levanta o quadril, assim, termino de subi-la. Por último, a visto com o vestido de veludo e mangas cumpridas em preto também, assim, como as sapatilhas que calço em seus pés. Com tristeza, me dou conta que a roupa combina com seu estado de espírito. Ou, melhor, com o nosso.
Ela levanta o quadril e baixo o tecido do vestido até seus joelhos. Em seguida, a vejo pegar a escova de cabelo em sua frasqueira, que também está aberta na cama e se preparar para pentear os cabelos. Mas antes que comece a fazer isso, eu a pego de sua mão.
_Deixa que faço isso.
Assim, passo a escovar seus cabelos com delicadeza, conforme contorno sua cadeira para pentear todos os lados. Quando termino, guardo a escova e fecho as malas, as deixando junto com a minha, pois, um dos carregadores viria pegá-las. Ela coloca uma tiara na cabeça, pega sua bolsa, enquanto pego meus óculos escuros, minha carteira e as chaves do carro, me posicionando atrás da guia de sua cadeira em seguida.
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Saga William & Julie. -Contratado Para Amar. I. Concluído.
Romance''Quando fui coagido para assinar um contrato de casamento com alguém que não amava, meu plano era claro: cumprir os quatro anos dele sem me deixar envolver por minha intensa, apaixonada e igualmente enganada esposa, levando isso como um trabalho. A...