Talvez Namorados

Capítulo 34

Capítulo 34

Gregory

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        O treino de hoje foi estranhamente leve. Com a abertura dos jogos, não entendi exatamente o porquê do treinador deixar todos relaxarem logo agora. Quando o céu já está escuro o velho nos dispensa e a primeira coisa que faço, antes mesmo de prestar atenção em seus avisos; é tirar o capacete que estava fazendo até minhas orelhas suarem. No vestuário jogo uma água no corpo e quando um certo falatório começa a rodar entre os chuveiros me mantenho em silêncio, por não ter muito o que falar. Deixo o vapor do vestuário e enquanto caminho para a direção da saída do gramado, observo o canto do campo aonde era para as líderes de torcida estarem. Nunca gostávamos quando tínhamos que dividir o gramado com elas, por conta do cuidado redobrado e todas essas merdas envolvendo a proteção delas... Mas hoje, estou levemente decepcionado em não ver uma certa loira, em uma saia que mal cobre seu traseiro.

— Partida de Unravel Two quando chegarmos? — Chuck me chama atenção quando se coloca ao meu lado empurrando seu ombro no meu.

Concordo com a cabeça, mesmo tendo que elaborar a droga de uma redação de sociologia de no mínimo 45 linhas ainda essa noite. Foda-se, ninguém mais é moral nessa droga de mundo. Não demora nada para Nate nos alcançar e Thomas aparece logo em seguida. Por mais a mais, é bom estarmos todos juntos de novo. Mesmo tendo absoluta certeza que um de nós preferia estar com uma garota, que a companhia de seus amigos... Fazia tempo que não andávamos os quatro pelo campus. Estávamos todos rindo por algo que Nate havia dito, quando chegamos a fraternidade, no entanto Chuck é o primeiro a ficar sério, seguido de Thomas e por fim Nate, que é o único que não fecha a cara como se tivéssemos encontrado com alguém do time rival na nossa sacada. Passo minha atenção para o que mudou o humor deles e um sorriso surge em meu rosto, ao ver a figura sentada no último degrau da nossa escada. Pode até não ser rival de time, mas com toda certeza rival de; sexo.

— Demoraram — Gretta comenta se levantando e seu suéter de lã roxo dessa vez parece maior ainda quando em pé, a cobrindo até o inicio de suas coxas.

Chuck ao meu lado ri claramente sem humor e nega com a cabeça resmungando um; "Só pode ser brincadeira". O cara passa por Gretta e entra na casa, em questão de segundos. Finalmente uma bandeira branca nessa guerra entre os dois. Nate vai até Gretta e a cumprimenta com um abraço e logo entra na casa também. Thomas não diz nada, o cara apenas me lança um olhar como se dissesse; "mande ela embora" e entra. Quando sozinhos, minha atenção finalmente para na loira de braços cruzados e sem perceber me pego sorrindo novamente.

— Se eu soubesse que a porta ficava aberta, não teria ficado aqui fora — seu comentário me faz rir e me dirijo até a sua frente.

— Bom te ver também — faço menção de abraçá-la, porém Gretta projeta seu corpo para trás, me fazendo unir as sobrancelhas de leve.

— Guarde seus afetos para outra... Vim buscar o pen-drive — a loira se "explica" e estende uma mão na minha direção.

Meus olhos caem na mão cheia de dedos esticada a centímetros do meu corpo, logo em seguida retornam a fitar o par de olhos azuis de Gretta.

— Hum, interesseira então? — ergo uma de minhas sobrancelhas e Gretta deixa claro que estava forçando uma risada.

— Comediante nato ele — a loira recolhe sua mão, voltando a envolver seus braços por volta da sua cintura.

Tanto eu, quanto ela começamos a nos fitar, como se de alguma forma um tentasse achar a proposta melhor para propor ao outro. Penso no fato dela não ter me abraçado — entretanto ter feito exatamente o mesmo "gesto afetuoso" com Nate — e tento descobrir o porquê. Talvez seja o fato dela ainda te odiar, minha mente tira sarro e nem a dou importância, porque outro pensamento me surge. O pensamento de que a furacão loiro manteve distância por saber o que sempre acaba resultando quando nossos corpos estão muito próximos. O mesmo pensamento que faz um sorriso diabólico surgir em meu rosto.