Capítulo 40

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Capítulo 40

Gretta

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        Termino a 3° "apresentação" e a expressão no rosto de Gregory me faz querer sentar no chão e chorar. Por que montar coreografias é algo tão difícil? Podia jurar que se mexêssemos os braços, pompons e pernas num ritmo já era uma puta coreografia! Mas pelo visto não. E grrr, não estou me baseando só na opinião do Principezinho ali, não! Julie estava com a mesma careta, quando apresentei à ela minhas idéias. Agora entendo o desanimo de Fiona e aplaudo mentalmente os demais técnicos que em todas as aberturas de jogos, tem uma coreografia diferente.

— Hum... — o observo achar uma palavra certa para denominar o que achou desta vez — Talvez, tenha faltado movimentos com o quadril? — sua sugestão me faz rir.

— Você quis dizer, rebolar? — pergunto erguendo uma de minhas sobrancelhas, enquanto tentava regular minha respiração.

        Dar três vezes a mesma pirueta, com o perigo de errar e dar com a cara em uma cueca no chão, não é nada fácil.

— É, se preferir chamar sim — Gregory faz uma breve careta e tenho vontade de soca-lo por estar fazendo essas caretas.

        Suspiro derrotada e caminho até a cama, me sentando ao seu lado. Estou fazendo essas drogas de passos e tentando montar essa maldita coreografia o dia todo. Minhas pernas já podem se próprias chamarem de guerreiras.

— Vai desistir tão fácil? — Gregory provoca e no mesmo segundo o envio um olhar matadouro, que o faz rir.

— Você é um idiota — reviro os olhos deixando de encará-lo.
— Não é a primeira vez que te escuto me chamar assim — Gregory comenta e quase pergunto se ele quer aplausos por conseguir memorizar algo — Mas isso não vem ao caso, sobre a coreografia, é sério, tenta acrescentar movimentos com o quadril, sei lá, naquele dia na sala tínhamos jogado nosso corpo para frente e mexido a bunda... — essa lembrança me faz sorrir — Você deveria adaptá-la, aquele movimento que estava fazendo em quadra naquele dia também é legal e encaixaria com uma pirueta — minha atenção volta a Gregory e podia jurar que nunca o veria admitir que estava realmente prestando atenção em mim dentro dos nossos treinos.

        Sinto uma breve vergonha, como uma faísca incendiar minhas bochechas e minha eu inconsciente tira sarro de mim mesma por isso. A ignoro apenas essa noite e me levanto, pegando nas mãos de Gregory, o fazendo se levantar também.

— O que foi? — sua pergunta vem com o unir de sobrancelhas, o que me faz rir com o nariz.

— Você vai me mostrar como é para fazer esses passos e o movimento com o quadril — o respondo e o faço parar ao meu lado.

        Meus olhos caem na cintura de Gregory e como o cara não move um músculo, volto a subir minha atenção para seu rosto, que está claramente avaliando se faria aquilo ou não. Ahh homens de masculinidade frágil.

— Anda logo! Não é como se você fosse deixar de pegar as pessoas mexendo o quadril — reviro os olhos e Gregory ri com o nariz.

— E quem disse que eu estava pensando nisso? — sua pergunta me faz erguer de leve as sobrancelhas.

— Em que estava pensando então? — o questiono tendo minhas dúvidas.

— Estava pensando que talvez, eu não queira mesmo pegar mais 'pessoas', no plural — sua resposta soa sem pressa e seus olhos passeiam pelo meu rosto, como se ele fosse algum tipo de obra de arte.

Talvez NamoradosOnde histórias criam vida. Descubra agora