Capítulo 70

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Capítulo 70

Gregory

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      Transar no carro minutos antes de apresentar Gretta a minha família, não foi lá a mais sábias das escolhas. Por exemplo; Mary, minha mãe, iria amar ser recebida com um buquê de flores esbanjando perfume floral, ao invés de ser recebida com dois jovens cheirando a sexo. "Cafona e consumista" esse é o termo que eu e meus irmãos sempre usamos para descrever ela. Mary é aquele tipo de pessoa que para ela — e somente ela — cada mísero detalhe importa. Como não servir convidados com talheres contendo os menores riscados. Ou não vestir a blusa com míseras bolinhas de poeira, mesmo se for para ficar em casa. E claro, sempre que for visitá-la, traga algum presente. Esse último "tópico" me incomodou em certa parte da viajem de carro até aqui, por isso resolvi parar para comprar o vinho. Não são flores, mas tenho certeza que pelo menos vai disfarçar o cheiro de sexo que estamos exalando. Há uma mísera esperança de o que tínhamos feito antes passar batido, ainda mais com Gretta e seu rostinho angelical. Minha confiança se vai como água no ralo, quando Mary abre a porta da sua residência e seu sorriso vai diminuindo aos poucos conforme nos observa. É... Quando sua mãe é uma detalhista de primeira, qualquer detalhe não passará batido. Se bem que não precisa de muito para adivinhar, basta apenas observar nossos cabelos bagunçados — principalmente o de Gretta — que deixará mais que na cara o que estávamos fazendo antes de pisar o pé na residência dos Gibson's.

— Gregie... — sua voz se perde no meio, quando seus olhos miram em Gretta.

        Conviver com alguém faz com que de alguma forma, conseguimos dizer quais emoções e sensações essa tal pessoa está tendo quando está a sua frente. Como agora, sei que minha mãe está ao mesmo tempo que indignada, espantada e repulsa. É mãe, o seu bebê já não é mais bebê.

— Olá senhora Gibson, prazer revela — Gretta parece não perceber a careta de Mary e a abraça com todo seu charme e carisma.

           Dentro do abraço de Gretta, Mary lança seus olhos nos meus, enquanto suas sobrancelhas se unem de leve. Sei que sua reação com Gretta não se refere ao caráter dela, até porque como a própria Gretta disse; elas se deram muito bem. A careta de Mary só está lá porque a mulher sabe que em algum momento antes daquele abraço, Gretta estava montada em seu filho. É senhora Gibson, essa garota é a melhor nora que você já pôde sonhar.

— Claro, prazer revela também...? — minha mãe retribui o abraço de Gretta tão rápido, assim como o encerra e sorri para a mesma.

— Gretta, me chamo Gretta Daytes — a loira continua sem perceber a leve repulsa de minha mãe e agradeço aos céus por isso.

      Tudo poderia dar muito errado se ela entendesse errado.

— Gretta! E minha cabeça velha jurava que seu nome era Julieta — Mary passa a mão na testa, em uma ação teatral e Gretta ri, minha mãe volta sua atenção para mim — Podem entrar — seus olhos descem sem vergonha para a garrafa na minha mão e um sorriso maior ainda se abre em seu rosto — Ah que fofo — Mary corta o espaço entre nós e rouba a garrafa das minhas mãos, checando de qual safra era — Uauu — seus olhinhos voltam para os meus — Meu filho sabe escolher um vinho! — Mary se esquece do sexo e me puxa para um abraço apertado.

— Não se iluda, quem escolheu foi o vendedor — minto a retribuindo o abraço e ela suspira encerrando a demonstração de afeto.

— Seu estraga prazeres — a mulher de cabelos brancos se vira e entra na casa admirando sua nova bebida.

Talvez NamoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora