Capítulo 45

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- Achei que estávamos em uma missão. - Noah diz baixinho quando se junta a mim próximo da sacada, ele faz pouco para esconder a irritação.

- E estamos. - Eu digo virando-se em sua direção. Ele preenche o vazio, ficando ao meu lado.

- O que vocês estavam conversando?

- Nada de importante.

- Emery...

- Não pretendo seduzir o general e estragar seja lá qual for seus planos aqui se é isso que tem tanto medo. - Digo. - Achei que quisesse uma distração ou entendi errado?
Noah leva um tempinho para falar, mas diz:

- Contactei a Equipe meia hora atrás. - Ele começa a explicar para mim. - Eles estarão prontos assim que receber o sinal para entrarem.

- Ninguém saiu da sala de circuito desde que chegamos aqui, e isso já faz quase duas horas. Estamos totalmente no escuro.

- Tenho tudo sobre controle. - Ele afirma baixinho. - Só preciso de dois minutos dentro da sala e teremos a distração de que precisamos. Dez minutos é mais do que o suficiente para que eles consigam o que eu quero.

- Como pode ter tanta certeza?

- Porque é todo o tempo que terão antes de descobrirem que foi um alarme falso e voltarem para a torre. - Ele responde baixinho, sem tirar sua atenção das outras pessoas à alguns metros a frente.
Durante quase uma hora fui envolvida em conversas tediosas e olhares curiosos e por muitas vezes sentia como se esperassem por uma atração pela forma estranha que algumas das mulheres e homens me encaravam. Noah fazia questão que eu soubesse que tinha todas as peças em suas mãos, eles discutiam sobre algum acordo de cooperação entre a mão de obra e o lucro exponencialmente dividido. Entendi que era sobre as minas de cobre no minuto em que ouvi sobre como teriam que descobrir um modo de parar a comunicação entre os presos e os rebeldes. Aparentemente alguém responsável pela segurança da mina estava facilitando a troca de informações. O continente ainda não sabia como pegar o traidor e descobrir quem estava no comando das atividades dos Retalhadores entre os presos e mesmo impondo cargas de trabalho mais pesadas e castigos mais severos aos motins nas minas, que por muitas vezes resultavam em mais mortes, ninguém estava disposto a entregar quem estava por trás dos rebeldes. Um dos homens de uniforme militar que estava acompanhando o Rael, havia comentado sobre uma invasão que ocorreu a quatro dias atrás em uma das torres de vigilância em Cirta, destruído alguns dos equipamentos que ligavam à torre as câmeras de segurança nos distritos de trabalho. Nenhum civil estava por perto quando cinco homens de lenços vermelhos cobrindo seus rostos adentraram a torre, levando equipamentos de comunicação e deixando agentes feridos. E não era só isso, um dia depois mais cinco pessoas haviam sabotado um carregamento de distribuição das vitaminas do sol, haviam frascos com líquido vermelho entre as vitaminas que seriam distribuídas. Era difícil me manter indiferente a tudo o que era dito, eles falavam como se não estivessem negociando a vida das pessoas, o continente não ligava em punir quem quer que fosse se isso atingisse os rebeldes, mas não era o suficiente pois só servia de combustível para mais ataques. Meu pai estava entre eles, eu não me permitia pensar qual era o papel dele em tudo isso, o que estava fazendo para tentar sobreviver a tudo isso. As duas cartas escondidas atrás do vaso sanitário do banheiro no quarto em Civiron era tudo o que eu tinha e nem era uma prova de verdade, ele poderia já está morto... faz semanas desde que recebi o bilhete...

- Emery? - Eu sinto os cinco pares de olhos em minha direção, Noah estava entre eles e segurava de leve meu antebraço na tentativa de ter a minha atenção. - a senhorita lhe fez uma pergunta. - Ele diz.

- Eu não ouvi. - Não estou olhando para ninguém em especial quando digo, minha voz sai anestesiada. E se ele já estivesse morto? O que pode está acontecendo em Cirta? O Jonathan...

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