Capítulo XCVII - Como se fosse a primeira vez.

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Chego na escola com meu coração batendo forte dentro do meu peito, mas caminho com convicção felina, vejo Jeniffer me olhando com aquele olhar que antes me machucava, agora sei que é só sua imaturidade, algo que com a idade tende a sumir como uma brisa de verão, mas estava tão linda que preciso conter as minhas lágrimas, mais uma vez todos me olham, olham a diferença que estava aflorada em mim, mas meus olhos pertenciam somente a uma pessoa naquele momento. 
Vou sem olhar para os lados, deixo Amanda para trás, eu passei muita coisa para ficar a sombra de qualquer pessoa ou ser de outros planos. Olho diretamente para minha amada e paro a menos de um passo da mesma, quando ela abre os lábios para me dizer uma besteira, eu levo os meus até o dela, calando a mesma e sentindo mais uma vez aqueles lábios, como da primeira vez que fiz isso ela me retribui com uma ansiedade que poderia ser descrita somente pelo maiores poetas eróticos. Termino aquele beijo suave com uma piscadela e caminho sozinha para a minha sala deixando todos boquiabertos, eu senti saudade de viver o que eu deveria viver, a minha vida como uma adolescente. 
Nunca respondi tantas perguntas como naquela aula, nunca tinha reparado que minha capacidade mental tinha crescido exponencialmente, é como se tudo fosse simples como respirar, deixo uma turma que nunca ouviu a minha voz com os lábios separados antes de seguir para o nosso amado intervalo ou recrio como alguns gostam de dizer. 
Caminhei com minha amiga que estava sem entender absolutamente nada, eu não iria lhe explicar, é melhor que ninguém saiba as coisas que posso fazer, mas rimos muito da cara de um dos nosso odiados nerds que estava sem entender o que estava havendo. Muitos olhares em nossa direção, desta vez diretamente para mim e não para a minha melhor amiga Amanda, avisto a minha Jeniffer mais uma vez, ela vinha em minha direção como uma leoa feroz, me preparo para um surto da mesma no meio daquelas pessoas que odiavam todos que se destacam, mas sou abraçada como fiz mais cedo e ela me beija ali na frente de todos mais uma vez. Meu coração parava com o seu toque, o mundo girava e eu quase desmaio no meio daquela escola, mas ela me segura e sinto que poderia sentir-me amada mais uma vez, por mais que outros lábios eu tenha tocado, sempre será aqueles os que me cativaram para sempre. 

Depois de um longo beijo começamos a conversar e nos conhecer, no mesmo dia eu a pedi em namoro. Convenci ela a não expor ninguém da escola, foi difícil demais tudo isso, mas ela concordou em não fazer nada disso em sua festa que veio em poucos dias. Amanda me ajudou a vestir algo legal para ir na limusine da minha namorada, ela aceitou bem melhor desta vez o fato de eu namorar a sua maior inimiga. Elas nunca ficaram próximas no colegial, mas mantivemos uma boa relação, depois de algumas semanas convencia a Amanda a se afastar de Carlos, mas tive que lhe mostrar muita coisa que a Jeniffer tinha em sua posse, ela decidiu não namorar ninguém por alguns anos, claro também se afastou de Júlio. Ele não se assumiu como queria, foi mais gradual. Chamei ele e Mário para uma pequena reunião na casa da Amanda e depois de algumas bebidas eles acabaram se beijando em um jogo da verdade, começaram a namorar pouco tempo depois, nos tornamos os cinco amigos, cada dia mais próximos e mais distantes de tudo o que nos separava, apesar de Amanda e Jeniffer ainda se estranharem de vez em quando. Foram anos de paz, nunca se quer vi algo que fugisse do normal, com o tempo esqueci de tudo o que me fazia diferente, só sentia todo aquele poder contido dentro de mim, sabia que um dia eu seria convocada novamente, mas eu tinha como proteger a minha família de qualquer anjo ou demônio. 

Teresa - A Juíza dos AnjosOnde histórias criam vida. Descubra agora