Kelly.
Já se passaram algumas horas desde que Matheus nasceu e o que eu mais desejo agora é poder ve-lo, meu coração não aguenta tamanha é a minha ansiedade de segurar o meu filho nos braços, sentir o seu corpo pequeno junto do meu, olhar o seu rostinho até me cansar, apesar de que eu posso jurar que eu poderia olhar Matheus pra sempre e mesmo assim eu não me cansaria.
Me remexo na cama devagar, tentando ignorar a pontada de dor que começa na barriga e parece se espalhar por todo o meu corpo. Eu não quero demonstrar que estou com dor, isso fará com que eu não consiga ver meu filho ainda hoje, e isso é tudo o que não quero que aconteça.
Eu ainda estou na sala do pós operatório, em observação. Daqui a pouco uma enfermeira deve vir aqui checar se os efeitos da anestesia já estão mais leves para que possam me levar pro quarto, e será neste momento que eu pedirei pra ver meu filho.
Ouço a porta se abrindo e eu volto meu olhar em direção do barulho apenas para ver minha mãe entrando devagar junto com André. Eles se higienizam com álcool em gel antes de se aproximarem de mim.
— Como você está se sentindo meu amor? — Minha mãe me pergunta ao mesmo tempo em que se senta na pontinha da cama e segura a minha mão que está livre do soro. André está do outro lado, só que de pé. Ele parece observar nós duas mas não sei ao certo se e só isso, ele parece pensativo.
— Eu tô bem mãe, já até voltei a sentir meu corpo. — Eu digo dando um sorriso leve para ela.
— Isso é ótimo, significa que você já já vai poder ir pro quarto. Eu posso ver o alívio que se forma em seu rosto, juntamente com um sorriso bobo. Não consigo deixar de sorrir também.
— Vocês já viram o Matheus? — Eu pergunto alternando meu olhar entre minha mãe e André. Consigo ver o sorriso de minha mãe morrer um pouco assim que faço a pergunta. Confesso que constatar isso me deixa triste é irritada também, durante esses meses eu procurei entende-la, sei que não é fácil para ela lidar com o fato de que Daniel e o pai do meu filho, mas agora eu não posso aceitar que ela rejeite Matheus por isso, ele não tem culpa do passado complicado que eu e o pai dele temos.
— Eu vi ele pelo vidro, ele é lindo kelly. — André responde em um tom animado, quebrando qualquer clima ruim que estivesse prestes a começar no quarto.
— Sério? Meu deus, eu preciso tanto ve-lo. Eu digo direcionando um sorriso enorme para André. A cada dia que passa eu tenho mais certeza de que ele é um anjo em minha vida, acho que eu nunca poderei agradecer o suficiente por tê-lo ao meu lado.
— Acho que logo você poderá ver o seu bebê. André diz com os seus olhos castanhos fixos nos meus. Eu retribuo o olhar com a mesma intensidade.
— Como você sabe que viu o Matheus pelo vidro? Já tem fotos dele por aí, e isso mesmo? Eu digo em um tom sério tentando me fingir de brava, mas eu não consigo não sorrir.
— Não querida, seu filho ainda não é o mais novo modelo do pedaço, André brinca, se aproximando mais de mim. — E que Daniel me mostrou, Nós até conversamos um pouco.
— Sério? Não consigo disfarçar o tom de surpresa em minha voz.
— Sim, porque a surpresa? Por acaso você me vê como um bicho do mato Kellynha? Assim você me ofende meu bem. André diz mantendo o sorriso intacto em seus lábios e eu me pergunto como ele consegue ser sempre assim, tão divertido.
— É claro que não é nada disso, eu só não esperava.
— Bom, eu vou tomar um café e deixar os pombinhos namorada um pouco. Minha mãe nos interrompe sorrindo e eu sinto meu rosto queimar ao ouvir suas palavras, me distrai tanto nessa brincadeira boba com André que eu realmente me esqueci que não estávamos sozinhos no quarto.
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Marcas do Passado
De TodoDaniel e Kelly, dois corações machucados e marcados para sempre pelo passado de cada um. Será que o amor pode uni-los e cicatrizar as marcas que o passado deixou? Venha ler e embarcar nessa história com muito drama e romance. **** Atenção, essa hist...