Marcas do Passado

Capítulo 32

Kelly.

Aproximo mais o meu corpo do dele, em busca de um contato maior. Não consigo entender como o meu instinto sentem tanta confiança nessa situação, mas decido não me reprimir por isso no momento. Terei tempo suficiente para fazer isso depois. Resolvo apenas tentar aproveitar essa sensação de paz e de calor humano que sinto nesse instante e as caricias de André  em meu rosto,o deslizar de  seus dedos , por meus cabelos para colar nossos lábios levemente me anestesia de tudo. Contudo sua mente parece voltar a realidade, pois ele se afasta devagar para cravar seus olhos nos meus.

— Kelly me desculpe , eu não podia ter feito isso. — ele desvia o olhar demonstrando toda a sua vergonha e eu pego em sua mão, deixando toda a agitação de meu peito agir.

— Relaxa, tá tudo bem. Eu também não entendi o que foi isso, o que o meu corpo sentiu.

— Foi muito ruim? Eu não queria te trazer sensações ruins. — Ele fala, parecendo ansioso, muito diferente do André que estou acostumada.

— Não, foi. é exatamente isso que me deixou confusa, foi bom! Suspiro tentando não comparar situacoes que vem em minha mente.— Eu nunca tinha me sentido tão confortável com outro homem antes da minha primeira vez de verdade com Daniel, e agora com você... Nem em meu primeiro beijo com ele eu tinha me sentido tão confortável como agora.

Vejo André apertar os olhos e virar o rosto levemente.

— Não que ele seja um bom ponto de referência,; não é?

Estranho o tom de André, como se tivesse ficado chateado. Seu polegar passeia pela maçã do meu rosto e eu fecho os olhos por alguns segundos para aproveitar o carinho.

— Eu queria esperar por um momento mais agradável, mas parece que nunca chega. — ele olha ao redor, em um espaço que não é confortável para esse tipo de situação.

— Aceita sair pra jantar comigo hoje? Podemos conversar sobre sua mãe e pensar calmamente em como achar uma saída para a fisioterapia dela, podemos conversar sobre esse bebê que cresce cada dia mais e te deixa ainda mais linda e radiante, podemos conversar sobre nós dois e sobre tudo que eu penso e sobre tudo que quero compartilhar com voce.

Me sinto ainda mais confusa com tudo isso, com as palavras de André e suas expressões, tudo e uma incognita para mim.

— Tudo bem. Eu aceito. Já tem algo em mente? — eu pergunto o olhando nos olhos, tentando ler o que há neles.

— Já sim. Agora vamos visitar a sua mãe, deixa esse assunto para depois. — Ele volta a sorrir e se afasta levemente de mim, me indicando o corredor que leva até o quarto de minha mãe.

Eu sigo ele é voltamos para o mesmo corrredor De mais cedo, onde conversamos com o médico. Assim que entramos no quarto a minha mãe me olha com um olhar curioso.

— O que Porque não entraram antes, o que o médico disse? Eu vi que vocês estavam conversando antes do lado de fora, o que houve, filha?

—Não era nada de mais mãe, pode ficar tranquila. NÓs estavamos conversando sobre outra coisa. Digo tentando destrai-la, pelo menos até eu resolver como vou fazer com a fisioterapia dela.

—Outra coisa com o meu médico? — ela me olha com um olhar desconfiado. — Meu amor, por acaso e algo grave que vocês não estão querendo me contar?

— E algo que não queremos te contar agora, mas não é grave, mãe. — faço carinho em seus braços. — Como passou a noite?— Tudo bem, eu vou confiar em vocês. Até que foi tranquila, tirando essa dificuldade de movimentar os braços e pernas. Tudo isso ainda é muito difícil para mim, mas vai ficar tudo bem. Ela sorri de leve para mim. — E como tá o meu bebezinho aí dentro? — ela pergunta apontando para minha barriga.