Capítulo 11. -De Branco.

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William.

Eu já havia perdido as contas de quantas voltas já havia dado nesse quarto de hotel, perdido na minha própria indecisão em se devo seguir adiante com esse casamento e diante da minha confusão sentimental começo a me arrepender da ligação para Julie depois de dois anos.

Sou trazido de volta a realidade com uma batida na porta e com a voz alta, digo.

_ Pode entrar.

Assim, não demora muito para que eu vejo o rosto da minha mãe na fresta da porta.

_ Querido, está na hora. –Ela sorri com ternura. _ A limousine está a sua espera.

E assim, me levanto dessa cama de hotel, pronto para casar com a pessoa mais inusitada do mundo para mim.

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Enquanto entro na limousine branca, acompanhado das mulheres da minha vida, penso nas coisas que me trouxeram até esse dia. Mas desperto da minha observação com nossa chegada a igreja, pegando nas mãos das mulheres da minha vida e as ajudando a descer. Assim, caminhamos por um longo corredor de arcos de mais rosas brancas e por um tapete de veludo branco até chegar a uma das duas entradas escolhidas para a entrada. Encontrando, enfim, encostada nas portas duplas de madeira escura, que lembram as de um castelo, Paula, a cerimonialista.

Ela me vê e sorri gentilmente, começando a organizar meu cortejo de madrinhas e padrinhos em frente às portas duplas abertas, onde outro tapete de veludo começa. Tapete esse, que tem suas duas pontas e laterais enfeitadas e iluminadas por luminárias cilíndricas que servem de apoio para mais arranjos de rosas brancas e antecedem as duas fileiras laterais de cadeiras de veludo brancas, onde estão sentados os convidados. Convidados esses, que se levantam aos primeiros acordes de Tanto de Jesse & Joy ft Luis Fonsi. Sim. As músicas de todo o casamento são latinas e isso porque minha esposa ama e fala muito bem espanhol.

Ainda na entrada, vejo meu cortejo todo vestido de branco. Sim. De branco. Até mesmo as mulheres, que usam vestidos de cetim longos, que reluzem na iluminação especial. Diferente? Com certeza. Mas minha esposa ama o diferente.

O cortejo finalmente chega ao final do tapete e começa a subir no altar: uma plataforma de madeira, que foi pintada de branco e enfeitada com mais luminárias, arranjos, e, se posicionam nas laterais do púlpito, também branco, onde está o pastor. Ao final da música, se inicia outra e sei que é a minha deixa.

Ao som de Solo Tú de Carlos Riveira, cruzo meu braço direito ao da minha mãe e o esquerdo ao da minha avó, tendo minha tia a nossa frente. Começo a caminhada até o altar. Quando finalmente chegamos, eu as ajudo a subir os dois degraus na plataforma e elas se posicionam, enquanto me vejo ansioso para a entrada daquela que seria minha esposa pela segunda vez, mesmo me ralhando por isso.

A terceira canção desse fim de tarde começa. Logo o cortejo de madrinhas e padrinhos da minha esposa inicia sua caminhada. Novamente, estão todos de branco, dando um ar ''celestial ''a união. Assim, ao final de Llegaste Tú de Jesse & Joy, os casais chegam ao altar.

Enquanto espero sua entrada, me pergunto: O que estou fazendo aqui? Sei que essa é uma pergunta estranha de se fazer nesse momento, já que estou no meu casamento. O problema é que as circunstâncias desta união não me orgulham nem um pouco e isso torna mais difícil que conviva com a culpa.

Essa culpa é parcialmente substituída pela surpresa e pela emoção de ver minha esposa começar a entrar na igreja, fazendo o caminho andando com auxilio do seu andador. Assim, volto no tempo por um momento, mais precisamente o primeiro dia de aula, quando ela caminhava apoiada e olhava em minha direção com um sorriso, que não pude deixar de retribuir.

Mas as surpresas não terminam no fato dela estar andando até mim, mas também em seu visual de noiva, que foge totalmente do tradicional vestido, já que usa um macacão de calças, em renda. A roupa, a maquiagem complementada com lábios vermelhos sangue e seus cabelos pretos, lisos e soltos, com uma tiara de cristal, a faziam parecer mais mulher do que a menina da minha visão.

Então, ao final de Estás de Ventino, ela para diante de mim e mesmo com seu andador a nossa frente, limitando meus movimentos, beijo sua testa. Sorrindo, emocionado, a ouço fazer um pedido que não posso negar.

_Pode ajudar a me manter de pé durante a cerimônia?- Pergunta envergonhada.

_ Mas é claro. O que tenho que tenho que fazer? –Pergunto ansioso.

_ Você pode só me apoiar pelas mãos ou pela cintura. –Explica com um sorriso. _ Assim, consigo ficar de pé.

Diferente dos casais tradicionais ficamos de perfil para o pastor e para os convidados, ficando de frente um para o outro, enquanto eu enlaço sua cintura com um dos braços, pastor inicia seu discurso.

_ Quando um homem e uma mulher se casam, deixam sua casa e se tornam um só. Por isso, em uma união abençoada por Deus, não deve haver segredos e sim muita sinceridade, pois, só assim, será plenamente abençoada.

As palavras do pastor e o sorriso apaixonado da minha esposa em minha direção não estão ajudando para que minha culpa pelos segredos desse casamento diminuíam. Mas para a sorte da minha consciência, o homem pede que declamemos nossos votos e isso me distrai temporariamente.

Eu sou o primeiro.

_ Julie, você impactou meu mundo de tantas formas: da primeira vez que te vi, quando passei a conhecer sua realidade e o jeito que encara ela e, você continua fazendo isso cada vez mais, quando fala e demonstra seu amor por mim. Amor esse, que mostra abertamente quando diz que me ama, quando me escuta e me apoia nos problemas. –Dou uma pausa para engolir o nó na garganta. _ Por isso, você me desperta tanta coisa. Coisas que farei de tudo para retribuir e agradecer através dessa reafirmação de votos.

Antes de ela começar os votos dela, seco suas lágrimas com a mão do braço livre e ela sorri com ternura.

_ Will, meu anjo. –Ela dá uma pausa e um sorriso emocionado. _ Quando te conheci a primeira coisa que me fez notar você foram seus cabelos e é por isso que amo tanto eles. –Completa com uma risada e acabo rindo também. _ Mas não são apenas eles que eu amo em você. Amo também, seus olhos castanhos chocolates, que parecem conseguir ver dentro de mim. Amo seu sorriso torto, que faz com que meus problemas e dificuldades desapareçam. Mas acima de tudo, amo a facilidade e sabedoria com que me escuta, aconselha e apoia, seu carinho e gentileza...amo você inteiro e aqui volto a reafirmar que vou amar para sempre.

Suas lindas palavras fazem meu coração pesar de remorso, mas sou distraído com as palavras do pastor.

_ As alianças, por favor.

Letty desce do altar com uma almofada de veludo branco com franjas prateadas, onde em cima está um novo par de alianças. Os arcos dos dois anéis são mesclados em prata e ouro, com a pequena diferença de que a dela tinha pigmentos de ouro branco e a minha é lisa.

Sua melhor amiga nos circula com a almofada, ficando do nosso lado esquerdo e eu uso minha mão livre para pegar a dela e troco sua antiga aliança pela nova. A seguro e ela faz o mesmo.

_ Pelo poder a mim investido. –Fala o pastor. _ Eu, vós declaro marido e mulher. –Completa com um sorriso. _ Pode beijar a noiva.

Saga William &  Julie. -Contratado Para Amar. I.  Concluído.Onde histórias criam vida. Descubra agora