Capítulo 27

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                                   Capítulo 27

                                        Gretta

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Utilizar chantagem reversa nunca foi meu porte. Na verdade nunca precisei fazer isso... Até hoje. A ideia de acrescentar Nate na equação, me veio quando comparei Gregory e o carinha de colegial, a reprovação nítida no rosto de Gregory deixou claríssimo que ele não gostava da ideia de me ver junto com Nate, por algum motivo. Então por que não somar 2+2?

— Ok, eu danço — suas palavras vem como música para meus ouvidos e eu quase, repetindo, quase ignoro o fato do seu tom de voz estar em um que se assemelha a quando estamos com muita raiva.

        Antes de aceitar sua "generosa" prontificação, desço olhar no corpo de Gregory sem pressa, como se o estudasse. O intuito era para ele pensar que estou o avaliando, como eles sempre fazem com a gente. Quando meus olhos param nos dele, faço uma caretinha pensativa.

— Não sei, acho que o Nate vai se sair melhor — o provoco, já que mesmo que eu optasse por Nate, o cara não está sequer no campus.

— Aposto com quem quiser, que sou mil vezes melhor que ele em muitas coisas — Gregory se pronuncia com voz e rosto sérios, e por algum motivo me lembra um soldado.

— Até na dança? Pensei que tivesse dito que não dançava — prolongo minha provocação, pois ver Gregory Gibson se mordendo de raiva está sendo uma das melhores coisas que já vi na vida.

— Droga, mas por que raios você quer dançar? Logo agora? — suas sobrancelhas se unem.

— Porque sim — dou de ombros, não acho que preciso explicar à ele que estou montando os novos passos de coreografia.

— Gretta — Gregory pronuncia meu nome em forma de repreensão e isso me manda um calor... Lá embaixo.

       Não! Nada de pensar nisso agora! Foca nos passos da nova coreografia.

— Vai dançar ou não? — pergunto revirando os olhos e mexo a alça da bolsa pesada em meu ombro.

       Diz logo que vai, para que eu tire essa bolsa pesada do ombro.

— Vou... — sua resposta sai junto com um suspiro pesado de derrota e com isso acabo rindo.

— O que? Não escutei — retiro a bolsa do ombro e a jogo de volta no sofá, agora com um sorriso vencedor habitando em meu rosto.

— Vamos logo e se você colocar Rihanna, me sento no sofá e volto para meu jogo — Gregory anuncia sua ameaça e não sei se rio pela parte em que ele se refere a musa do pop como algo relativamente ruim? Ou por ele preferir um jogo bobo à Rihanna.

— Qual jogo? Aquele que estava antes na tv? — questiono com uma de minhas sobrancelhas levantadas.

— É, por que? — Gregory corre olhar pela extensão do meu rosto.

— Porque é a sua cara — pronuncio entre risadas e abro a bolsa para retirar o celular de dentro dela.

        Quem ainda joga Crash Bandicoot? Desbloqueio o aparelho sem pressa e mesmo sem olhá-lo, sei que Gregory está me observando. É como se o olhar dele queimasse, deixando claro que estava voltado na minha direção. Deixo de lado esse "efeito" sem pé, nem cabeça que acho que tenho e volto minha atenção para o que eu estava fazendo antes. A playlist que passei dias selecionando, aparece na tela presa à parede e um sorriso se abre em meu rosto por puro orgulho, já que essa seleção está muito boa... Contando com músicas da Gaga, Swift, Gomez, Steinfeld, Max, Cara, e goste Gregory ou não; Rihanna. Jogo o celular sobre a colcha do sofá e faço sinal com a cabeça para Gregory, que está com uma cara de tédio total.

— Vamos logo — reclamo e Gregory suspira se levantando sem pressa alguma, deixando claro que não estava totalmente de acordo com aquilo.

     E óbvio que o cara não estaria... Aposto que dentre todos seus pensamentos em grande parte obscenos, nunca que ele iria montar em seu cérebro em crescimento, que o que faríamos não envolveria línguas, nem suor corporal. Ok poderá haver suor corporal no que iremos fazer agora, mas não daquele tipo; um em cima, outro embaixo... Céus o que estou pensando?

— E então? — Gregory pergunta escondendo suas mãos nos bolsos da frente da sua calça.

     Sua falta de animação me faz rir.

— Começarei fazendo alguns passos e você irá me imitar — tento explicar à ele sem rir, para que Gregory não pense que estou tirando onda com a sua cara.

— Vá em frente então — o moreno se dá ao esforço de tirar uma de suas mãos de dentro do bolso para mostrar o chão à sua frente, como se fosse um apresentador de programa.

— Sério? — pergunto erguendo as sobrancelhas surpresa e Gregory confirma com a sua cabeça, deixo um sorriso bobo no rosto e passo minha atenção para frente, foi fácil, até demais... Volto a olhá-lo com uma careta de dúvida — Por que mudou de ideia tão rápido? — resolvo questiona-lo e junto de leve minhas sobrancelhas.

      Nenhum presidente, vira garçom em segundos.

— Quanto antes começa, mais rápido acaba — Gregory resmunga e me faz rir novamente.

— Tá bom, então vamos começar de uma vez — clico na tela do celular e a batida da primeira música começa a ecoar por toda sala.

        Enquanto as músicas tocavam ensino à Gregory passos simples, como aqueles que envolvem rodopios ou movimentos com braços e pernas sincronizadas... Afinal seria desperdício de tempo achar que o idiota abriria as pernas em um espacate. E mesmo com passos simples, o cara consegue errar ou esquecer quase todos. Quando diminuo e muito a velocidade de cada passo que dou; Gregory consegue me acompanhar, mas acaba se perdendo logo em seguida. Vê-lo assim errando todos os passos, sem ter a "panca" de jogador fodão o deixa diferente e isso me faz querer rir, já que não é qualquer dia que vemos um gigante do time dos Uepplen's Hares mexendo a cintura da pior forma possível, tentando acompanhar a música de ninguém mais, ninguém menos que; Rihanna.

Talvez NamoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora