Capítulo 73

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                                Capítulo 73

                                    Gregory

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Observo Gretta na sacada do meu antigo quarto, contemplando a visão da praia e a brisa que entra e balança seus fios loiros, a faz ficar tão linda, quanto quando ela fica nua. Estar nesse cômodo trás uma sensação estranha. Até porque nele vivi inúmeras lembranças boas e algumas nem tanto. Como por exemplo foi naquele colchão que tive minha primeira foda com Laís — a babá — e também foi próximo aquela porta que soquei pela primeira e infelizmente última vez; a cara do babaca que me doou esperma.

— Foi aqui que você bateu a foto para o Instagram — seu comentário soa levemente longe, como se ela estivesse perdida entre o tom amarelo da areia e o azul da água.

— Foi — concordo e só então percebo que eu nunca lhe mostrei minhas redes sociais, o que significa que... — Espera — um sorriso toma conta do meu rosto e Gretta da sacada, se vira para me encarar — Você pesquisou sobre mim? — pergunto mesmo já tendo certeza que sim, pois ela mesmo acabara de dizer.

— Eu? — Gretta faz uma caretinha fingindo confusão — Não, claro que não — o tom de sua voz soa tão hilário, quanto seu rosto tentando se passar como desentendida.

— Ah não? Então como sabia que tenho uma foto nessa sacada? — lhe pergunto sorrindo, pois sei que a encurralei.

— Magia...? — sua afirmação que no fim soa como uma pergunta, me faz rir e Gretta revira os olhos — Tá eu visitei seu perfil, contente? — a furacão loiro confessa se voltando para contemplar a visão da praia novamente.

        Gretta Daytes, visitando meu perfil? Claro que estou contente. Me sinto em até certo ponto privilegiado, no entanto deixo essa animação apenas para mim. Sorrindo feito um adolescente idiota que acaba de ter seu primeiro boquete, vou ao seu encontro e a abraço por trás. Gretta pousa suas mãos nas minhas em sua barriga e inclina seu corpo para trás, até sua cabeça deitar em meu peito.

— Isso é tão... — Gretta tenta denominar a visão que está tendo, porém acaba se perdendo entre o falar e o contemplar.

Não a julgo. Hoje o dia parece estar um nível a cima da sua beleza natural, como se os céus já soubessem que Gretta viria hoje e cuidaram de todos os mínimos detalhes. Desde o céu azulado até o vento leve balançando as folhas dos coqueiros enormes na ponta da praia.

— Bonito? — a olho tentando finalizar sua frase e Gretta ri com o nariz negando com a cabeça.

— Bonito são seus irmãos, isso é mais, muito mais que apenas bonito — a loira pronuncia cada palavra em um quê mais leve que o anterior.

De princípio, apenas sorriu por ela estar mesmo hipnotizada por tudo, mas logo em seguida, quando percebo o que ela realmente disse, acabo unindo minhas sobrancelhas. Minhas mãos deixam de enlaçar seu tronco, para irem até suas cinturas, a girando até que ela fique de frente para mim e seus olhos fitem os meus.

— Você... Disse que meus irmãos são bonitos? — pergunto tentando não rir para parecer sério, mas confesso que acabo deixando algumas risadas nasaladas escaparem.

Os olhos azuis de Gretta passeiam meu rosto, como se tentassem me estudar. Aposto com quem quiser, que a loira está tentando tirar decisões referente ao meu possível ciúmes. Não sou do tipo possessivo, ainda mais quando se trata de meus irmãos e sei que dois deles já estão mais que enlaçados em seus devidos relacionamentos, e o terceiro está enfrentando a merda de um divórcio. No entanto, confesso que algo dentro de mim se contorce quando ela elogia Nate, mas nunca seria capaz de dizer à ela que não olhe mais para a cara do surfista drogado ou algo do tipo. Além de eles serem amigos — e eu gostar disso — sei que se eu fizesse isso, estaria ultrapassando a barreira do namorado, para o dono e pessoas não devem ser etiquetadas com nome e telefone de seus devidos relacionamentos tendo como base regras, isso não é nem de longe o que quero para a gente, fora que também estaria assinando os papéis da minha própria morte e o coveiro, no caso seria a própria; Gretta.

Talvez NamoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora