Capítulo 13

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- Você não respondeu a minha pergunta. - Disse ela.

- Falei meu nome, foi parte da pergunta, não foi?

- Eu perguntei...

- "Quem sou eu, e como cheguei aqui" é eu ouvi.

- Eu estava concentrando - ela deu um passo a frente e continuou com a mira da pistola no meu peito, um estremecimento percorreu minha espinha, embora imperceptível a todos - minha munição para o momento certo, mas mesmo a contragosto irei desperdiçar uma delas aqui e agora com você.

- Não irá nem ouvir o que tenho a dizer? - Levantei as mãos em sinal de rendição, embora um sorriso malicioso tenha saído dos meus lábios. Uma máscara para demonstrar que eu não seria intimidada, que eu sabia exatamente o que estava fazendo. O que era uma grande mentira.

- Não tenho tempo para joguinhos, garota. - Disse ela de forma ríspida.

- Eu sei o que estão prestes a fazer e sei como isso irá acabar.

- Vou dizer o que eu sei - começou ela, sem tirar a atenção do meu rosto e a arma apontada para meu peito - irei atirar aqui e agora ao menos que me dê um motivo bem convincente, o que eu acho impossível dentro do tempo que você não tem.

- É uma armadilha. - Disse simplesmente.

- Explique. - Exigiu ela. Fiz menção de que iria abaixar os braços mas ela deu mais um passo a frente e todos atrás dela intensificaram ainda mais a mira das armas. Covardes, o que eu podia fazer contra todos eles?

- O continente sabe o que irão fazer, ou tentar fazer - minha voz estava firme, embora todo o meu corpo demonstrasse o contrário -, e estarão agrupados esperando por cada um de vocês, com o dobro das armas que vocês carregam agora e muito, muito mais homens também. Vocês serão presos ou mortos e eu preferiria a última alternativa, dada as circunstâncias que provavelmente lhes esperam do outro lado desse túnel.

- Como soube dessa informação? - Perguntou aquele que a poucos minutos atrás estava questionando as ordens dela, Ravi. Ele estava a poucos passos a frente dos outros.

- Eu tive acesso a torre de vigilância do continente e consegui ouvir enquanto estava lá o que vocês estavam planejando fazer durante a distribuição das vitaminas - o que era uma mentira, dada a circunstância de que foi o Jonathan que conseguiu essa informação no Lagartos e que eu só confirmei enquanto estive escondida naquele maldito duto, mas eles não precisavam saber - e também ouvir o que o continente irá fazer assim que cruzarem esse túnel. - Fiz um gesto de mãos indicando a saída embora tivesse à metros de distância. Ela não se importou quando abaixei as mãos logo em seguida, mas parecia que estava digerindo o que eu acabara de dizer. Pois quem perguntou foi o Ravi, não ela:

- O que estava fazendo na torre de vigilância? - Perguntou ele, de forma cautelosa, embora exigente.

- Isso não é importante agora. O que vocês precisam entender é que...

- Ainda não estou convencida se tudo o que diz é verdade, garota. - Disse ela, retomando totalmente seu foco agora. Seu tom de voz mais irritado e impaciente. As armas ainda apontadas em minha direção, como se a qualquer momento eu fosse tirar uma bomba do bolso e fugir. Como se isso fosse possível...

- O que ela diz é a verdade. - Disse Jonathan, que agora estava ao meu lado e com as mãos levantadas em sinal de rendição. Olhei por cima do ombro para ele e rapidamente retomei minha atenção a mulher na nossa frente.

- Ótimo, agora serão duas balas desperdiçadas. - Disse ela, sua voz letal quanto a arma em suas mãos.

- Não posso deixar que fique com toda a diversão, Alexia. - Disse Ravi, com deleite em sua voz grave.

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