Cap 30
Por Sebastian
A Melina desmaiou,acordou e acabou dormindo de novo,ela estava bem assustada, um pouco confusa e atordoada,sentiu dor quando o médico foi olhar sua ferida e me pediu para segurar sua mão,também não me deixou sair de perto e quase implorou para eu passar a noite ao seu lado.
Mandei colocar minha esposa no melhor quarto do hospital e ela dormiu a noite toda,já eu fiquei sentado em uma poltrona velando seu sono,não consegui pregar os olhos,estou me sentindo o pior do seres humanos,estou me sentindo como meu pai.
Quando era pequeno eu presenciei algumas agressões daquele monstro a minha mãe,ela era um anjo,linda e doce,sofreu muito nas mãos daquele crápula,foi traída,humilhada e agredida,mas ficou,ficou por mim. O que me consola é que ela teve conforto na sua morte, ela partiu meses depois do meu pai,estava amparada,cercada de pessoas que a amavam e,pode parecer loucura,mas ela estava feliz. Depois da sua morte eu jurei nunca encostar em uma mulher,nunca machucar ou maltratar uma,pelo menos não as inocentes,mas quando a Melina levantou a mão pra mim...eu me segurei para não revidar,preferi afastá-la mas usei força demais e acabei fazendo ela bater a cabeça.
Olhar a Melina assim,dormindo tranquila,seu sono sereno e o peito subindo e descendo indicando a respiração estável,é como sentir o mundo voltar a girar,eu nunca me perdoaria se tivesse acontecido o pior.
Não sei direito porque não fui ao jantar,eu queria ir,mas o que a Melina falou me deixou nervoso,eu não posso ser o homem que ela quer,não è seguro,não é certo,eu não sou assim.
Lá fora está chovendo,choveu a noite toda, por sorte minha esposa não acordou,o barulho era alto,raios cortavam o céu e trovões explodiam,mas a Melina nem ao mesmo se mexeu,dormiu profundamente.
Apesar da escuridão do quarto consigo ver minha esposa acordando,ela se mexe um pouco,resmunga baixinho e abre os olhos. Ela fica confusa no início,pisca para se acostumar com o ambiente e olha curiosa ao redor,seus olhos passeiam pelo quarto todo e cravam em mim assim que ela percebe minha presença.
Melina : bom dia? - ela pergunta,não sei bem se é para saber se estamos bem ou se ela realmente não sabe se é dia ou noite.
Sebastian : bom dia - respondo.
Eu devia ir até ela,quero confortá-la,quero me desculpar e ter minha bela nos braços novamente,mas não sei se devo me aproximar,ela pode estar com medo de mim.
Ficamos em silêncio por um minuto inteiro, não sei o que fazer e odeio isso. Ela também não sabe como reagir,está confusa e ansiosa, suas mãos se contorcem sobre o colo.
Respiro fundo para me acalmar e me levanto, preciso tomar uma atitude,eu a machuquei e preciso consertar as coisas,explicar que nunca quis machucá-la.
Melina : você está com raiva de mim? - ela pergunta antes que eu consiga formular uma desculpa,me pega de surpresa como de costume.
Sebastian : claro que não,por que acha isso? - pergunto confuso e me sento sobre sua maca. Ela me encara magoada,como se tivesse cometido um erro terrível,está se sentindo culpada.
Melina : eu quase bati em você,você me alertou para não fazer isso…
Sebastian : não se culpe por isso - interrompo antes que ela complete sua explicação - você também me pediu para não falar daquela forma,eu errei,não respeitei seu limite e você reagiu,foi seu reflexo
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Condenada a Fera
RomanceCondenada a Fera é a segunda releitura sobre os contos de fadas que escrevo. A história se trata de um romance intenso,cheio de reviravoltas e mistérios entre Melina Fontaine e Sebastian Makarov. Melina é filha de um relojoeiro que é agressivo e alc...