Capítulo 11

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Eu não sei como agir em momentos como esse, eu não sei como ser a ajuda que a pessoa precisa. Eu não consigo ser útil nem pra mim, imagina pra ela.

Gabrielly entrou na minha vida de uma forma tão rápida e diferente, ela me causa sensações novas. Eu não sei lidar com isso, parece infantilidade, ou até falta de interesse. Mais realmente é algo diferente e novo pra mim. Ela não se afastou quando quase, me viu surtar igual a praticamente todos antes.

Ao longo da vida cultivei poucas amizades, porém muito verdadeiras. E praticamente um porcento delas me viram ter uma crise de ansiedade ou uma explosão. Eu vivo com medo de afastar as pessoas que são próximas a mim. A expressão pisar em ovos é como um lema da minha vida. Eu consigo segurar muito a minha onda. Por que eu trabalhei muito isso desde jovem. Mas as vezes imagino eu surtando e todas as pessoas que são importantes pra mim indo embora e me deixando sozinho.

Solidão é uma coisa que eu não saberia lidar. Eu cresci praticamente colado com minha família, acima de todas as dificuldades, nunca me deixaram nem um momento sozinho. As vezes eu me sinto sozinho, longe deles. Me sinto sem uma âncora ou um carinho.

Eu costumava "usar" Julieta como âncora, mais acho que nunca funcionou. No fundo sempre foi a minha força de vontade. Minha mãe foi a minha primeira âncora. Eu me apegava em memórias doceis de nossa relação. Respirava fundo e em alguns longos minutos tudo passava.

Eu não desejo a Solidão para ninguém. E por isso sinto tanto por Any. Eu sei que pra algumas pessoas pode parecer infantilidade ou até Drama. Mas pelo que sei ela cresceu sem o apoio do pai, e a mãe parecia ligar mais para o ódio que sentia por Léo, do que pela própria filha.

Eu me sentiria igual a ela. Agradeço muito por ter tido o apoio dos meus pais e de toda minha família, ao longo da minha vida. O que eu seja uma das únicas pessoas que saibam o turbilhão de sentimentos que se passa por aquela mente.

Sento no sofá grande da minha sala. E encosto a cabeça em uma almofada, na intenção de relaxar a dor que insistia em se fazer presente. Fecho os olhos. E novamente o rosto bonito de Any, os olhos fechados. E o pequeno toque dos nossos lábios vem em minha cabeça.

Eu tenho medo desses sentimentos que crescem com intensidade dentro do meu peito. Eu conheci Any há cinco dias, mais sinto como se fosse anos. Eu criei um vínculo tão grande em um período curto de tempo com ela. Que eu não criava com ninguém.

Isso pode até ser bom para nós dois, mais agora Any não quer falar com ninguém. E eu só queria conversar e consôla-la.

Caio em um profundo sono, no sofá da sala. E sonho coisas embaralhadas, e confusas que não compreendo. Uma música bem conhecida pelos meus ouvidos toca. Me fazendo despertar do sono.

"Ligação on"

__ Ei Josh.... A gente pode sair pra conversar? __ escuto a voz de Any, se arrastar na ligação.

__ Oi Any, posso sim! Onde nós vamos? __ Me sento na beirada do sofá.

__ Não sei... Pode me pegar aqui na avenida Castelli, estou na casa de uma amiga! __ escuto ela fungar o nariz.

__ Estou saindo de casa, me envia a localização pelo telefone por favor! __ Gabrielly diz, um breve "ok" porém sua voz continua baixa.

"Ligação off"

Passo uma água no corpo. Visto uma roupa. E quando estou já na porta de casa, me lembro do remédio. Volto tomo ele com ajuda de um copo d'água, e finalmente saio de casa.

O sol está de volta, nem parece que choveu um dilúvio ontem. Não tem nada molhado, a não ser pequenas gotículas de água, que consigo observar nas árvores que encontro pelo caminho.

As ruas estão bonitas, as casas tem suas janelas abertas. As lojas estão cheias, e as pessoas andam felizes nas ruas. Tem gente comprando. Gente vendendo. E alguns apenas caminhando pelo local. A brisa do mar consegue chegar ao centro da cidade. E parece que posso escutar as ondas batendo.

Dirijo por mais uns quinze minutos e finalmente vejo a figura de Any, ao lado da silhueta de uma mulher loira, na calçada de uma casa grande.

Paro o carro na frente das duas e vejo Any abraçar a mulher. Cujo desconheço. Any me chama para fora do carro, e assim faço de imediato.

— Sina, este é Josh. O amigo do Papai... E meu Uber particular! __ Gabrielly brinca mas seu semblante ainda não está bom.

— Olá Josh, muito prazer. Eu sou amiga dessa cabeça oca aqui! __ A loira que eu acabará de conhecer, estende a mão para um comprimento.

— Oi Sina! O prazer é todo meu! __ Digo e vejo Any encostar no carro.

— Vamos Josh... Tchau amiga, depois eu te ligo tá? Beijos! __ Gabrielly dá outro abraço na mulher e entra no carro.

Dou um tchau rápido para Sina, e posso escutar ela falando um " cuida dela". Aperto a buzina em forma de despedida, e saio daquela rua, indo para a avenida principal.

O silêncio no carro está me incomodando. Gabrielly não diz nada e isso me dá ansiedade. Então tento eu iniciar essa conversa.

— Any a gente pode falar agora? Eu fiz alguma coisa, aconteceu alguma coisa? Pode falar! __ paro o carro no acostamento.

— É que.... Eu não se se devo jogar isso no seu colo, mais é que sei lá. Quando eu cheguei o meu pai já me jogou um balde de água fria, dizendo que não seria o orador representante... Não reclamando que você seja, mais é que sei lá, era uma forma de eu me conectar com ele. E aí você entrou na minha vida e em cinco dias me fez sentir coisas que eu já não sentia a tempos. E eu sei que eu não devo sentir oque eu estou sentindo. São só cinco dias, mas é como se meu coração não ligasse pra isso.... Por isso as desculpas, me desculpa por estar gostando de você... Eu prometo que não vou tentar te beijar de novo. __ Os olhos de Gabrielly estão cheio de lágrimas, prontas pera rolar pelo rosto.

— Any eu.....

— Não precisa falar nada Josh. Eu já sei, se você quiser se afastar, Ou sei lá.... Tá tudo bem! __ Seu rosto tá virado para o lado de fora do carro.

— Any pelo amor de Deus, eu não quero me afastar de você. Eu gosto de você! Mas minha vida é uma loucura. Perdi minha namorada há um mês e meio. Léo me ajudou muito, mas você é a única que fez os pesadelos sumirem. Desde que você chegou, eles não aparecem mais, você se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida em apenas cinco dias, não pense que eu vou embora e vou te deixar no meio dessa tempestade. Eu vou ficar na chuva com você! __ Any me abraça com força, eu sinto seu choro descer.

Gabrielly e eu estamos abraçados a longos minutos, e eu não quero que ela saia dos meus braços. Eu me sinto bem com ela neles, por mais que seja um momento complicado, tê-la comigo é um dos meus pontos de felicidade. Any se solta do meu abraço e senta novamente no banco do carona, virada para mim.

— Eu não sei o que eu vou fazer, com esses sentimentos que eu tenho por você! Mas eu não quero perder sua amizade Joshua, então...... Amigos??? __ Gabrielly limpa as lágrimas com os dedos, e logo abre um sorriso gentil.

— Eu também não sei o que fazer com os meus.... Então não se sinta sozinha nessa.... E eu também não quero perder você, logo agora que nos conhecemos..... Amigos Anyelle! __ Gabrielly dá um longo beijo em minha bochecha esquerda, e eu juro que queria mais do seu toque. Restribuo o beijo de Any e vejo as maçãs de seu rosto, corar.



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E

u volteiii! Espero que estejam bem!

Votem e comentem, pra eu saber oque estão achando!

Até sexta!


Com Amor, Monique.

Passione Imprevista || BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora