Capítulo 8

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Dez dias depois..

Kelly

Posso dizer que esses últimos dias têm sido maravilhosos para mim. Parece que eu finalmente estou vivendo de verdade desde que tudo aconteceu comigo e tudo isso graças a Daniel. Quando estou com ele eu me sinto relaxada, sem ter nenhum tipo de medo. O que nunca senti antes ao lado de nenhum homem. Sinto que com ele posso ter algo que sempre quis, mas não acreditava que poderia ter realmente, uma paquera, um romance ideal.

Mais um dia de expediente chegava ao fim, eu já estava ajeitando as minhas coisas para ir para casa quando Daniel parou sorridente na minha frente.

— Oi, menina mais linda que conheço. Quer uma carona? — Ele diz se aproximando mais de mim. Eu sei exatamente o que ele quer de mim quando faz isso. Ele quer me beijar.

Eu realmente acho tão lindo o fato dele nunca fazer nada sem o meu consentimento, nem sequer me roubar um beijo. Levando em consideração que ele nem ao menos sabe tudo o que houve comigo, todos os traumas que carrego. Esse é um comportamento dele, faz parte da sua personalidade e eu adoro isso nele.

— Não vou te atrapalhar? — pergunto me aproximando ainda mais dele deixando os nossos lábios quase colados.

— você nunca me atrapalha, princesa. Será um prazer ter você por mais tempo comigo. — Ele diz olhando fixamente meus lábios, abrindo levemente a boca em seguida.

— Vamos, então? — Eu digo já pegando as minhas coisas de cima da mesa.

— Claro! — Ele vai saindo e eu o acompanho logo atrás.

Assim que chegamos no enorme estacionamento, ele abre a porta para mim. Quando eu entro no carro ele a fecha, dá a volta no carro e entra logo em seguida.

— Tenho algo para te contar. Na verdade eu quero te fazer um convite — Ele fala pondo o carro em movimento.

— Um convite? — Eu não consigo deixar de sorrir quando estou com ele. — Diga, sou toda ouvidos.

— Amanhã é meu aniversário e minha mãe fará uma festa para mim. Eu queria que você fosse.

Eu o olho tentando descobrir através dos seus olhos se ele realmente quer a minha presença lá ou se só está me convidado para ser gentil. Mas algo em sua expressão me deixou confusa. O seu olhar está sério e triste.

— Você não está tão empolgado assim, não é?

— Digamos que eu realmente não esteja muito feliz em fazer 26 anos sabe? o fato de estar ficando mais velho não é algo que me empolgue tanto. — Ele tenta brincar com a situação, abrindo um leve sorriso.

Mas eu sei que não é o fato de estar ficando mais velho que o deixou assim. Sei que há algo a mais, algo que eu não faço a menor ideia do que seja.

Resolvo não insistir em saber, mas eu espero que ele um dia confie em mim o suficiente para contar os seus segredos. Porque eu já me sinto praticamente pronta para contar os meus a ele, só estou esperando a melhor oportunidade para fazer isso

— Bom, acho que 26 anos não é tão velho assim. Talvez só um pouco. — Digo sorrindo, entrando na brincadeira também.

— Muito obrigado pelo incentivo, Kelly, realmente eu adorei. Bom novinha, infelizmente você está entregue. — Ele diz parando o carro na frente da minha casa.

— Infelizmente é doutor Daniel? — Eu digo me aproximando mais, querendo provocá-lo

— Sim. Não gosto quando tenho que me despedir de você. — Agora é ele que quase cola os nossos lábios, esperando que eu o beije e eu atendo ao seu pedido silencioso.

Eu o beijo com voracidade, paixão e loucura. Uma mistura de sentimentos que me deixa um pouco desorientada, sem saber o que pensar ou como agir. Daniel corresponde à minha entrega, no início devagar e leve. Mas logo passa a agir como eu, me beijando intensamente e com loucura.

Eu fazia carinhos pelo seu corpo com o meu totalmente encaixado no dele, sentindo a sua respiração pesada e rápida, sentindo um volume em sua calça. O que fez com que aquele pânico tão familiar para mim viesse com tudo, mas não foi o suficiente para me parar. A loucura e o desejo sendo muito maior.

De repente, ele para, se afastando rapidamente, seus olhos ainda fixos em mim, espelhando desejo neles.

— Me desculpa, eu não posso continuar. — Ele fala baixo, com a voz ofegante.

— Eu entendo. Tá tudo bem. — Eu sorrio, mas por dentro eu me sinto mais contrariada do que gostaria. O que é isso, o que está acontecendo comigo?

— Mais uma vez me desculpa. Mas, você ainda não me respondeu. Você vai em minha casa amanhã?

— Vou. Só não espere um presente muito chique, por favor.

— A sua presença será o meu maior presente, Kelly. — Eu sorrio totalmente encantada com esse homem tão lindo e incrível como pessoa.

— Então, até amanhã — Falo baixinho, beijando seus lábios antes de abrir a porta do carro e descer. Tive que me controlar bravamente para não ficar ali dentro e provocá-lo novamente.

Entro em casa com um sorriso bobo nos lábios imaginando que a vida finalmente estava sendo legal comigo.

Marcas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora